Capítulo 7

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𖤓• Leona •𖤓

00h00
23 de julho de 2023
Domingo

  Engulo seco.
  As palavras dele saem como um tiro, que me acertou bem no peito.
  Eu não sei exatamente o que estou sentindo nesse momento. Não sei o que eu sinto por ele, mas prometer esquecê-lo; sendo que eu tentei durante 6 anos e não consegui; é algo que não dá para fazer. Porém, levanto o meu dedinho pronta para me iludir, mas paro com a mão no ar e solto um suspiro.

☀️💭Você não tem 16 anos, Leona. Você mal sabe quem ele é. Não prometa nada a quem não conhece.

"Não vou me entregar de novo e que se fodam as borboletas."

— Vamos... — Não entrelaço nossos dedos. —  Eu te deixo onde quiser, mas já deu sua hora. — Digo olhando para o relógio que marcam 00h05.

  Me viro indo em direção à porta e sinto ele me segurar pelo braço, fazendo a minha respiração ofegar:

— É pedir muito... mais alguns minutos? — Ele diz, olhando para mim e meu coração vai a mil ao toque dele.

☀️💭Sentimentalismo não, Leona Marinho.

  Me solto das mãos dele:

— É. — Respondo. — A gente combinou. — Digo fria.

☀️💭 Mas bem que eu queria que ficasse.

  Vejo o único rastro de brilho que há nos olhos dele, sumir. Rapidamente o Leon que eu conhecia desaparece e o Madox assume, tendo a maldita postura do dia que eu o reencontrei.
  Ele me encara por um tempo, depois dá de ombros, passando por mim.

— Não precisa me levar a lugar algum. Eu me viro sozinho. Aliás, nem te conheço. — Ele diz e abre a porta, saindo na chuva.

  Eu fico parada onde estou, sem me mover, e sinto a ansiedade querer me pegar.

☀️💭Não... com ele perto de novo não. Ele vai achar que a culpa é dele.

  Tento controlar ao máximo a minha respiração e a vontade de chorar. Não me mover é a única solução para isso,  mas infelizmente, uma lágrima silenciosa cai e eu não consigo mais ser forte.

— MERDA! — Grito com a mão no peito e meu corpo se move para fora da casa, como se tivesse vida própria.

  Olho ao redor e não vejo o Leon em lugar nenhum. Passo as mãos no meu cabelo encharcado pela chuva e olho para o chão.

"Parece que eu me perdi do caminho que tanto queria encontrar".

  Volto para dentro da casa e entro no banheiro, ligando o chuveiro. Entro embaixo da água morna, de roupa e tudo.
   Fecho os olhos enquanto a água cai sobre meu rosto e tento controlar a ansiedade e todos os sentimentos que estão bagunçados neste momento.

— Eu me odeio. — Penso alto.

— E eu te amo. — Ouço uma voz invadir o banheiro.

— O que você faz aqui? — Pergunto assustada e começando a desligar o chuveiro, em desespero.

— Ah naum... — Ele me impede de desligar o chuveiro e me agarra pela cintura. — ...por que sair agora? Você nem tirou sua roupa ainda, meu amor.

— Me solta, Reyes! — Digo, com o maxilar travado.

— Só quero ficar com a minha mulher... — Ele sussurra no meu ouvido, enquanto se molha por completo e eu sinto o mau hálito de bebida alcoólica vindo da boca dele.

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