Capítulo XI • Maldito Caco de Vidro

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[ 22:20 P.M. ]
| No hospital do centro de Copacabana |

Por todo o caminho, eu não fiz questão de fazer mais nada que não fosse liberar aquelas lágrimas acumuladas.

A dor era em uma proporção tão grande, que já estava influenciando os meus sentimentos, e a minha maturidade. Eu parecia uma criança de sete anos e meio, que acabara de se machucar e não conseguia fazer mais nada a não ser chorar e se abraçar ao seu ente querido que a carregava nos braços.

No meu caso, eu me sentia aquela mesmo menininha de sete anos e meio, que tinha se esborrachado no piso após ignorar a placa amarela de "Atenção! Molhado. Não pise!", contudo, quem me carregava e que me dava o devido apoio não era o meu pai.

Passava longe de ser ele, e, sendo sincera, nem ao menos queria que fosse ele. Certamente, se esse fato doloroso chegar aos ouvidos dele, eu nunca mais poderei sair de casa sem estar sob sua supervisão. Quem me carregava, com uma força que a cada passo dado me surpreendia, era aquele loiro idiota, e que ainda estava irritada, por ter interrompido a minha noite. ― esse é o porém de ficar bêbada. Você sabe que está errada, mas segue acreditando que tem razão.

Mina: ENFERMEIRA! ― ela grita, logo que coloca os pés dentro do pronto-socorro.

Bakugou: qual o seu problema, caralh*?! Estamos em um hospital! Fala baixo, p*rra! ― a rosada sorri, sem jeito perante a mancada que acabara de dar.

Liah: ai... meu pezinho. ― a ardência volta a dar as caras e eu, já sem aguentar mais aquela tortura dolorosa, voltei a chorar. ― 'tá... 'tá doendo. ― digo mais uma vez, com a minha face rente ao pescoço do Bakugou, que estava bem perfumado por sinal. ― hum... Que cheiro bom. ― comento, abraçando-o com mais força.

Bakugou: você é tão idiota. ― eu acabo sorrindo, mas logo retomo a minha melancolia, repleta de dor e sofrimento.

Enfermeira: ah... Olá. ― uma voz doce chega aos meus ouvidos, chamando a minha atenção de imediato. ― está tudo bem? O que houve com a garota?

Mina: se estivesse tudo bem não estaríamos aqui no pronto-socorro, não acha? ― declara, um tanto bruta.

Bakugou: você! ― se volta a Mina e mostra uma cadeira ainda vaga naquele recinto. ― cala essa boca, senta ali e deixa que eu resolvo. Entendeu? ― determina e a Ashido acaba obedecendo, se sentando na cadeira feita uma criança emburrada, após a bronca dura dos responsáveis. ― e você! ― se volta a enfermeira, que parecia um tanto atordoada, assim como eu fiquei quando conheci a personalidade forte desse garoto. ― não 'tá vendo o pé dela?! Não 'tá vendo o sangue, p*rra?! ― um silêncio toma conta daquela região do hospital e o Katsuki, embora ainda influenciado pela sua recorrente falta de paciência, tentou se acalmar. ― a idiota aqui pisou no caco, falou? E...e precisa de cuidados, antes que dê uma merda ainda pior.

A enfermeira a nossa frente, que nos atendeu nesse primeiro momento, se calou por alguns instantes, como se estivesse processando essa mudança brusca na personalidade desse loiro. Felizmente, como eu disse, isso só levou alguns instantes, antes dela voltar à realidade e ao seu senso de profissional na medicina.

Enfermeira: quantos anos vocês têm? ― pergunta-nos, me deixando um tanto confusa. É realmente necessário isso?

Bakugou: dezoito e dezesseis. ― simplesmente diz, acertando no chute a minha idade. Impressionante. ― por que quer saber, hein?

Enfermeira: ah... É que ela ainda é de menor e... se vocês não tiverem nenhuma relação mais "séria" e "próxima"... ― ela faz aspas com as mãos, deixando claro sobre o que se referia. ― eu não poderei fazer nada enquanto algum dos responsáveis dela apareça aqui e permita que eu realize os procedimentos necessários.

De Repente, Você. (O Encontro)Onde histórias criam vida. Descubra agora