Capítulo XXXVI • Possibilidade Rebelde

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~ 17 de Fevereiro ~
~ Sábado ~

[ 08:40 A.M. ]
| Na mesa de café da manhã |

Pai: bom dia, minha linda! ― declara, alegre e animado como em todas as manhãs. ― todos acordaram bem cedo, então a mesa do café da manhã é toda nossa. Como nos velhos tempos.

"Como nos velhos tempos"
Ah... Não sei se rio ou se choro com essa frase.

Liah: e pelo visto, isso te deixou bem animadinho, 'né pai? ― sento-me à mesa, recebendo na sequência um prato de ovos e bacon.

Sim, ele está realmente bem animado hoje.

Liah: a noite foi tão boa assim? ― questiono Agatha, que se dividia entre alimentar Zaya e ingerir seu suco saudável de laranja.

Agatha: eu conto ou você conta, Ed? ― se volta ao meu pai, que, após dar uma de chefe de cozinha matinal, voltara a se acomodar à mesa.

Liah: contar o quê? ― pergunto, terminando de engolir aquela maravilha de ovos e bacon, que somente o meu pai sabe fazer. ― nem adianta disfarçar. Já estou curiosa 'pra caramba. Andem, falem!

Os dois se olharam por alguns instantes, então uniram as mãos e se voltaram à mim, compartilhando de sorrisos adoráveis e que me atiçaram uma certa curiosidade. Qual era o motivo de tamanha felicidade logo de manhã?

Pai: bom, filha. Eu e Agatha...-

Agatha: EU VOU CASAR! ― diz de uma vez, mostrando o seu anel lindíssimo de noivado.

Liah: O QUÊ?! SÉRIO?! AAAAHHH! ― a euforia me consome e simplesmente salto daquela cadeira, indo correndo até a minha quase-oficial-madrasta. ― Agatha! Meu Deus!

Pai: era para contarmos isso juntos, amor. ― avisa, mas foi totalmente ignorado por ela e sua felicidade reluzente.

Agatha: não é lindo? Olha os brilhinhos! ― eu apenas assinto freneticamente, impactada com aquela bombástica novidade. ― o pedido era para ser hoje, mas acabei vendo o seu pai com a caixinha e... foi. AH! EU 'TÔ TÃO FELIZ!

Liah: e eu, então?! Estou sem palavras! Absolutamente! ― nos abraçamos, sem medir a força. ― mal vejo a hora de poder te chamar oficialmente como madrasta, Agatha. Mal vejo a hora!

Agatha: eu digo o mesmo, minha menina. ― sela minha têmpora esquerda, rodopiando-me brevemente pela cozinha. ― já te considero como minha enteada, Liah. Mas, quando for oficial de verdade, considerarei MUITO mais.

Me separaria dela naquele momento, após um abraço tão apertado e caloroso, porém, meu pai decidiu se juntar conosco e o abraço entre duas mulheres, madrasta e enteada, se tornou um abraço em família. Não o neguei, obviamente. Pelo contrário, o retribuí com todo o amor presente naquele instante em meu peito. Todo.

Como amo esses dois...
Como eu amo!

Liah: e você priminha, vai ter uma tia-oficial! Não é legal, hein? ― anuncio para a Zaya, que apenas gargalhava, enquanto a elevava com os braços. ― podia ter me contado antes o que pretendia, pai. Adoraria fazer uma surpresa para a Agatha. ― pisco na direção dela, vendo-a limpar os lábios da espuma natural daquele suco.

Pai: eu contaria, meu bem. Mas... aconteceu tudo aquilo e... Foi mal. ― desculpa-se, claramente sem jeito.

Balancei a cabeça e sorri de forma meiga, demonstrando que estava tudo bem e não tinha pelo que ele se desculpar. Com cuidado, coloquei Zaya de volta em sua cadeirinha e lhe entreguei uma colherada de sua papinha. Ela engoliu uma parte, mas cuspiu outra, contribuindo, e muito, para a lambança de seu babador.

De Repente, Você. (O Encontro)Onde histórias criam vida. Descubra agora