Capítulo 33

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  Aquele não era um bom dia para se acordar na casa dos Cooper, Melina descobriu isso assim que foi desperta por sua irmã adentrando grosseira e ruidosamente em seu quarto, sem tomar o menor cuidado para acorda-la. Parecia furiosa.

  Assim que suas pálpebras se abriram as lembranças da noite passada voltavam com peso sobre ela, uma desgraça. Uma das grandes. Selene parecia gritar, sua boca se movia mas a concentração da outra não estava focada nela e sim no que tinha feito depois das taças de shampanhe a mais que havia ingerido durante o jantar em família.

  - Quer por favor se acalmar? - Precisou enfrentar o que estava acontecendo ali, havia passado dos limites e havia efeitos colaterais com os quais precisava lidar. Sua cabeça latejava e tudo parecia rodar. Além disso, seu estômago estava a um passo de lançar a comida da noite passada para fora.

  - Me acalmar? Você quer que eu me acalme? - o modo como questionava aquilo demonstrava que era algo que estava fora de cogitação. - Sua vadia!

  - Do que me chamou? - se sobressaltou e sentou. Mais ânsias. O jeito que sua irmã lhe encarava a fez se sentir a criatura mais suja e imunda do mundo. Como se ela fosse um monstro e não uma pessoa.

  - Do jeito que são chamadas as mulheres que transam com os namorados das irmãs! - a raiva consumia todo o seu rosto e daquela vez ela não fazia nenhum esforço para se manter civilizada, recatada ou educada.

  Os olhos de Melina saltaram, o nervosismo e desespero era tanto que achou que morreria ali mesmo. O que ela mais temia estava acontecendo naquele momento, como se a cena fosse tirada de um pesadelo. Suas mãos começaram a suar, seus olhos tinham breves apagões, ela estava morrendo, tinha certeza que sim.

  - Do-do que es-está fa-fa-lan-lando? - tentou ganhar tempo enquanto se concentrava em continuar respirando.

  - Não seja sonsa! Eu sei de tudo! - a cada segundo que se passava ela se parecia mais com um animal selvagem, fazendo esforço notório para não matar a irmã caçula. 

   - Eu realmente não sei do que está falando. - Sua voz não era mais neutra e sua respiração não era estável mas se esforçava para raciocinar como a verdade poderia ter chegado até sua irmã. Luther não contaria. Não poderia ter contado.

  - Olhe para isso! - Selene jogou algo na face da irmã mais nova, naquele momento a moça serena não existia e havia uma fera raivosa no lugar.

   - O batom... - murmurou segurando a maquiagem e rebobinando o passado como se voltasse momentos de um filme. O batom que deixará uma marca na roupa de Luther. O batom que ela disse para Selene que encontraria a dona...

  - Mamãe e eu mexemos nas suas coisas pela madrugada e eu o achei! - a noiva traída estava descontrolada, ela avançou sobre a amante do marido que pulou para longe e começou a usar a cama como obstáculo contra as tentativas da outra de lhe apanhar.

  - Mexeram nas minhas coisas? - seus olhos estavam marejados e ela continuava fugindo pelo quarto enquanto era caçada pela outra.

  - Transou com o meu noivo? - Selene era a pura demonstração do ódio humano.

  - Não! - desviou assustada em uma tentativa da irmã de lhe capturar pelos cabelos. - É claro que não, ficou maluca?

  - Eu vou acabar com você, Melina! - Finalmente Selene conseguiu alcançar seus fios louros, enrolou sua mão inteira neles e arrastou a garota por sobre a cama até que a mesma estivesse em sua frente.

  - Eu não tenho nada com o seu noivo! - Se existia uma chance mínima de que ela pudesse convencer a irmã de que estava completamente equivocada, tentaria com todas suas forças. Gemeu de dor quando o aperto em seus cabelos ficou mais forte e tentou a todo custo se desvencilhar dele.

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