Capítulo XXIX • Dedicatória

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~ 25 de Janeiro ~
~ Quinta-feira ~

O dia de ontem passou voando. ― pelo menos, em minha percepção, foi assim.

Não tenho certeza do motivo que me levou a ter essa curiosa impressão, mas que eu a senti na pele, eu senti.

Há uma possibilidade de que o fato de ter me ocupado com alguns afazeres naquele esconderijo sem graça por livre e espontânea vontade, e não ter passado o dia todo jogada em minha cama, seja a responsável por uma parte considerável dessa sensação.

Não quero me gabar por nada, porque não tenho do que me gabar. Só tirei o dia para me entreter e distrair minha mentalidade problemática, e felizmente consegui.

Na parte da manhã, me reconciliei com a Srta. Bragança. Não que tínhamos brigado feio depois do que aconteceu entre mim e o meu pai, mas eu sentia que devia pedir as devidas desculpas para ela. Obviamente, Agatha aceitou de bom grado e o almoço 'pra geral ficou por nossa conta. ― confesso que esse momento entrou para a lista dos "Melhores Momentos com a Srta. Bragança", sem dúvidas.

Pelo resto da tarde, fiquei com a Zaya em seu quartinho. Na maior parte do tempo que estava em sua presença, ela preferiu dormir do que brincar. Por mim, enquanto estivesse com ela, não me importava se a teria acordada ou em um soninho adorável. As duas opções eram ótimas.

Quando a alinhei contra meu busto e ela adormeceu ali, claramente confortável, meu coração derreteu. Eu derreti, e precisei de apoio para não dar pulinhos perante tamanha fofura infantil.

Após mais uma ronda/treino dos alunos da U.A pelo Rio de Janeiro, aconteceu uma espécie de reunião.

Nada de tão bombástico, só um diálogo sobre tudo o que se transcorreu nesses últimos tempos. Aquele delegado que foi me visitar no hospital, juntamente do professor Shota Aizawa, estava presente com alguns policiais. Seu discurso pareceu épico, direto e sincero, porém, admito que não prestei atenção nem na metade.

A fala de meu pai, dizendo que Katsuki havia recuperado meu colar e ele merecia um "obrigada" da minha parte, martelava e martelava em minha mente. Ainda mais quando ele marcou sua presença na reunião com os seus colegas agitados. ― Kirishima, Sero e Kaminari.

Tentava me concentrar no delegado e em suas falas sucintas e esclarecedoras, mas quando se têm olhos escarlates, irresistíveis e reveladores te encarando há todo instante, fica um pouco difícil.
Não acham?

E eu o agradeci, depois dessa.

Quando o discurso se encerrou, quando as visitas foram embora e quando o povo se dispersou, restando somente eu, o Katsuki e alguns heróis que nem ao menos conheço, tomei a coragem de olhá-lo nos olhos mais uma vez e declarar os dizeres de agradecimento.

Sim, eu fiquei constrangida naquela hora. Afinal, não se é fácil simplesmente bater de frente com um cara que te deseja daquela forma e que tempos atrás estava no meio de suas pernas, te levando do céu ao inferno em minutos e por repetidas vezes. ― as memórias ainda estão vivas em mim e eu tenho certeza de que estava vermelha enquanto falava com ele.

Argh... Certeza de que estava.

[ 14:56 P.M. ]
| No quarto de Liah |

Acabara de retornar de um lanchinho com minha família na cozinha e agora, mantinha toda a minha atenção voltada ao colar que ganhara dias atrás.

Ele me intrigava e era angustiante não achar mais respostas sobre minha própria individualidade. O que eu sabia era que ela estava na lista das individualidades mais raras do mundo; possuía um poder que chamava a atenção de vilões assassinos; e esse colar de pedra de ametista estava ligada à ela de alguma maneira que ainda deixava a questionar.

De Repente, Você. (O Encontro)Onde histórias criam vida. Descubra agora