Sixteen

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- Oi querida - Sorriu para mim - O quê? Não tenho permissão pra vir?

- Bem, você não me disse que estava vindo.

- Eu estava por perto, então pensei em passar por aqui - Fez um carinho no rostinho de Amber que sorriu - Não preciso de um motivo pra ver meus netos.

- Vovó nos trouxe brinquedos novos, mãe! - Ben levanta seu robô para mim.

- Sim, você deveria vir todos os dias, vovó.

- Nossa. Olha a senhora estragando eles - Chego perto de minha mãe - Mas, oi mãe. Bom te ver.

Dou beijos nas bochechas da minha mãe antes de me sentar com ela.

- Já faz um tempo que você e Brayden levaram as crianças lá em casa.

- Com tanta coisa acontecendo, festa e tudo mais... é difícil ter algum tempo.

- Eu sei, mas, tente reservar um tempinho especialmente pra seu pai, sim?

- O vovô! Eu quero vê-lo pra animar ele - Amber quando escuta sobre seu vô grita.

- Você é sempre a melhor nisso, Amber! - A avó da pequena dizia enquanto a mesma voltava a brincar.

Penso em meu pai, que ficou acamado por alguns anos. Sempre fico triste, não apenas com o bem-estar dele, mas também foi o maior motivo pelo qual concordei com o casamento.

Sempre haverá sentimentos confusos sobre isso.

Ver ele assim sempre é demais para mim.

Pego minha bolsa com raiva, pronta para ir para a porta quando minha mãe me para.

- Billie! Para! Pense no seu pai! Pare de ser tão egoísta! - Me virei bruscamente.

- Egoísta? Eu?! Vocês dois estão tentando arruinar minha vida e eu que sou a egoísta? - Eu gritava de raiva e indignação.

- Por que você é tão contra isso? Este casamento é ótimo pra você.

- Por que eu não o quero, eu... - Me calei, suspirando.

- Você o que?

- Só vou me casar com alguém que eu amo.

- Ah, minha filha, confia em mim. O amor é uma coisa que vai crescer. Conheça-o, case com ele e você eventualmente vai amá-lo.

- Mas, o quê? Não é assim que funciona. Pelo menos não pra mim.

- Amor, a gente entende o que você está dizendo mas... - Interrompo o mais velho.

- Mas, o quê pai? Você está me vendendo pra outra pessoa só por causa de dinheiro?

Eu não podia acreditar nisso, meus próprios pais.

- Estou doente, Billie - Meu pai disse baixo, passando sua mão nas costas de Maggie.

- O quê? - Minha feição mudou drasticamente.

- Jesus. Eu não posso lidar com isso - Minha mãe passa por mim enquanto fico atordoada em silêncio, com medo do que está por vir, mas logo meu pai quebra o silêncio.

- Estou muito doente e não sei quanto tempo poderei ficar no comando da empresa. A empresa está morrendo e eu também, e meu amigo pode fazer a gentileza de ajudar.

- Você não pode tirar isso de mim. Você não me ama, pai?

- Querida, claro que sim. Mas, neste momento, estamos no limite. Às vezes, você tem que se sacrificar pelo bem de todos.

- Isso é tão injusto.

- Você fará isso por nós? Pelo menos, pense nisso - Olho para meu pai, para seus olhos cansados e esperançosos. Ele parece mais magro do que o normal, mas nunca pensei que descobriria assim.

- Você está doente, pai? Eu sinto muito - Disse com minha voz chorosa.

E sem saber muito o que fazer, me enterro nos braços dele quanto choro por que tudo deu errado.

- Você vai ser feliz, eu prometo.

Você estava errado pai. Eu não estou feliz.

- Quero mostrar meu trem pra vovó! - Com a fala animada de Ben, saio dos meus pensamentos.

- Ah, você quer? Então vamos. Depois eu falo com você, Billie.

- Claro - E assim, Maggie saiu junto a Amber e Ben que puxava sua mão até as escadas.

É melhor eu encontrar Skylee.

Me levanto do sofá, tentando encontrar Skylee na sala de jantar, na cozinha, no jardim...

Onde ela está? Será que devo ir ao quarto dela?

Foda-se. Eu vou.

Atravesso o corredor até uma das portas que leva ao quarto dela e bato, ela não demora muito para abrir, e fica um tanto surpresa ao me ver ali.

- Billie? O que você está fazendo aqui?

- Estou aqui pra ser honesta comigo mesma.

- Ah. Bom, eu não esperava por isso - Coçou sua nuca.

- Sim, eu pensei bem. Então, tenho algo pra falar pra você.

- Sou toda ouvidos - No momento em que eu olho para ela, todas as minhas dúvidas vão embora e sei exatamente o que quero fazer. E talvez agora eu tenha coragem suficiente para prosseguir.

- Seja o que for, é isso que eu quero - Ela franze o cenho.

-Ah, sua mãe disse que é... - Já sabendo o que ela falaria, interrompi.

- Não é sobre minha mãe. Posso entrar? - Ela assente e fecha a porta assim que eu entro - Comprei uma coisa pra você. Achei que poderia gostar.

Entrego a sacola azul para ela que pega com pura confusão no rosto, embora rapidamente mude para um sorriso nos lábios quando ela vê o que tem dentro.

- É um livro! Como você sabia?

- Ah. Você me disse uma vez que adora ler. Então...

- É gentil da sua parte lembrar. Muito obrigada.

- Mas não é só isso que eu quero fazer.

- Senta aqui - Sigo Skylee até me sentar na cama dela, e ficamos em silêncio por um tempo antes de quebrá-lo.

- Desculpa. Eu surtei ontem - Ela me olhou.

- Não culpo você. Eu também disse algumas coisas que não deveria, desculpa.

- Não, você estava certa sobre tudo... eu estou com medo.

- E você tem todos os motivos para estar. Mas... pra que tudo isso? - Skylee questiona confusa.

- Não sei o que fazer, mas saiba que me importo com você. Isso eu tenho certeza.

- Eu também - Olho para ela que sorria para mim e não tenho mais palavras para dizer, pois não há necessidade disso.

- Então você sabe o que fazer - Encarei sua boca.

- Talvez eu possa te ajudar a descobrir.

My Nanny Lover - Billie Eilish Onde histórias criam vida. Descubra agora