Capítulo XIV • Uma Vinda

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[ 09:50 A.M. ]
| Pelas avenidas do Rio de Janeiro |

Fazia mais de quarenta minutos que estava acomodada no banco do passageiro do carro de meu pai, percorrendo, juntamente dele, as ruas daqui da cidade do Rio de Janeiro.

Por se tratar de um dia da semana muito desejado, o bendito sábado de descanso, em que a maioria das pessoas deixam as suas casas para irem até os parentes, para correr no parque, e até mesmo dar um mergulho no mar, acabar em um baita congestionamento nas avenidas principais do centro, foi totalmente inevitável.

Meu pai, sempre tão sereno, nem ao menos se importava. Cantarolava a melodia de uma música qualquer que se era tocada no rádio, enquanto acelerava e desacelerava com calma, no mesmo ritmo da maioria dos automóveis naquele maldito engarrafamento. Já eu, estava nos nervos. Por mim, largaríamos esse carro aqui e seguiríamos a pé, seja lá para onde fosse. ― exato, eu ainda não fazia ideia de onde estávamos indo.

Desde que deixamos o estacionamento da Pousada Paradise Palace, eu insisti e insisti para que o meu pai abrisse a boca e me contasse o que ele ainda mantinha em sigilo absoluto, mas o Sr. Edgar era muito mais firme do que eu imaginava.

Meu pai continuava mantendo tudo em segredo, o que estava acabando comigo. Graças a minha ansiedade em desvendar esse mistério, perdi todas as minhas unhas recém-crescidas e dilacerei todo e qualquer resquício de esmalte que elas possuíam com os meus próprios dentes.

Minha autoestima com relação à elas caiu drasticamente, e tudo por culpa de uma maldita ida até um lugar que o meu pai continua persistente em não dizer onde é, o que é e porquê estamos indo até lá.

Pai: e... chegamos. ― ele desliga o carro, mostrando que finalmente havíamos chego ao tal "local misterioso".

Eu, como uma criança de cinco anos de idade, retirei o meu cinto de segurança e abri aquela porta de imediato. Dei um salto para fora e observei o meu redor com anseio, buscando reconhecer o local onde estávamos. E eu logo o reconheci.

Era impossível não saber que nos encontrávamos em frente ao aeroporto internacional daqui da cidade. Seu tamanho grandioso, seu design aéreo surpreendente e repleto de elegância, a movimentação de diversas pessoas apressadas, com suas malas imensas em mãos, correndo para não perderem o vôo.

Todos esses aspectos entregavam que eu e o meu pai passamos minutos, que mais pareciam horas, em congestionamentos para estarmos aqui, no aeroporto da cidade.

Sinceramente, não sei se rio, ou se choro. Eu não tinha expectativa sobre nada, admito, mas... o aeroporto? O que ele vai fazer? Me despachar para os meus parentes só porque andei dando um trabalho um pouco maior nesses últimos tempos?

Liah: o que viemos fazer aqui, pai? ― pergunto confusa, deixando de admirar aquele grandioso estabelecimento aéreo. ― se é um presente de formatura, já vou logo avisando que não trouxe nada, a não ser essa roupa do corpo, apenas.

Pai: não se preocupe, filha. Não se trata disso. ― tranca o carro e me segura pelos ombros, levando-me até a entrada daquele imenso aeroporto. ― algum dia você viajará internacionalmente, mas hoje não é esse dia, tudo bem? ― eu prossigo caminhando, um tanto espantada com o tamanho daquele lugar, e com a sua movimentação agitada. ― venha, Liah. É por aqui.

Unindo a minha mão a do meu pai, o acompanhei por outra área daquele aeroporto. Pelas placas sempre tão visíveis, identifiquei que estávamos a caminho da área de desembarque, onde, obviamente, as pessoas chegam em solo brasileiro.

De Repente, Você. (O Encontro)Onde histórias criam vida. Descubra agora