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~ 01 de Fevereiro ~
~ Quinta-feira ~• Liah:
| Ainda presa naquele local desconhecido |As coisas não estavam boas. Ou melhor, não haviam melhorado. Apenas piorado.
Não fazia ideia de que dia da semana era. Estava presa nesse cubículo tão desprezível há tanto tempo, que perdi a noção do mesmo.
Até poderia não fazer tantos dias que estava aqui, presa como uma criminosa. Afinal, lembro-me perfeitamente de quando o Shigaraki disse que o tal do All For One só chegaria após três dias. Portanto, ainda não havia perdido TANTO tempo de minha vida pacata. Pelo menos, literalmente, já que em minha mente parecia que estava ali há décadas.
A sensação era horrível, e dificultosa para se descrever assim, em palavras e pensamentos fúteis.
Continuar naquele cômodo, me obrigando a chamá-lo de meu quarto atual, era algo angustiante. Nojento. Pavoroso. Desesperador.
Não tinha qualquer vislumbre do dia lá fora. Era tudo escuro e fechado, fazendo-me entender o quanto sofro de claustrofobia. O ar era rarefeito e eu já não me enlouquecia por não respirar adequadamente. Estava ciente de que não adiantaria nada. Estava ciente de que entrar em pânico apenas pioraria ainda mais as coisas.
Nada estava como antes.
Nada estava no adequado.
Nada estava no aceito pela sociedade.Não me alimentava de forma decente e devida há um bom tempo. Meu café da manhã, almoço e jantar não passavam de água mineral quente com pão velho ou bolachas murchas. Era sempre isso e eu não podia reclamar. Dabi fazia a maldita questão de me ver comendo e reparar se reclamaria de algo, mesmo que somente na expressão. No momento seguinte, não haveria comida e quem se f*dia era eu.
Aquilo já estava insuportável.
Queria só que tudo acabasse, que retirassem de mim minha individualidade de uma vez por todas e eu fosse descartada. Descartada e libertada. A probabilidade real disso acontecer era pequena, eu sabia. Mesmo assim, eu precisava acreditar nisso. Era a única coisa que me mantinha de pé, que me mantinha firme e com esperanças no futuro.
Despertei no susto daquele breve cochilo que conseguira tirar após passar uma madrugada inteira sem conseguir pregar o olho. Alguém batia compulsivamente na porta de metal que resguardava meu quarto, fazendo um barulho estridente ser ecoado. Queria fingir estar dormindo profundamente, mas nem que tentasse seria convincente o bastante.
Dabi: ei, garota idiota! Levanta! Não tenho o dia todo! ― engulo em seco e, antes que me reerguesse adequadamente, Dabi invadiu meus aposentos. ― anda, cacet*! Anda!
Liah: argh! Meu braço! ― me agarra pelo antebraço e simplesmente me joga para fora daquele quarto.
Sem forças, acabei caindo sobre o chão. No entanto, não demorou para ser posta contra minha vontade de pé. Dabi agarrou-me pelos cabelos, me levantou e ordenou que caminhasse, mantendo sua mão, que esquentava mais a cada instante, na altura de minha nuca, apertando-a com intensidade.
Descobri da pior maneira qual a individualidade desse desgraçado. Suas chamas me queimaram no pulso tempos atrás. Me neguei a continuar comendo aquela merda de alimentos. O irritei. Me irritei. Acabei exagerando no golpe. Fui golpeada na sequência e torturada pela sua queima, recebendo a orientação de que "aprenderia" com aquilo.

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De Repente, Você. (O Encontro)
Fanfiction~> [ Concluída ] <~ Brasil. Japão. Uma turma. Uma viagem. Um garoto arrogante, como uma pedra impenetrável. Uma garota radiante, como o Sol praiano. Segredos. Mistérios. Revelações. Poderá haver algo que ligue todos esses aspectos? A verdade, quando...