•62•

3.4K 376 97
                                        

+ 80
Jp 🔧

Deslizei a mão pelo o rosto, me concentrando nos papéis que estavam sob a minha mesa, assinei os que eram necessários e ouvir batidas ecoarem na porta de vidro, permitir que entrassem e era o Rafael. Cocei os meus olhos e ele me entregou o controle do dia.

Jp : Valeu. -Murmurei, e desci o meu olhar para o material que ele havia me entregado, não estava fazendo questão de render muito assunto porque algo me dizia que o lance dele com a Anna Laura não se tratava somente de amizade.

Mas depois do papo que eu troquei com ela ontem a noite, senti uma parada completamente sinistra. Era como se eu estivesse próximo a perder a minha filha, tá ligado? Não queria me acostumar com a ideia dela abrindo mão de final de semana comigo para ficar com moleque, e outras coisas, tá entendendo? É difícil idealizar, e já por isso o meu dia foi horrível pra caralho, eu não estava rendendo, e nem me dei conta que já havia passado do horário do expediente.

Todos já haviam metido o pé, então eu programei o alarme e certifiquei que estava tudo trancado. Peguei o toque da meca e enfrentei o trânsito do horário de pico do Rio de Janeiro, ao chegar em casa, percebi que Victoria ainda não havia chegado.

: Boa noite, seu João. -Respondi, enquanto abria a geladeira em busca de água gelada. -O senhor quer alguma coisa? Deixei tudo adiantado já...a carne que a dona Victoria pediu para temperar está marinando!

Jp : Não, tô tranquilo! Pode ir, já deu seu horário, qualquer coisa eu mesmo resolvo...sabe dela?

: Tá bom então! Ela foi levar a Anna no ensaio... -Respondeu e eu me recordei. -Vou indo então, até amanhã.

Jp : Vai com Deus, Fê! -Ela murmurou um amém e saiu do campo da minha visão. Aproveitei para tomar um banho relaxante. Ouvi barulho no quarto e identifiquei ser a Victoria.

Victoria : Amor, cheguei! -Gritou. Terminei e sai enrolado na toalha, ela se aproximou para me dar um selinho e eu retribui. -Que trânsito absurdo.

Jp : Tô ligado. -Respondi enquanto apertava o desodorante em jato. Tirei uma bermuda acompanhado de uma cueca e vesti sem muita neurose. -Levou a Anna Laura no ensaio?

Victoria: Sim, fiquei de buscar, mas o Hugo estava lá quando cheguei e perguntou se havia algum problema levar ela. -Me olhou pelo reflexo do espelho, enquanto retirava os acessórios de ouro do corpo.

Jp : E você deixou? -Parei o que estava fazendo, e ela suspendeu a sobrancelha como se fosse algo óbvio. -Porra, Victoria.

Victoria : O que, João Pedro? Você queria que eu falasse um não? -Ri em falso, negando com a cabeça e ela deu de ombros. -Marquei horário, ela sabe...

Fui em direção a uma das janelas do quarto e percebi a ausência dela após um segundos. Ela entrou no banho e eu fiquei maior tempo pensando em todas essas paradas. Deslizei a mão pelo rosto, em seguida conferindo o horário no relógio de pulso.

Victoria : Amor...não adianta você ficar assim. -Retornou e eu senti a presença dela próximo a mim. -Até parece que você nunca teve a idade deles. Pelo menos ela está pedindo e avisando.

Jp : Você não entende como as paradas fluem, Victoria. Sou homem e sei como funciona os bagulhos. -Passei a mão pelo o rosto. -Porra, só de imaginar.

Victoria : E como funciona? Ele parece ser um menino bom. -Apoiou as mãos sob o meu peitoral descoberto e eu franzi a testa. -Quando nós nos conhecemos tínhamos a idade deles...

Jp : Mas eu sempre fui ajuizado, não posso confiar em terceiros. Eu não sei pô, tô achando tudo muito rápido. -Deslizei as mãos pela minha nuca. -Qualé? Esse menino trabalha? Faz o que da vida?

pretexto. Onde histórias criam vida. Descubra agora