capítulo 40

6 3 0
                                    

 Apesar do caos que estava sua vida nos últimos dias, Melina Cooper se atentou em prestar atenção naquela aula. Nunca fora uma garota burra, na verdade seu QI era um dos mais elevados que aquela escola desfrutava, mas desde que passou a ser uma garota descolada e popular, suas notas não eram tão altas como antigamente e muitas vezes propositalmente pois a sociedade vendia a ideia de que garotas bonitas e maneiras não podiam ser inteligentes.

  O professor que fazia uma explicação acabou por parar de falar devido a uma voz que ecoou pelos auto-falantes da escola, cuja voz masculina ecoando por eles, Melina conhecia. 

  - Olá, todo mundo. - a voz de Simon Difiore estava embriagada de tristeza e melancolia. - Hoje como todos sabem, é um dia muito triste, não sei se para a cidade toda mas posso dizer com muita certeza que para mim, é. A exatamente seis meses atrás, minha melhor amiga, Amélia Miller, desapareceu. - ao pronunciar o nome da garota pareceu extremamente abalado. - E eu queria falar algumas palavras para homenagea-la. - ele parecia empenhado em não chorar. - Amélia era uma menina incrível, não havia dia ruim ao lado dela. Com seu jeito tímido, suas piadas sem graça, suas roupas cafona e seu coração imenso, ela podia conquistar o mundo todos os dias. Tenho certeza de que um dia ela iria conquista-lo. - enquanto falava, diversas memórias suas ao lado da garota vinham a sua mente, como um filme rodando.- Amélia era uma garota invisível para vocês, mas sinceramente? Eu não sei como podiam não vê-la, ela era uma daquelas pessoas difíceis de não serem notadas, com seu bom astral, sua gargalhada exageradamente alta, sua mania de enxergar o mundo como se fosse um parque de diversões. -surpreendentemente todos realmente prestavam atenção nas palavras de Simon, conhecendo através das palavras dele, uma Amélia completamente diferente da garota que eles viam pelos corredores daquela escola.- Eu sinto falta dela todos os dias da minha vida, não há um único dia nesses últimos seis meses que eu não tenha chorado por Amélia Miller. Se vocês a conhecessem como eu a conhecia, se vissem o interior daquela garota como eu vi, tenho certeza que vocês também sentiriam falta dela, e como eu, também chorariam por ela.- Ele riu e sua risada era tão leve que por segundos falar sobre Amélia não era algo mais pesado para os cidadãos daquela cidade, seu melhor amigo, mostrou para o mundo como ela era boa e que a sua morte ou desaparecimento, não era como tocar no nome de uma maldição.- para algumas pessoas ela era uma garota incrível. Para mim, ela era a garota mais incrível do mundo.

  Ele parou de falar e ninguém teve coragem de falar depois do discurso, o clima havia ficado tenso e desconfortável, era como se houvesse um elefante dentro da sala. Nem mesmo pessoas que sempre zoavam Simon, tiveram a ignorância de falar qualquer coisa. O silêncio predominou durante o dia inteiro, todos com as palavras dele em sua mente, o coração doendo, era como se novamente a cidade também estivesse de luto.

  Durante o restante do dia, Melina Cooper se torturou e tinha certeza que seus amigos estavam fazendo o mesmo. Era culpa deles. Eles eram os culpados por aquela jovem que aparentemente era um ser humano muito especial e iluminado, não ter a chance de viver. 

  Parecia que todos estavam em um funeral, os professores tentavam dar aula mas até mesmo eles estavam tristes.

Quando o sinal tocou liberando os alunos e os professores, todos se arrastavam para fora da escola, a atmosfera era das piores. Naquele final de tarde não havia a animação como nos outros, as pessoas não estavam faceiras pelo fim do dia, tão pouco comemoravam alguma coisa. Extremamente triste se encontrava a cidade pacata de River City.

Como os demais em sua volta, Melina se arrastava até a saída do local. Conseguiu visualizar Simon andando entre tantos corpos, embora todas as pessoas parecessem muito triste, ele com toda certeza se destacava por estar muito mais.

Se esforçou para passar entre as outras pessoas e chegar perto dele, parando estritamente ao seu lado, não porque quisesse de fato conversar com ele, pelo contrário, por ela o evitaria pelo resto da vida, já que um dia gostará daquele garoto e agora se sentia culpada pela tristeza dele. Mas havia um trato entre ela e seus amigos, tudo agora dependia de suas ações.

LIDERS ACADEMY Onde histórias criam vida. Descubra agora