Capítulo 14

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☽• Leon •☾
29 de Julho de 2023
Sábado

  Tiro o capacete e olho para o céu nublado, vendo as nuvens; que cobrem o Sol; deixar tudo em um aspecto cinza e frio.

"Esse era o meu clima favorito nos últimos tempos, pois eu me identificava com ele. Era bom sentir a melancolia que o céu fechado me trazia."

  Mas agora, mesmo que eu continue da mesma forma, não tenho certeza se me sinto à vontade.

  Olho para o retrovisor rapidamente e desço da moto preta; na qual tive liberdade de pegar da garagem da casa do penhasco, da Leona. Era o meu único modo de sair dali, já que a Leona tinha pedido para sumir e eu não poderia simplesmente ir embora a pé.

🌙💭Contando que; esse é apenas mais um motivo que estou dando para o meu subconciente como desculpa de vê-la, esperando me convencer que é a parte racional do meu cérebro; que está no controle de todos os sentimentos; insistindo em me invadir.

  Começo a andar de forma arrastada em direção ao estúdio, em um misto de cansaço e derrota. Dou um suspiro profundo quando chego pela porta principal do estúdio, vendo o Júlio e a Sthefanie na recepção.
  Quase que automaticamente sinto o arrependimento bater de ter vindo aqui, mas como percebo que eles me vêm, abro a porta e entro de cabeça baixa, indo diretamente para a sala do Dolfo.

— Olha só... Dizem que quem é vivo sempre aparece, não é Mado... Madox? — Diz. —  Tu tava chorando ou bêbado? — Dolfo começa a frase com um sorriso e termina com uma expressão confusa.

  Passo a mão entre os cabelos, colocando o capacete sobre uma mesa e digo:

sóbrio. — Minha voz sai em uma rouquidão excessiva me fazendo quase não reconhecê-la.

— Sei... — Dolfo me olha com tédio. — procurando por ela? — Dolfo pergunta.

  Fixo meus olhos nele, deixando de sentir o meu corpo aéreo.

— Onde ela ?— pergunto rapidamente quando ele faz menção a ela e sinto meus músculos se enrijecerem.

  Meu maxilar está tensionado e tentando ao máximo não mostrar algum resquício de desespero.

— Só conto se você se sentar ali e se acalmar. — Dolfo aponta para uma poltrona.

— Eu estou calmo, Rodolfo. Não vou me sentar. —  Falo devagar. — Agora desembucha!

— Por que eu falaria pra você onde ela , sendo que ela não quer te ver? — Enfrenta e me olha com tédio novamente.

  Semicerro os olhos na direção dele, enrrugando a minha testa no processo e começo a me sentir irritado. Amenizo a minha expressão e como escolha para não fazer nada impensado, relaxo a minha mão e dou uma risada, nada sincera.

— Só me diga se ela bem. — Falo ficando sério. — É apenas isso que quero saber. — Acabo respirando fundo, demonstrando minha exaustão e preocupação.

  Dolfo me olha de cima a baixo e cruza os braços.

— Apenas isso? — Ele respira fundo e se senta em uma poltrona. — Olha... provavelmente ela vai brigar comigo, mas eu te levo lá, onde ela está, caso me ajude a te ajudar.

— Ela não quer me ver, e é melhor assim. — Digo e levo a mão automaticamente ao pingente do colar e quando me dou conta, acabo soltando bruscamente. — A mantenha segura e se puder fazer mais um favor, entrega essas coisas pra ela. —  Pego as chaves da moto do bolso e coloco ao lado do capacete, me virando pronto para sair daqui.

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