————— ※ ·❈· ※ —————
~ 02 de Fevereiro ~
~ Sexta-feira ~Ainda ontem, havia descoberto que não estava no mesmo esconderijo de antes. Era outro. Aliás, muito mais moderno e seguro.
Tinha saído para tomar um gole d'água na madrugada, mas acabei desistindo quando percebi que o caminho que peguei em direção a cozinha acabou em um cômodo diferente e que não conhecia. Pensei em questionar o Katsuki sobre isso, mas não tive a coragem de interromper seu sono magnífico por uma besteira dessa.
Na manhã que prosseguiu aquela madrugada, acordei sozinha em minha mais nova cama. Não me surpreendi, pois já esperava isso, e compreendi a clara razão. Bakugou teria que ir embora em algum momento, antes que o risco do meu pai, ou de qualquer outra pessoa, escancarar aquela porta e nos pegar juntos em uma cama aumentasse consideravelmente. Portanto, criei vergonha na cara e deixei aquele colchão e seu edredom aconchegante e perfumado. ― e que perfume.
Depois que despertei e me aprontei para um novo dia, em um novo lugar, meus pais, Edgar e Agatha, e até mesmo a minha priminha, Zaya, adentraram em meus aposentos. O reencontro entre nós foi incrível. Uma mistura peculiar e deliciosa de risadas, choros, pulos, giros e muito carinho.
Fiquei muito feliz por ver que todos estavam bem, principalmente Agatha. Quando Dabi a feriu daquela maneira, usando-a como pretexto para que eu aceitasse acompanhá-lo ― e acabei acompanhando-o. ―, não parei de pensar no seu estado. Mas agora, vendo-a aqui e assim, tão viva e risonha, vejo que tudo acabou bem, felizmente.
Apesar disso, eu estava ciente de que agi mal.
Podia ter impedido que tudo aquilo ocorresse contra nós duas.
Podia ter colocado em prática o que aprendi com aquele livro.
Podia ter utilizado minha individualidade e a fazer deixar de ser tão inútil para mim.
Porém, não fiz nada disso. Por medo. Por falta de confiança. Por falta de conhecimento.Além de ter pensado em Agatha, em toda a minha família e em quem mais amo sobre a face dessa Terra durante meus momentos presa e nas mãos da Liga, também abri espaço para refletir sobre isso. Sobre o poder que possuo, e as possíveis habilidades que estão ocultas adentro de meu ser; e em como elas podem me ser úteis atualmente.
Embora tenha levado mais tempo do que imaginava, tomei uma decisão definitiva, imutável e que via como repleta de coragem sobre esse específico assunto.
Não sei se estaria fazendo o certo e o aceitável, mas o meu coração dizia isso. Talvez o início será difícil, mas o que sinto em minha alma, releva como poeira fútil todo e qualquer sentimento de lamento e arrependimento.
Vai dar certo.
Eu confio que vai!Agatha: ah... Você está falando sério, Liah? ― questiona, balançando com o pé o carrinho de bebê que mantinha minha prima muito bem confortável.
Liah: estou, Agatha.
Agatha: bom... Okay, 'né? Por mim, tudo bem. ― se volta para o meu pai, unindo sua mão a dele. ― Ed? O que você acha?
Meu pai parecia nervoso, e com razão. Sua filha acabara de lhe contar a decisão que tomou: treinar a sua individualidade, que desde sempre renegou, com todas as suas forças e comprometimento.
Sei que se trata de algo muito brusco e inesperado, mas o meu pai não tem o que fazer. Eu já decidi, e quero mais do que nunca trazer honra e proteção à eles, usando a minha individualidade da maneira que deve ser. Usando-a para o bem. Para a segurança deles e de todos que amo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
De Repente, Você. (O Encontro)
Fanfic~> [ Concluída ] <~ Brasil. Japão. Uma turma. Uma viagem. Um garoto arrogante, como uma pedra impenetrável. Uma garota radiante, como o Sol praiano. Segredos. Mistérios. Revelações. Poderá haver algo que ligue todos esses aspectos? A verdade, quando...