Uma parcela dela realmente te quer

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Off

Sana quis muito ficar e ver o barraco. Seria um dos mais interessantes. Mina tentaria acabar com a capanga da ordem, mas ela seria um bom páreo. Infelizmente o dever lhe chamava, então ela correu para o lado contrário, visando o norte do cemitério. Precisava ao menos ter uma noção de onde a outra estava.

— Lindo dia, não? — Momo olhou para todos os lados, e logo atrás dela viu a bruxa platinada. — Vocês não desistem mesmo.

— Você também não desistiria. Que bom que facilitou pra mim. — Mina sorriu com deboche e Momo fez a mesma coisa. Quase podia notar alguma semelhança no seu jeito e no dela. — Pacificamente dessa vez? Não estou com nenhuma faca aqui.

— Por que entre milhares de pessoas eu acreditaria logo em você, zero dois? — Mina cruzou os braços.

— Porque eu tenho cara de boa moça. — Momo até pensou em se aproximar aos poucos, mas preferiu ficar parada onde estava. Tudo poderia ser uma armadilha com uma bruxa por perto. — Zero dois? Eu estou mais pra zero um, não acha?

— É por ordem de chegada. Onde está a sua dupla? Parece que ela te abandonou. — Mina fez o contrário. Foi se aproximando enquanto ela continuava parada.

— É. Basicamente isso. — Momo olhou para os lados de novo em busca de Dahyun. — Parece que hoje somos só nós duas.

— Bom.

Momo realmente ainda não tinha acordado. E ao tentar prever o ataque, foi tirada do chão e jogada sobre os ombros dela, como um verdadeiro saco de batatas. Se debateu, tentou fazer de tudo para sair daquela posição ridícula. Devia ser até alguns centímetros maior que ela, e mesmo assim era carregada com tremenda facilidade.

Malditas bruxas forçudas!

Do outro lado do cemitério, Dahyun já estava totalmente ciente da situação. Ao ver a bolinha vermelha do rastreador representando Momo, fazendo movimentos curtos e repetitivos. E ficou mais ciente ainda quando viu de longe, Sana em cima de um túmulo. Na dúvida de qual estratégia usar, Dahyun preferiu tentar um ataque surpresa.

— Eu vi você. — Sana cantarolou caminhando devagar pelo corredor. — Engraçado, hoje você se escondeu. Da última vez, quem fez isso fui eu. Cada uma de um lado. Até que hoje vocês estão sendo mais justas.

Escondida entre dois túmulos bem próximos um do outro, Dahyun revirava os olhos ouvindo ela falar.

— Eu realmente não estou nem aí se vocês me seguiram ou não. Mas aí emboscarem a minha prima, é covardia. Sequestrarem a minha protegida, é pior ainda. — Sana parou e tentou ouvir alguma coisa. Mas ela era sorrateira. — Não que vocês liguem pra isso.

A japonesa quase deu um passo a mais. Recuou na exata hora que Dahyun atirou com o taser. E trocou pela arma o mais rápido que podia. Sana ficou paradinha, esperando pelo tiro.

— Tenta a sorte.

— Pode deixar.

Dahyun sabia bem que iria gastar suas balas a toa, ela desviaria. E foi obrigada a se lembrar das palavras de Momo sobre as subestimadas facas. Acabou roubando uma dela e guardando no cinto. Sana apenas viu a faca passar de raspão em seu braço.

Merda.

Ela se viu sem muitas opções. Principalmente por Sana estar 100%, Dahyun sabia disso apenas olhando para ela. E desta vez, não pegaram as bruxas de surpresa. Pelo contrário. Não poderia atirar de maneira nenhuma sem ela estar distraída. Não poderia tentar um combate corpo a corpo com alguém em que não se pode encostar.

A Bruxa Tá SoltaOnde histórias criam vida. Descubra agora