Uma lembrança pra cada uma

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Sana não encontrou Tzuyu na lanchonete. Tudo o que encontrou foi um assento vazio e uma caixa postal no telefone.

Não quis esperar. Foi logo até a casa dela. E conforme se aproximava, mais Sana tinha um aperto crescendo no peito. Era como se estivesse sentindo algo muito ruim começando a se desenrolar na sua frente.

O dia estava todo estranho. Não era uma coisa clara. E sim algo maligno pairando no ar.

Ela não quis se deixar levar pelo pressentimento, Tzuyu devia ter demorado no banho, só isso.

— Tzuyu!

A porta estava aberta. E ao entrar no apartamento, a japonesa não encontrou Tzuyu. A situação era pior do que quando foi ela mesma que se encarregou de tirar tudo do lugar. Cadeiras no chão, armários revirados, gavetas no chão do quarto e as roupas dela espalhadas.

Até na cozinha. Farelos e pacotes abertos de alimentos. Pratos quebrados.

Tzuyu estava em perigo.

Sana sentou no sofá e tentou o máximo que podia, fazer o feitiço de busca.

Nada.

— Não. Não! De novo não! Não agora! — A japonesa se desesperou muito mais. — NÃO! NÃO QUANDO EU PRECISO!

Outra vez, travada. Sem conseguir acessar seus poderes.

— Isso não pode estar acontecendo comigo! — A famigerada poltrona caiu quando ela a empurrou com ódio.

*

— Caramba, seu gato fez alguma arte intestinal? — Momo tapou o nariz encarando Istambul no colo de Mina. — Que cheiro horroroso, vocês não estão sentindo?

— Isso não é cheiro de cocô de gato, Momo. — Dahyun resmungou sentada na mesa de jantar. Limpando a arma com todo carinho, seu bem precioso. Depois de uma longa conversa com sua parceira sobre o que fariam em breve, talvez fosse precisar de certa munição. E quem sabe de algumas balas de prata.

— E o Istambul é bem limpinho pra sua informação. — Mina roçou o nariz na cabeça do gatinho, que se aninhou em seu colo.

— Parece cheiro de...Carne podre, sei lá. — Chaeyoung levantou do sofá e foi abrir a sacada, deixando o ar de fora entrar. — Já olhei em tudo, e não pode ser daqui de dentro. — O cheirinho de lavanda no spray deu uma diminuída no odor que corria pelo ambiente, por sorte ninguém ali espirrou. — Cheiro ruim sem motivo, é encosto rondando o lar. Meu vô dizia isso. E hoje tá até um dia esquisito, sei lá, não sei explicar.

— Ah, pois eu sei! — Momo bateu no braço do sofá. — A Dahyun hoje se arrepiou todinha, do nada. Foi ela pisar pra fora da cama e pronto. Toda vez que as pernas dela ficam arrepiadas de manhã, pode saber, o dia não vai ser bom. — Mina e Chaeyoung se olharam, pensando a mesma coisa sobre as duas.

— Sério, como vocês parecem tanto serem casadas e nem namoram?

A teoria de Momo se concluiu quando Sana chegou. Com uma cara de poucos amigos.

— A Tzuyu desapareceu. O apartamento dela tá todo revirado. E eu não achei ela. E não posso achar sozinha, sem fazer magia. Eu não sei o que foi que aconteceu, mas ela não está a salvo. — Sana se segurava para não desabar. — Por favor gente. Nós precisamos achar ela.

Teve que se segurar mais um pouco quando viu o olhar determinado de Mina bem na sua frente. De um jeito protetor, ela conseguia demonstrar sem toques, tudo o que demonstraria se pudesse dar um forte abraço em Sana.

— Nós vamos encontrar a Tzuyu. Eu vou fazer o possível e o impossível pra isso.

[...]

A Bruxa Tá SoltaOnde histórias criam vida. Descubra agora