Capítulo XXIV • Explicações

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~ 16 de Janeiro ~
~ Terça-feira ~

[ 10:35 A.M. ]

Mina: mais... quatro! ― grita ela, logo que pôs a nomeada carta ao meio da roda que havíamos formado. ― mais quatro! Mais quatrooo! ― comemora o meu azar, com um sorriso irritante no rosto.

Liah: sem graça... ― pego tal quantia de cartas, indignada com o fato de instantes atrás possuir apenas uma, e agora, ter cinco.

Srta. Bragança: elas sempre jogam tão sério assim? ― pergunta à Ochako, que apenas concordou, impressionada assim como ela. ― okay... ― mordisca seu lábio inferior, visivelmente orgulhosa de si mesma. ― mudo de cor e... UNO! GA-NHEI!

Liah: como é que é?! ― processo minha derrota, com grande desgosto. ― ARRGGHH! Chega! Eu não quero mais jogar! ― jogo minhas cartas sobre as outras, desistindo daquela brincadeira idiota.

Srta. Bragança: oowwnnn... 'Tá emburradinha, 'tá? ― eu reviro os olhos, ouvindo os risos de todas ecoarem por aquele recinto.

Uraraka: relaxa, Liah. É só um jogo. ― tenta me tranquilizar, enquanto organizava aquelas dezenas de cartas.

Mina: é. É só um jogo, Liah. Mas... que você não sabe perder, você não sabe mesmo. ― declara, sendo de imediato repreendida pela Ochako.

Liah: argh! Cala a boca, Mina! ― todas riem novamente, para o meu profundo incômodo.

É, eu admito. Não sei perder essas merdas de jogos infanto-juvenis.
E quer saber? F*da-se, eu não me importo também.

Uraraka: ah... Meninas? ― ela se volta para nós, apontando para a mesa em que acabara de deixar o jogo de cartas. ― tem um celular vibrando aqui.

Srta. Bragança: acho que é o seu, Liah. ― informa e eu apenas estendo minha mão, influenciada totalmente pela preguiça que atingiu-me nesse instante. ― folgada.

Mina: Bakugou?! ― eu me ergo do chão de imediato, vendo a enxerida bisbilhotando meu aparelho celular com os olhos esbugalhados. ― o que eu perdi nesse tempo?! Desde quando vocês dois conversam?!

Liah: não te interessa. ― recupero meu celular de suas mãos e o resguardo logo atrás de mim, retirando-o do alcance delas. ― e quem disse que você podia mexer nas minhas coisas assim, Mina?! Que saco! Para de ser curiosa!

Mina: como se você não fosse, não é? ― eu suspiro, ajeitando o meu coque logo acima de minha cabeça. ― e aí? 'Tá esperando o quê?

Confusa, observei cada uma daquelas mulheres, reconhecendo em suas expressões que a curiosidade já tomara conta e o fato de que eu e o Bakugou estamos mais "próximos" não é mais segredo para elas.

Argh, Liah... Você só entra em roubada mesmo.

Liah: vocês não vão desistir de saber, não é? ― faço tal questionamento, embora soubesse da resposta só de olhar para as três. ― merda.

Uraraka: Agatha? Você está chorando?! ― eu olho para a minha madrasta, reconhecendo o seu drama excessivo e desnecessário.

Srta. Bragança: é muita emoção para uma pessoa só. ― ela finge enxugar lágrimas, com o seu bom humor de humorista profissional. ― minha Liah cresceu, meu Deus. E ela nem se deu ao trabalho de me contar primeiro. Que traidora você, hein Liah?!

Mina: exatamente! ― concorda, cruzando os braços com seriedade.

Liah: argh. Eu mereço. ― suspiro, tentando readquirir minha paciência antes de surtar de uma vez por todas. ― não há o que contar à vocês, 'tá bom? Eu e o Bakugou não temos nada.

De Repente, Você. (O Encontro)Onde histórias criam vida. Descubra agora