pretexto.

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Hugo 🏄‍♂️

Enchi o meu copo, trazendo ele para mais perto de mim, o deslizando pelo mármore da bancada. Meu cotovelo estava apoiado sob o material gélido e o pé apoiado na banqueta a minha frente.

Chefe : Vou colocar mais uma para gelar. -Murmurou em um tom audível, após girar o restante do líquido no interior do copo americano. Coloquei o celular por dentro do bolso, observando a Anna Laura que estava sentada ao lado da mãe, por cima do ombro do João.

Hugo : Qualé, precisava trocar uma ideia com você. -Deslizei a mão pela nuca, observando a testa dela franzir, em um movimento ele apontou com a cabeça como se estivesse me estimulando a falar.

Jp : O que é? -Questionou. Apoiou o antebraço tatuado pela mesma bancada que o meu estava. -Pode falar!

Hugo : Na próxima semana minha família vai se reunir, como de costume uma vez ao ano, e eu quero levar a Anna comigo, nem comentei nada com ela sobre isso ainda...papo que eu queria ver a possibilidade diretamente com você.

Jp : Onde é? Quem vai, e quanto tempo? -Sua voz ecoou uma pergunta atrás da outra, sem alguma pausa.  Ajustei a corrente fina de ouro no pescoço, antes de responder todas elas.

Hugo : Búzios, parte da minha família por parte de mãe, mas no meu carro somente eu e minha tia. Geralmente vamos na quinta à noite e retornamos no domingo, após o fim da tarde. É parada tranquila,

Jp : Na sexta ela vai perder aula. -Afirmou, pegando um pedaço da carne de boi que estava sob a tábua de madeira, personalizada com o emblema do Vasco.

Hugo : Vai ser feriado. Respondi, no mesmo instante e ele puxou todo o ar antes de soltar. Deslizou a mão pelo o rosto, coçou a ponta do nariz e fixou o olhar em mim.

Jp : Vou conversar com a Victoria, se ela não contestar... -Da mesma forma, seu tom de voz ecoou em um timbre persistente. -Você acha que é o momento? Dela conhecer sua família? Isso é coisa séria...

Hugo : Eu sei. -Afirmei, afastando a mosca que se aproximou com a mão. -Mas eu já conheço vocês, e eu quero que seja sério!

Jp : Estou perguntando por conhecer o gênio da Anna, Hugo...com certeza ela vai ficar empolgada, criar expectativas...não quero que elas sejam quebradas.

Hugo : Não vai! -Pude ver a presença do Chefe subir pelas escadas que dava acesso ao terraço, onde estávamos. Envolvi outra vez o copo em minha mão, e ele balançou a cabeça.

Jp : Pode convidar, se ela quiser ir... -Resmungou, mais para dentro do que para fora. -Você já sabe como as coisas funcionam...eu e a Victoria não vamos estar aqui, neste fim de semana em específico...vou confiar.

Apenas acenei com a cabeça, ao notar o Chefe se aproximando outra vez, desta vez com outra garrafa de cerveja. Ele apontou em direção ao material de vidro, mas eu neguei, indicando não querer mais.

Jp : Saideira...vou meter o pé, também. -Disse, girando a garrafa com o emblema da petra em seu copo. Amanhã de manhã eu jogo com os caras. -Adentrou em outro assunto, e rendeu papo de uns 40 minutos. Anna Laura estava apoiada no muro, observando a vista que se estendia ao mar, iluminando somente pela lua e as luzes brancas dos postes.