pretexto.

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Anna Laura 🩰

Eu estava completamente desconfortável, o Benício estava há alguns metros de mim, conversando com o Hugo e outro amigos dele, ao contrário do Rafa, que estava em uma roda com os outros garotos, em alguns momentos eles misturavam os assuntos entre eles, e eu bem quietinha.

Bê : Qualé, vamo juntar com a galera! -Se aproximou e eu franzi a testa, claramente negando em pensamento.

Jp : Deixa tua irmã. -Murmurou, em um riso, me puxando para mais perto dele, como se quisesse me proteger. Sentei na bancada, ao lado da minha mãe e a tia Lu, que conversam sobre algo que eu não sabia o que era.

A caixinha de música estava conectada no meu celular, então eu troquei por um pagode após uma do Henrique e Juliano encerrar, meu pai se aproximou, me oferecendo carne e eu peguei.

Jp : Vai render o papo do motivo pra esses dois moleques estarem te atacando com os olhos? -Eu franzi o cenho, olhando para ele rápido, após murmurar no meu ouvido.

Anna Laura : Tá falando de quem? -Me fiz de sonsa, e ele esboçou uma feição como se eu houvesse entendido muito bem. -Não entendi.

Jp : Em casa a gente conversa, alguma chance deles saírem no soco aqui? -Eu respirei fundo, jogando todo o meu cabelo para trás!

Anna Laura : É claro que não! Quer dizer...não sei de quem o senhor está falando. -Ele se afastou, como se fosse o suficiente e eu bebi o restante da minha bebida.

Fiquei mexendo no celular, enquanto tirava algumas fotos. Em um dos momentos chegou uma notificação no meu celular e era do grupo da Mangueira, iria ter ensaio nessa semana e logo as meninas me mandaram mensagem no privado, me convidando para ir, mostrei a minha mãe, já comentando por cima e confirmei com elas que eu iria.

Rafael : Qual foi, que tá quieta? -Se aproximou e questionou enquanto ria, após falar com a minha mãe, que obviamente tratou ele muito bem.

Anna Laura : Não estou. -Respondi sorrindo. -Com sono, mas e você? Tá bem?

Rafael : Tô pô, trabalhando firme, sumi por isso, teu coroa não facilita. -Apontou com a cabeça para o meu que fingia que não estava olhando na minha direção. Eu soltei uma risada, dando de ombros, mas ele só pegou um copo e se afastou para engatar em outro assunto com os meninos.

Quando me dei conta o terraço do padrinho estava cheio de pessoas, inclusive desconhecidas para mim. Trocaram as músicas e eu era capaz de ouvir somente um enorme abafo.

Maitê chegou após um tempo e me encontrou, sorri ao ela se aproximar e nos abraçamos, ela deixou um beijo na minha bochecha e se afastou.

Maitê : Aquele que é o Hugo, né? -Murmurou baixo. -Ele é um gato mesmo!!! -Soltei uma risada. -Que homem gostoso, puta que pariu.

Neguei com a cabeça, mas era impossível não concordar, olhei por cima do ombro dela, reparando nele que envolvia um copo de cerveja na mão. Na roda estava ele, o Bê, outros amigos e duas meninas, mas conversavam de forma normal.

Descemos para o quarto dela, e nós conversamos, eu expliquei por cima tudo o que havia acontecido, e ela me aconselhou da forma que achava que era o correto.

Maitê : Ah, então vocês não estão brigados! Eu acho que na melhor das hipóteses vocês vão conversar e se acertar. -Respirei fundo, deitando na cama dela. -Talvez ele esteja com medo de demonstrar algo a mais...não sei, você acha que esse tá bom? -Colocou um vestido em frente ao corpo e eu fiz cara feia, negando, ela pegou outro e tirou a roupa para experimentar. -Conversaram hoje?

Anna Laura : Ele me cumprimentou normal, quando chegou, na verdade com um balanço de cabeça kkk. Mas foi algo natural.

Maitê : Com o seu pai querendo matar ele e o Rafael com os olhos também, não é? -Questionou e eu apoiei o meu rosto em minha mão.

Anna Laura : Esse ficou lindo. -Me referi ao vestido e ela piscou, confirmando que gostou também. Entramos em outros assuntos, e quando terminei ajudar ela sair para ir à cozinha pegar um copo de água.

Trombei com Hugo, que estava descendo as escadas que davam acesso ao terraço, me afastei um centímetro para não batermos e ele riu.

Hugo : Foi mal, não te vi! -Demonstrei importância, para ele não se preocupar. -Tá suave?

Anna Laura : Sim, e você? -Ele fez que sim. -Que bom.

Hugo : Te vi no posto por esses dias, pô, voltou a jogar? -Era algo estranho, sabe? Como se ambos estivessem receosos.

Anna Laura : Tô tentando pegar o ritmo. -Passei o meu cabelo para trás, ouvir alguns passos e identifiquei os meus pais descendo.

Hugo enfiou as mãos por dentro do bolso, olhando para baixo e eu o mesmo, mas quando eles chegaram ele cumprimentou eles normalmente.

Victoria : Tudo bem, Hugo? -Questionou, sorrindo, e ele acenou retribuindo a pergunta. -Arrasou no campeonato, parabéns. -Tocou no ombro dele. Senhor João Pedro permaneceu calado, apenas observando a situação.

Jp : Ia ver se você tá a fim de ir embora. -Murmurou na minha direção e eu fiz que sim.

Anna Laura : Vamos! -Respondi, e o Hugo se despediu. Resmunguei um "tchau" e deixei os meus pais me aguardando para ir me despedir dos meus padrinhos.

Desci outra vez e eles já me aguardavam no carro, minha mãe que iria levar e nós fomos direto para a casa. Assim que destrancamos a porta o surfistinha veio correndo na minha direção, peguei ele no colo, enchendo de beijinhos.

Anna Laura : Oi meu amor! Te deixei sozinho? -Senti o pelo dele no meu queixo e coloquei-o no chão, ficamos brincando durante um tempo no tapete da sala, para ele cansar e ir dormir.

Assim que eu finalizei o meu banho e vesti a minha camisola peguei o meu celular, tinha uma mensagem do Hugo e eu abri "em outro momento a gente pode conversar na moral?"