Casamento

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— Oi. — Respirei fundo. O lance de esquecer um do outro já acabou? Coloquei a fatia de pizza que eu acabei de comer um pedaço, de volta lá. Ajeitei minha postura de corcunda de Notre Dame e pausei o filme.

— Oi... você é ... a amiga? Amiga do Noah ? — semi cerrei os olhos.

Idiota

Isso é o que ele é, sínico, safado! Mordi o lábio inferior de tanta raiva. Puxei o ar, uma, duas.... três vezes. E a minha vontade ainda era de ultrapassar as leis da física e dá-lo um soco pelo celular.

— Uhm. — Fiquei séria. — Ela mesma.

— Eh...Quer sair comigo? — O QUÊ?! Minha raiva era tão grande, que parecia sair fumaça da minha cabeça. Cerrei os punhos como se eu fosse bater nele. Tanto que nem conseguiria andar.

— Com. Você? — Minha voz saiu mansa na parte do “Você” até um pouco fina talvez. Parei pra pensar. Talvez fosse um pedido de desculpas. Seria ótimo aumentar meu ego. Sorri maliciosa. — Beleza. Pode ser. — Meu sorriso ficou tão maléfico, que até eu me assustaria.

— Tudo bem. Amanhã às 20:00. Vou buscar você. — Ele falou simples. Tive o prazer de apertar no botão de desligar. Meu sorriso ficou tão debochado...adorei. A pizza ficou mais gostosa, quando peguei ela e mordi. Amanhã vai ser perfeito. Mas.... nossa, amanhã eu vou viajar. Olhei meus número de contato, tentando achar o número que acabou de me ligar. Fui no histórico de chamadas. Cliquei no número.....nada. nada ainda.....Droga. Ele não atende.

[...]

— Senhores passageiros, por favor apertem os cintos de segurança, quando a luz estiver vermelha. Para caso de emergência. Essa porta e essa são saídas.... — A aeromoça de cabelos ruivos começou a mostrar passos de emergência. Nem ligo, porque o sono que eu sentia nesse momento, não era normal. Fechei os olhos e dormi. Ou ao menos tentei. O velho ao meu lado parecia estranho, eu estava do lado da janela e ele ao meu lado, era a classe executiva, só tinham dois bancos, todos estavam dormindo. Porque aquele velho tá olhando pra mim assim? As roupas cobrindo o meu corpo, já não pareciam estar lá. Seu olhar era tão perverso. Ignorei. Tentei me cobrir com o cobertor que me deram. Mas ainda assim. Não funciona. Me levantei.

— Com licença. Vou ao banheiro. — Ele sorriu. Que nojo. Me levantei. — Pode por favor. Se levantar rapidinho? — Perguntei já me sentindo um nojo.

— Eh. Acho que não. — Ele me examinou de novo. Passei o mais rápido possível. Mas foi desconfortável. Corri para o banheiro e fiquei lá. Tentando me acalmar. Tudo bem. Tudo bem. Estralei meus dedos da mão. Mordi os lábios. Caramba, caramba. Isso nunca me ocorreu. Eu posso falar com alguma aeromoça. Abri a porta do banheiro. E caminhei até meu acento para pegar minha mochila. Ele não estava mais lá....olhei para a pessoa. Não. Não pode ser. Ele se levantou, e esperou eu passar. Me sentei no meu banco e respirei fundo, eu estava aliviada.

— O que tá fazendo aqui ? — O olhei. Coloquei meus pés dentro da cabine confortável e me cobri com o lençol. — Amigo do Noah.

— Eu. Tenho um jogo lá. E também. Eu moro lá.

— Uhm. — Sorri. A raiva que eu tinha dele, não pareceu tanta quando ele fez aquilo por mim. Meus olhos começaram a ficar pesados de repente. Deitei e dormi.

[...]

— Senhores passageiros. Estamos nos preparando para a aterrissagem. Afivelem seus cintos de segurança e obrigado pela preferência. — Foi isso que escutei quando acordei. Levantei meu corpo para frente, afivelei o cinto. Agora é hora de me arrumar. Peguei meu espelhinho e comecei a passar batom e rímel. Também um pouco de corretivo naquelas olheiras gigantes. Sorri, quando meu reflexo estava perfeito. — Ouça. Você sabe dizer o quanto tempo demora esse voo? — Falei simples pra Yoongi. Pois eu queria saber quanto tempo eu dormi.

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