Capítulo 5 - Uma nova suspeita

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Gonzalez

Em uma investigação de homicídio o mais importante era listar as pessoas que ganhariam algo com a morte da vitima ou simplesmente que a odiassem o bastante para cometerem um crime. E, infelizmente, ninguém parecia ter uma desavença com a falecida Elina, ou seja, não tinha investigado o suficiente. Melissa Castro não parecia muito animada com sua, suposta, colaboração com a policia e, por isso, a deixei presa por quarenta e oito horas sob o pretexto de obstrução de justiça.

Sai da delegacia e segui para o apartamento de Elina Falcão, afinal a única forma de realmente conhecer alguém é vasculhar cada centímetro de sua casa. Meneei a cabeça percebendo quão bizarro tinha me tornando desde que comecei a trabalhar no FBI. Pensar como um maníaco homicida às vezes torna as pessoas um tanto estranhas e era assim como me sentia. Demorou menos de uma hora para chegar ao local localizado no edifício próximo a residência do meu principal suspeito: Flávio Aguilar. Peguei a chave do portão do prédio e do apartamento dela, impressionado pela elegância do lugar e tranquilidade. Havia câmeras no saguão, elevador e, aparentemente, em cada andar. O lugar era mais vigiado do que um reality show, sendo realmente impressionante. O aluguel deveria ser bem caro. Não lembrava sobre o governador bancar a sobrinha e pelo que lembrava a família dela não era tão rica assim.

Pelos meus registros, a renda de Elina não deveria ser o suficiente para pagar um ano de aluguel em um lugar assim. O primeiro problema encontrado: dinheiro. Onde Elina obtinha dinheiro extra? O governador enviava ou ela trabalhava em algo desconhecido? Isso estava relacionado a sua mudança no ultimo mês? Eram muitas perguntas sem resposta considerando o lento andamento do caso, suspirei prestes a colocar a chave na fechadura quando escutei a voz de uma mulher atrás de mim. Me virei com curiosidade dando de cara com uma senhora com cabelos brancos segurando o celular.

— Posso ajuda-la? — Sorri tentando soar gentil, mas a impaciência deve ter transbordado, já que seu olhar estava cheio de choque e medo.

— É melhor não fazer isso. Vou chamar a policia, na verdade já chamei.

Sua mentira me fez querer rir.

— Senhora, sou do FBI. — Mostrei meu distintivo e vi sua expressão mudar para alivio. — Há quanto tempo Elina mora aqui?

— Faz um pouco mais de dois anos. Ela não fica aqui muito, só algumas vezes no mês, mas sempre é muito gentil. Ela sempre me ajudava com as compras. — A senhora sorriu largamente em um tipo de olhar nostálgico. Elina parecia ser bem popular, agradável e gentil. — Mas no ultimo mês, infelizmente, a vi poucas vezes e ela sempre parecia preocupada.

— Qual o nome da senhora? Sou o detetive especial Gonzalez. — Me identifiquei mostrando meu distintivo. Ela respondeu com visível conforto, informando se chamar Maria Fonseca e não demorei em questionar sobre como Elina costumava ser, sua rotina, se havia alguma visita e se algo mudou no ultimo mês.

— Bem, Elina sempre foi gentil. Ela nunca gritou ou criou confusão mesmo que o vizinho de cima deixasse o som ao alto ás vezes. Ela carregava um instrumento com ela e muitas vezes vi um jovem, acho que ela o chamava de Flávio. Eu os encontrei no elevador umas quatro vezes. Eles conversavam bastante e riam. A Elina parecia muito feliz com ele. — Assenti curioso sobre até onde Flávio era próximo da vitima, afinal em seu breve depoimento optou por manter uma distancia dela. — Adorava suas conversas. Elina passava algumas tardes comigo, tomávamos chá e conversamos sobre os outros moradores. Ela era realmente adorável, mas foi uma tragédia o que aconteceu com ela. Coisas ruins acontecem com boas pessoas. É realmente lamentável.

— Realmente. E por isso quero lhe trazer justiça.

— Sim, graças a Deus que você esta aqui. Não confio nesses policiais, sabe? Não parecem muito entusiasmados em resolver o caso.

Dinastia - Livro 2 de ImpérioOnde histórias criam vida. Descubra agora