Anna Laura 🩰
Minhas mãos estavam formigando de tanta ansiedade, e de certa forma eu conseguia dissipar ela ao estar na presença do Hugo. Suas mãos contornavam a minha cintura e seu olhar se prendia ao meu. A cor de seus olhos, precisamente um castanho escuro me consumia, fazia com que o meu subconsciente entendesse que ele era capaz de captar todas as minhas sensações.
Meus dedos, composto por anéis de ouro preenchiam o seu pescoço, e serviu de apoio quando o mesmo se curvou para beijar os meus lábios, a sensação do toque era única, nossas línguas entravavam em uma sintonia fora do normal, era como se tudo passasse a fazer sentido, como um quebra cabeça, prestes a ser montado por completo após o encontro da peça mais difícil.
Minhas mãos tremiam levemente, ainda presas à cintura dele, enquanto o beijo ganhava profundidade na cadência perfeita entre expectativa e entrega. Senti o calor da respiração dele se mesclar ao meu, um arrepio longínquo que começou na nuca e se espalhou até os dedos. Cada movimento da língua era delicado e ao mesmo tempo desnudo, como se tocasse partes de mim que eu nem sabia que existiam. O cheiro dele — uma mistura sutil de notas amadeiradas com o frescor da noite — invadiu meus sentidos.
Naquele instante, percebi que tudo ao redor desaparecia por completo: a música suave, o vai-e-vem das ondas ao longe, as luzes tênues do resort. Existíamos apenas nós dois, conectados por aquela corrente invisível de desejo e ternura. Ele puxou meu rosto suavemente para mais perto, aprofundando o beijo, e meu coração parecia querer saltar do peito, vibrando numa melodia própria. Cada pulsar era um convite para continuar, para explorar ainda mais.
Nos afastamos, porém suas mãos permaneceram firmes em meu rosto, a troca de olhares e respiração fazia com que cada fração de segundo daquele momento pudesse ser eternizado.
Hugo : Vem aqui. -Sua voz saiu em um murmuro quase que inaudível, ele segurou em minha mão como se quisesse me guiar, e realmente foi isso. Ele sentou no sofá na cor cinza, que se estabelecia rente a divisória com acesso à piscina aquecida, caracterizada pela cor azul royal, iluminada com luzes brancas.
Ele me puxou pelo braço, em uma forma leve e me colocou sentada ao seu lado, em contraste ao momento em que se curvou para retirar as minhas rasteiras enquanto depositava selinhos próximo a minha boca. Desfez a amarração que subia a altura da minha canela e ao retornar para a posição original, envolveu em suas mãos o vidro de vinho imerso em um balde de lata, nos serviu e eu agradeci.
Hugo : Você está nervosa, com algo? -Questionou, estávamos tão próximos que sua voz saiu em um sussurro. Minhas pernas estavam cruzadas e sua mão grossa deslizava sobre ela. Eu sorri, um tanto quanto envergonhada e troquei a taça de mão.
Anna Laura : Estar com você me deixa assim...mas não no sentindo ruim, é bom. -Apoiei a minha cabeça no estofado do sofá, permanecendo no máximo a cinco centímetros de distância do rosto dele.
Hugo : Mas não precisa...você que está no controle da situação, eu é quem deveria estar assim. -Sua forma de me tranquilizar era perceptível, e de certa forma me acalmou.
Conversamos durante um longo tempo, de certa forma sempre havia algo sobre nós que o outro não sabia, e eu gostava de conhecer mais dele. Hugo sempre me deu abertura, para falar, nunca me interpretou mal, muito pelo o contrário, sempre foi muito questionador. Hugo levou a taça aos lábios, mas desviou o olhar para a piscina logo atrás de mim. Um sorriso se formou de canto, e ele inclinou o rosto como se tivesse uma ideia súbita.
Hugo : Quer entrar? -Arqueei uma sobrancelha, tentando disfarçar o frio na barriga que a ideia me causou.
Anna Laura : Vai ir comigo? -Questionei sugestiva. -Ele estendeu a mão como se o convite fosse mais do que uma sugestão. -Vou colocar um biquíni.
