pretexto.

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Anna Laura 🩰

Cheguei em casa já sabendo que iria escutar palestrinha do senhor João Pedro, e obviamente não foi diferente, porque ele estava me esperando no sofá da sala principal. Tranquei a porta, jogando a chave no móvel ao lado logo em seguida.

Anna Laura : Vou poder me explicar? -Questionei e ele me olhou por cima do ombro. Passei o meu cabelo todo para trás e ele deu de ombros.

Jp : Você quer falar por vontade de própria ou é só porque caiu na mancada de não saber que eu estava com o celular da sua mãe?

Anna Laura : Se o senhor não tivesse com o celular eu não explicaria neste momento, mas fazer o que, n é? Promete que vai escutar sem julgamento prévio?

Jp : Não, pô! Eu sou o seu pai, se eu ver necessidade com toda certeza vou chamar tua atenção. -Torci o nariz, não podendo falar muita coisa, né? -Ontem eu te perguntei, você mentiu?

Anna Laura : Não! -Fui sincera. -Quer dizer...em partes, é uma situação meio complicada. Quer escutar? -Ele acenou com um pouco de receio e eu expliquei toda a situação com o Hugo, desde o início. -Basicamente é isso, ontem nós realmente éramos somente amigos...

Jp : Você pulou a parte do motivo pra vocês terem discutido nessa viagem que você fez com o seu irmão... -Murmurou baixo, e eu fiquei surpreendida com a capacidade dele reparar cada detalhe meticulosamente.

Anna Laura : Porque ele ficou com o outra garota antes de eu chegar, e eu não gostei...acabou com nos desentendemos um pouco, mas foi por coisa besta. Acabou que eu me envolvi com outro menino também... Ele raspou a garganta, um tanto quanto incomodado. Era visível o ciúmes em sua feição.

Jp : Por que ta me contando dessa forma? -Questionou e eu passei uma mecha do meu cabelo para trás, cruzando minha perna logo em seguida.

Anna Laura : Porque eu prometi que seria mais transparente, lembra? Caso o senhor também aceitasse me ouvir...

Jp : E você gosta desse garoto? -Perguntou e eu notei sua voz falha, com determinado receio em questionar, suspirei, esvaziando o ar que estava contido.

Anna Laura : É complicado, pai...eu gosto de estar por perto dele, me sinto segura, bem tratada, não gosto de imaginar ele com outras... -Torci o nariz, falando aquilo alto pela primeira vez até para mim mesma. -Então, eu acho que gosto.

Jp : Entendi... -Resmungou baixinho e passou a mão pelo rosto. Obrigado pela sinceridade, filha, pode ir pro seu quarto. -Sua voz saiu falha e eu não compreendi, mas fiz o que ele disse.

Coloquei o meu celular para carregar e tomei a iniciativa de ir procurar minha mãe, a encontrei na área gourmet, que ficava localizada na nossa cozinha externa.

Ouvir burburinhos e ao terminar de me aproximar o meu pai chorava como uma verdadeira criança, minha mãe o acalmava e eu franzi o cenho, caminhando até o local.

Anna Laura : Ta tudo bem, pai? -Perguntei com medo e ele apenas balançou a cabeça, secando o rosto.

Jp : Eu só não imaginei que você fosse crescer tão rápido, pô. -Eu sorri, sentindo uma pontinha de dó no meu coração, só soube abraçar ele, que deslizou a mão pela as minhas costas. -Quando você era criança vivia metendo o papo que nunca iria beijar menino algum, que ia ser pra sempre minha princesa...