Capítulo IV • Maldito Cartão

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~ Segunda-feira ~
~ 27 de Novembro ~

Decretei toda aquela tarde de ontem, como "tarde da preguiça".

Exatamente isso. Passei toda a tarde em meu quarto, de preguiça, sem fazer absolutamente nada de importante.

Confesso que não estava tão exausta para chegar à esse ponto, mas não importa. P*rra! Eu já estou livre dos deveres do colégio há tempos, e ontem era domingo, dia de relaxar. Dia da semana que a maioria tira para relaxar e se reconectar, tanto com a sua família, quanto com o seu "ser interior", ignorando quaisquer obrigações maçantes.

No entanto, no meu específico caso, eu não fiz nada disso. Não me reconectei com nada, e nem com ninguém. ― a não ser que a cama venha a valer. Pois, se sim, terei me reconectado MUITO bem com ela.

Depois que despertei da minha agradável soneca no quarto de meu pai, ainda acomodada naquela poltrona reclinável maravilhosa, e que renova totalmente a minha coluna deplorável, dei um breve adeus para a vista exuberante da praia e segui até o meu quarto, onde fiquei até altas horas da noite.

Pelo o que me recordo, saí poucas vezes dele. Não estava muito afim de piscina, de tomar bronze, pegar onda na prancha, nem nada do tipo. Não é por nada, eu só... não 'tava afim, sacou? Só isso.

Eu cheguei a pensar em ir até a Srta. Bragança para bater papo, mas sabia que ela estava ocupada demais, e não queria atrapalhá-la. Pensei também em ir atrás do meu pai, e ajudar ele nas coisas da pousada, mas...da última vez que o vi pela janela de meu quarto, ele ainda estava mostrando os estabelecimentos e serviços daqui da Pousada Paradise Palace aos novos hóspedes. ― argh... não sei 'pra quê tanta preocupação com aqueles idiotas. São só hóspedes, poxa!

É... eu estava um pouco irritada sim. Ontem, se não fosse pela ocupação de meu pai e de Agatha com essa "clientela do Japão", estaríamos juntos na praia, como todo domingo acontece, desde que me conheço por gente. E sim, eu sou egoísta com essas coisas.

Pelo o que descobri, por mérito meu e de minha audição aguçada, todos aqueles pirralhos eram de um colégio do Japão, chamado U.A. Eu já ouvira falar a respeito dele, e até já lia algumas notícias nos sites espalhados pela vasta Internet.

Não vi nada demais. É só um colégio que tem um curso que prepara futuros heróis, só isso. 'Tá... É grande coisa sim, mas... eu não ligo. Não tenho nada contra quem quer ser herói, juro. Até porque, eu admito que também queria quando mais nova, só que... percebi que essa área não serve para mim, e nem para a minha individualidade.

Fora tudo isso, descobri que eles aceitam qualquer pé-rapado naquele lugar. Afinal, aquele loiro aguado e idiota que cruzei no corredor, além do seu amigo de cabelo ruivo desbotado, são alunos dessa turma. Já estão no 3° ano e logo vão se formar para serem heróis de verdade. ― sinto é pena de quem for salvo por aquele garoto. Moleque mais estúpido e sem educação, p*ta que par*u.

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[ 10:50 A.M. ]
| No quarto de Liah |

Os meus três alarmes já tinham disparado, alertando-me de que já se passavam das dez horas da manhã. Porém, eu não me importei e apenas apenas os desabilitei, por hoje.

Sei que estou de férias, mas acordar tarde nunca foi o meu forte.

Sabe o relóginho que temos em nosso corpo, que faz a gente acordar todas as manhãs? Às vezes, até mesmo antes do alarme? Então, justamente ele que não me deixa acordar tarde, embora eu realmente queira e precise. Tudo bem que... na maioria das vezes, aquele maldito pesadelo contribui, e muito, para isso. No entanto, hoje, por um milagre divino, eu não sofri aquela angústia de todas as madrugadas. Não tive qualquer sonho, seja bom ou ruim.
Absolutamente, nada.
Vai me dizer que não é um sinal? Bom... eu considerei, e ainda considero, como um. Tenho a sensação de que o dia hoje será ótimo, com Ó maiúsculo!

De Repente, Você. (O Encontro)Onde histórias criam vida. Descubra agora