Capítulo XVII • Um Refresco?

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[ 23:30 P.M. ]
| Sobre a areia de Copacabana |

Depois que me separei das minhas "responsáveis", por pura ingenuidade das mesmas, que permitiram a minha ida tranquila com as minhas amigas malucas, e totalmente desajuizadas ― pelo menos, uma delas. ― as acompanhei para o outro lado daquela vasta praia. Em uma distância considerável, e longínqua, dos meus familiares. ― de um lado, eu até agradeço por isso.

Eu desacreditei quando a Mina disse que havia realmente convencido o seu professor sinistro de que seria uma ótima ideia, e uma ótima forma de aprendizado, trazer a turma toda para cá, em uma plena noite festiva de Ano Novo.

Só pela cara de desânimo e cansaço daquele homem, já se encontra claro que ele nunca, em hipótese alguma, aceitaria um "passeio/treino noturno". Bom... Foi isso o que eu acreditava, até ver todos acomodados na areia. Inclusive, o tal professor Shota Aizawa, que lia um livro logo ao meio de toda aquela barulheira e tumulto. ― quanta força de vontade e concentração, não?

Um tanto sem jeito pela minha aparição inesperada, e até mesmo forçada, me acomodei ao lado das meninas, que haviam se acomodado na areia, formando uma roda de conversa. ― e QUANTAS conversas...

Mina: olha, olha, olha... ― ela deixa, logo ao meio da roda, uma bandeja de madeira envernizada, repleta de drinks, felizmente, sem qualquer gotícula de álcool. ― saindo mais uma rodada de bebidas, amigas.

Jirou: só suco não tem graça, sabia? Cadê uma Vodka? Um Whisky? Nem uma Caipirinha clássica? ― eu reviro os olhos, chegando a sentir ânsia só de pensar nesses líquidos mortais.

Mina: eu concordo plenamente contigo, Jirou! ― elas batem as palmas das mãos, enquanto eu e as demais garotas apenas bebericávamos aquelas bebidas. ― como eu queria ver a Liah daquele jeito de novo. Foi hilário, amiga, hilário!

Liah: comenta sobre essa ocasião de novo e eu te lanço uma mãozada de areia, garota. ― deixo o meu drink de lado, liberando um breve suspiro. ― você me traumatizou aquele dia, Mina. Não consigo mais nem pensar em álcool, sabia?

Mina: exagerada. ― ela também deixa o seu copo de lado, determinada em encher o meu saco por essa noite inteira. ― e pode parar de reclamar, 'tá? Lembra do que aconteceu depois? Vai me dizer que não gostou, hein?

Argh... Como eu quero enterrá-la nessa areia...

Liah: de ter o meu pé todo f*dido por um caco de vidro? Não, eu não gostei. ― declaro, evitando recordar do que prosseguiu esse fato desastroso.

Mina: você sabe que não é disso que eu estou falando, Liah.

Maldita seja a boca dessa idiota.

Depois de suas palavras impensadas, um silêncio constrangedor tomou conta daquela roda. Todas as meninas alternavam os seus olhares entre mim e a Mina, notando a abertura daquele específico assunto, reconhecendo que faltava uma parte. ― a qual, queria esquecer até o fim de minha existência nessa terra.

Tsuyu: você está falando sobre o Bakugou ter levado a Liah ao hospital e não ter saído do lado dela em nenhum instante, Ashido? Kero-kero. ― ela questiona a rosada que, invés de calar a boca, apenas afirmou, clareando a mente de todas.

Mas... ARGH!

Liah: Mina! Você contou para elas?! ― ela dá de ombros, pouco se importando com o quanto aquilo era vergonhoso para mim.

Mina: infelizmente, não há segredos entre nós, Liah. Somos Best Friends Forever. O que você queria que eu fizesse?

Liah: que levasse as coisas mais a sério; que não visse o mundo pelo seu próprio umbigo estúpido; que buscasse calar a boca quando necessário; e que pensasse em preservar, pelo menos um pouco, a dignidade de suas Best Friends Forever! Será que isso é pedir muito?!

De Repente, Você. (O Encontro)Onde histórias criam vida. Descubra agora