Capítulo 1

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𖤓• Leona •𖤓

"Eu irei fazer 22 anos."


  É dia 20 de julho de 2023.
  Uma quinta-feira.
 

Acordo mais cedo para escrever pela última vez no meu diário. Este diário, é um tipo de refúgio que criei para desabafar e espairecer... mas 5 anos e 10 meses se passaram desde a viagem do Leon e, por mais que eu ainda acredite que ele irá aparecer algum dia, eu preciso esquecê-lo de uma vez por todas.

  Me sento em frente à minha escrivaninha e começo a escrever no diário sem saber como vou terminar, então continuo escrevendo até onde acho que devo.

"Eu estou me obrigando a acreditar
que ele não volta. Pelo menos não pra mim".

  Enquanto escrevo, uma lágrima cai na folha do diário, a fazendo enrugar. Algumas partes eu escrevo em inglês, pois não consigo expressar claramente em português.

"I have lived... stuck in my brain.
I wonder what we would be like today if you were here.
Friends or Colleagues?
Boyfriends or strangers?"

<Eu vivi... presa no meu cérebro. Eu me pergunto como seríamos hoje se você estivesse aqui.
Amigos ou colegas?
Namorados ou estranhos?>

  Continuo a escrever.
  Falo de tudo o que devo falar. Falo até mesmo da Sky, a gatinha que eu e o Leon adotamos pouco antes dele viajar.

𖤓 • 𝄞 • ☾

  Me levanto indo até a cômoda e deposito o diário na última gaveta. Respiro fundo encarando o diário dentro da gaveta por alguns minutos quando o meu alarme toca:

— Vitaminas. — Penso alto.

  Faço um rabo de cavalo, tomo minha vitamina e saio do quarto descendo as escadas, encontrando Luci, que está sentada no sofá.

— Bom dia, Luci! — Digo.

— JÁ TOMOU SEU CAFÉ, MOCINHA? — Ela grita, enquanto passo correndo em direção à saída.

  Pois mesmo tentando acordar mais cedo, eu me atrasei.

— JÁ FIZ TUDO O QUE TINHA QUE FAZER! — Minto, gritando de volta e sumindo das vistas dela.

  Entro no meu carro, pisando fundo em direção ao restaurante coreano em que trabalho e quando chego, o meu patrão, Nick, está no caixa me esperando.

☀️💭Vou levar bronca de novo.

  Olho para ele rapidamente e vou para os fundos do restaurante vestir meu uniforme. Volto para onde ele estava assim que fico pronta, e digo:

— Mil perdões, chefe! — Me reverencio em desculpas para ele. — Eu tive um imprevisto. Isso não vai acontecer outra vez.

  Nick me olha sério e cruza os braços:

— Eu posso perdoar o seu atraso, mas me prometa que isso não vai acontecer novamente. Nunca se sabe quando isso pode se tornar uma mentira. — Ele diz com um olhar sério e depois suaviza a expressão, descruzando os braços. — Se vier acontecer algo sério, me avise ou avise um dos sócios antecipadamente. Nós vamos entender.

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