Capítulo 25: Beijo com gosto de Uísque

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Gonzalez

Estalei a língua um tanto curioso ao me deparar com os pais de Elina Falcon. Encontrá-los não foi difícil, mas convencê-los a me encontrar na delegacia foi quase uma missão impossível.

Eles pareciam relutantes, exageradamente relutantes, em ir a delegacia para falar sobre a filha que foi assassinada. Falar algo que pudesse ajudar a pegar o culpado. Isso fazia deles cumplices? Não necessariamente. Mas fazia parecer como se estivessem escondendo algo muito importante.

Encarei Fernando Falcon, o irmão do Governador do Texas com um sorriso inofensivo antes de entregar um copo de água. Coloquei ele e a esposa separados em salas de interrogatórios diferentes alegando identificação de informações vitais para o caso. Se isso era verdade? Não!

Tudo o que queria era confirmar se algo que dizia era mentira. Sentei na cadeira em frente a mesa de metal sem graça. Fernando Falcon tinha um semblante parecido com o do governador, só que faltava um pouco de autoridade e arrogância em sua expressão.

Seu olhar um tanto gentil quase me fez pedir desculpas pela minha suspeita.

Pigarreei antes de pedir desculpas pela sua presença abrupta a delegacia. Psicologicamente, se desculpar de forma humilde fazia a outra pessoa me encarar com menos medo.

— Como deve imaginar, as investigações estão se tornando complexas ainda mais com a segunda vitima encontrada no apartamento de Elina. Gostaria de fazer algumas perguntas, se estiver tudo bem.

— Sim, farei tudo para ajudar na investigação. Quero que o assassino da minha filha seja levado a justiça.

Suas palavras firmes foram surpreendentes com exceção dos seus olhos esquivos. Fingi ignorar.

— Que bom. É a minha primeira vez cuidando de um caso tão complexo, sabe? Quero dar o meu melhor para pegar o culpado, mas é tão complicado. A vida de Elina é muito diferente do que tinha imaginado. Pensei que ela fosse uma aluna perfeita, uma pianista magnifica e apenas isso. Ledo engano.

O Fernando pareceu constrangido ao abaixar a cabeça.

— Conte-me tudo o que puder sobre Elina. Amigos, a ultima vez que a viu, como era o seu relacionamento com ela, se ela mudou há algum tempo. Mesmo que pareça irrelevante pode ser crucial para a investigação.

— Tudo bem. — Ele me pareceu norteado antes de começar o seu monologo, o qual deveria ser 70% mentira. ­­ — Elina sempre foi uma jovem persistente e nunca parou até conseguir. Eu a admirava muito, sabia? Minha filha era o meu exemplo. Desde a sua adolescência aos dezoito ou dezessete anos, ela começou a se afastar um pouco da gente. Não sei o que aconteceu. Ela parou de falar com Edna, dormia fora de casa e quando foi para a faculdade se mudou. Nunca entendi o motivo e ela nunca disse nada. Sobre os namorados ou relacionamentos ela nunca comentou. Não acho que Elina pensasse em nós.

— Dizem que criar filhos é complicado. Estou entendendo o motivo. — Resmunguei. Elina tinha se mudado por causa de Edna, a irmão louca e stalker. Até eu teria me mudado e sou um agente especial federal!

Quem suportaria ser vigiado 24 horas dentro de sua própria casa?

Provavelmente foi nessa época que Elina descobriu que Edna não era uma pessoa realmente normal.

— Uma vez soube por um conhecido que Elina estava se relacionando com um jovem da faculdade, só não recordo o nome dele, me perdoe. E ela se recusou a leva-lo para casa quando liguei para ela. Se eu fosse mais presente, isso não teria acontecido. — Ele suspirou me dando a impressão de já estar cansado. Cansado de que exatamente? Fiquei calado, aguardando suas próximas palavras. — Às vezes me culpo por tudo isso. A Elina ainda estaria viva se tudo fosse diferente?

Dinastia - Livro 2 de ImpérioOnde histórias criam vida. Descubra agora