Me levantei, um tanto hesitante, e segui até a mala. Me troquei no banheiro, com calma, optando por um biquíni branco de alças finas. Quando me olhei no espelho, respirei fundo — havia algo diferente naquela noite, no modo como eu me sentia por ele. Voltei para a área da piscina, onde Hugo já me esperava na água, encostado na borda, observando em silêncio. Assim que me viu, um sorriso alinhado surgiu em seu rosto.
Hugo : Tá linda. -Torci o nariz, descendo os degraus da escada que adentrava a piscina. Ele estendeu a mão para me auxiliar. Sentir a água quente contrastar com o frio da noite.
Ficamos ali, por alguns minutos, em silêncio confortável, brincando com os dedos entrelaçados, trocando beijos úmidos e lentos. O contato com ele me deixava vulnerável e, ao mesmo tempo, segura. Meu corpo respondia ao dele com uma naturalidade que assustava — era mais do que atração, era sintonia.
Eu estava presa a borda da piscina, seus braços envolviam a minha cintura em uma demonstração de abraço enquanto meu rosto era posto na volta de seu pescoço. A água era extremamente relaxante, a sensação é que entorpecia, causando possíveis alucinações.
Depois de algum tempo, decidimos sair da piscina. Hugo pegou uma toalha e a envolveu em mim com cuidado, enquanto dava um beijo na minha testa. Estava sentindo frio, então segui caminho para um banho de água quente, tentando decifrar o turbilhão de sentimentos que me atravessavam. Ao sair, decidi sem muitas dúvidas que eu realmente desejava ele, por completo.
Ao seguir o meu olhar em direção a minha mala, notei a presença do conjunto de lingerie branco, rendado e delicado. Optei por ele, como um sinal silencioso de entrega e desejo. Era como se fosse a escolha mais fácil em toda a minha vida. Por cima, vesti a camisola que permanecia em tecido acentuado até os meus seios, e até à altura da coxa se formava em uma malha levanta, e gostosa de ser sentida.
Abrir a porta do banheiro com certo receio. As luzes do quarto estavam mais baixas, e Hugo mexia no celular, sentado na cama com a toalha jogada em seu ombro. Quando ouviu o som da porta, levantou o olhar — e o que vi ali me tirou o ar. Ele me olhou como se tivesse parado no tempo. O celular que até então estava em suas mãos, foi posto no criado de madeira ao lado da cama. Seu olhar era preso a mim, e a cada passo eu sentia como um milhão de borboletas soubessem ao ápice do meu estômago.
Hugo : Anna... -Sua voz rouca, em conjunto ao ambiente escolhido perfeitamente por ele. Passamos tanto tempo conversando que já era perceptível a presença do início do nascer do sol entrando através da porta com acesso a área externa. Ele não concluiu o que queria dizer, era como se estivesse aguardando por um aval meu. Seus olhos me preenchiam, e aquilo para mim era desafiador demais. Ao terminar de me aproximar, esbocei um sorriso, e esse ele conhecia muito bem, conseguia compreender a timidez. Ele segurou a minha mão, sorrindo de volta e eu torci o nariz.
Pela cintura, ele me segurou firme, e me colocou sentada em seu colo de forma que minhas pernas ficassem traspassadas. Nossas respirações se mesclaram outra vez e o meu cabelo recém molhado pela água do chuveiro foi passado para trás, liberando o meu pescoço para que ele pudesse beijar. Meus lábios aproximam de seu ouvido. E uma sensação indescritível me percorreu.
Anna Laura : Eu quero, Hugo. -Minha voz saiu baixa, porém firme. Nossas testas se uniram e beijo que veio depois foi diferente. Não havia mais hesitação. Era desejo, mas também ternura. Era como se a gente estivesse falando com os corpos tudo o que não cabia mais em palavras.
(...)
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pretexto.
FanfictionPretexto vem para dar conta continuidade ao amor de João Pedro e Victória. Anna Laura será protagonista de uma história linda, que abordará diversos temas, como o samba. Tenho certeza que você irá se encantar por essa história.
