Capítulo 34

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  - Eu estou aqui! É a mim que você quer! Venha me pegar. - Ashley havia gritado a plenos pulmões naquela noite escura, com uma raiva ardente como o fogo do inferno. Obteve alguma resposta? Não, a pessoa por trás das mensagens anônimas gostava daquilo, gostava de brincar com ela como um predador faria ao torturar sua presa antes de mata-la.

  Havia entrado no jogo dele ou dela, tentado fingir que estava confiante e que sabia exatamente o que estava fazendo. Mas era difícil ficar forte depois de todas as coisas que já haviam acontecido com seus amigos. Por culpa sua. Era tudo sua culpa.

  Aquele lugar era um labirinto do mal que havia sido feito para prender ela e seus amigos como animais presos em zoológicos. Tirando as áreas do terreno, em sua volta não se via nada além de grades e muros com cerca elétricas e arames ferpados.

  Ashley seguiu seu caminho entrando em mais corredores exatamente iguais aos demais. Uma vontade avassaladora de chorar lhe corroia a cada novo minuto sem encontrar um de seus amigos. E se eles estivessem mortos? E se no fim daquele jogo estúpido todos eles acabassem mortos?

O cenário a seguir foi o pior possível, Violet finalmente foi encontrada mas talvez tivesse sido melhor se Ashley não a tivesse achado daquela forma, assim guardaria em sua mente a lembrança da garota com síndrome de se tornar boa, com o olhar feroz e selvagem e não quase sem vida.

Apesar de todos os defeitos daquela amizade, de toda as peculiaridades, de todas as indiferenças e implicâncias, ela amava Violet Rivers a ponto de dar sua vida por ela se pudesse. A ponto de matar por ela.

  - Vi, acorda... - De repente estava ajoelhada de frente para ela, dando tapinhas em seu rosto enquanto a mesma abria e fechava seus olhos devagar e um filete avermelhado escorria pelo canto de seus lábios. A ruiva sentiu raiva, tristeza e quis berrar para os quatro cantos o quanto estava doendo ter em seus braços a sua melhor amiga e melhor inimiga quase entregue nas mãos da morte.

  - Não vai adiantar. - uma voz soou as suas costas. - Ela está partindo.

  - Ela não pode ir. Não pode me deixar... - murmurou pesarosamente.

  - Mas ela vai. Ela vai deixar você. Ela já deixou. - a voz continuava a falar, a satisfação em seu tom fantasmagórico dava a entender que sua meta era mesmo deixar Ashley Folley arrasada.
 
  - Quem é você? - perguntou a abelha rainha esforçando-se para tentar reconhecer a figura escondida no meio de toda aquela névoa. A voz trazia um pouco de familiaridade mas sua aparência estava oculta pelo capuz negro que lhe cobria a cabeça e parte do rosto. - Por que está sendo tão cruel?

  - Por que eu estou sendo tão cruel? - a pergunta venho acompanhada de uma gargalhada, como se o questionamento de Ashley fosse alguma piada. - Você merece toda crueldade do mundo, Folley.  É a pessoa mais ruim que eu conheço.

  - Se sabe disso, deveria saber que se continuar a perturbar meus amigos, vou destruir você. - Sabia perfeitamente dos motivos que levará aquela pessoa de rosto desconhecido a lhe considerar uma pessoa má. Ela era.

  Apesar de todas as pessoas daquela cidade temerem e respeitarem Ashley Folley, o anônimo pareceia incrivelmente corajoso diante da rainha de Rivers City. Se aproximou da patricinha e com grande suspense retirou seu capuz, enquanto a boca da outra caia e seus olhos se arregalavam.

- Você age como se fosse indestrutível, mas nós duas sabemos que está destruída.

  - Como você.... - Ashley estudava seu rosto como se visse um milagre. Estava abismada. - Como está aqui?

  - Voltei do inferno, Folley. - Amélia se aproximou lentamente dela e só parou quando estava próxima o suficiente para inclinar sua cabeça para frente e fitar com olhos ameaçadores os da outra. - E agora eu só retorno para lá quando levar você e seus amiguinhos junto.

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