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[ 08:30 A.M. ]
~ 25 de Novembro ~
~ Sábado ~• Liah Dias:
| Rio de Janeiro |"Por que estou aqui?"
Me fazia essa pergunta repetidas vezes, enquanto me mantinha imóvel a frente de uma casa. Não que eu estivesse tão admirada pela sua beleza rústica, que nem sequer podia me mover dali, eu, simplesmente, não CONSEGUIA me retirar dali. Não por conta própria.
Voltando a atenção àquela casa, ela era exponencialmente grandiosa e possuía um design vintage de fazer qualquer apaixonado por antiguidades desse tipo surtar. A sua cor, certamente, realçaria ainda mais essa sua beleza bucólica. Infelizmente, não poderia ter tal certeza naquele momento. Afinal, a minha visão não colaborava, já que via tudo em preto e branco, feito um filme antigo.
E finalmente, dei o meu primeiro passo. Achei que alcançaria a campainha daquela casa e a tocaria, como qualquer um realizaria antes de entrar em uma casa desconhecida. Porém, invés disso, eu simplesmente entrei e, em menos de um piscar de olhos, já me encontrava novamente imóvel, só que logo no meio da sala de estar daquela moradia.
Por algum motivo, embora reconhecesse aquela casa como desconhecida, eu não sentia essa sensação, nem um pouco. Era como se... se eu já a conhecesse de alguma forma, mas não sabia ainda como. Eu apenas... sentia isso. Era estranho, e até mesmo assustador, mas eu continuava imóvel, percorrendo aos poucos todo aquele recinto com o meu olhar atento.
Foi então que, inesperadamente, ouvi risadas vindas da área externa da casa, acredito eu, do quintal. Pensei em forçar os meus membros para irem até lá, mas logo uma menina, de estatura baixa e visualmente feliz, veio do interior daquela moradia, correndo com um envelope em mãos. Ela parou exatamente na minha frente e me olhou, entregando-me logo em seguida aquele envelope que trazia. Confusa, e curiosa, o peguei em mãos e procurei abri-lo. Contudo, antes que conseguisse descobrir o conteúdo que se encontrava em seu interior, mãos me impediram.
Mãe e pai: Liah. ― ambos pronunciam, em uníssono, retirando aquele envelope de minhas mãos. ― por quê? ― eles perguntam, tendo as suas peles despedaçadas de pouco em pouco, de uma maneira assustadora. ― por que... nos matou?
Liah: o quê? ― eles se afastam, se transformando em dois montes de poeira em menos de segundos. ― não... não!
Mãe e pai: por quê, filha? ― suas vozes ecoam em meus ouvidos, dessa vez, mais altas. ― por que nos matou, Liah? ― eu, trêmula, olho para as minhas mãos, vendo ambas banhadas por um líquido avermelhado, que seria o mais puro sangue. ― por que nos matou, Liah? Por que nos matou, Liah? Por que nos matou, Liah? Por que nos matou, Liah? ― eles repetem e eu me afasto, sentindo a minha audição oscilar de forma excruciante. ― Liah... Liah... minha filha... Liah... LIAH!
Liah: NÃO! EU NÃO MATEI! NÃO! NÃO! EU...-
Pai: Liah! Acorde, por favor! ― eu abro os meus olhos e me sento na cama, vendo que aquilo tudo não passara de um pesadelo idiota. ― oh, minha filha... Shhhh. ― eu aceito a sua troca de carinho, um abraço mais do que reconfortante. ― o pai está aqui, 'tá? Se acalma, meu bem.
Lágrimas repentinas passaram a deixar os meus olhos, trazendo-me uma angustiante e dolorosa sensação em meu peito.
Pai: já é a quarta vez que você acorda com algum pesadelo, meu amor. Eu odeio quando isso acontece, odeio tanto. ― eu tento engolir aquele choro, mas era inútil. De uma forma ou de outra, eu compreendia que precisava desabafar. ― shhh... Está tudo bem, Liah. Tudo bem. ― sinto os seus lábios selarem o topo de minha cabeça, em uma tentativa de me tranquilizar perante tamanho desespero.
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De Repente, Você. (O Encontro)
Fanfic~> [ Concluída ] <~ Brasil. Japão. Uma turma. Uma viagem. Um garoto arrogante, como uma pedra impenetrável. Uma garota radiante, como o Sol praiano. Segredos. Mistérios. Revelações. Poderá haver algo que ligue todos esses aspectos? A verdade, quando...