Capítulo 34: Sequestro

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Melissa Castro

Todos cometem erros na vida. Errar é o que torna o ser humano de fato, humano. Mas o meu erro poderia custar a minha própria vida. Após minha tentativa ridícula em tentar seduzir o agente federal para a minha matéria e a dor de minha própria consciência, decidi fazer um trabalho investigativo. Um verdadeiro trabalho cujo objetivo era revelar a verdade sobre a morte de Elina e os potenciais, e verdadeiros, suspeitos.

Obviamente fiz isso escondida do meu chefe e de todos, afinal quem iria querer saber de uma jornalista que se meteu onde não devia? Ninguém.

E esse comportamento arriscado foi o culpado por me levar até a minha morte.

Nunca teria imaginado o quanto minhas ações poderiam ser vistas como alarmante para o culpado, mas e dai? Tinha conseguido a minha matéria, só não sabia se alguém iria ler. Esperava que sim.

— Tudo o que eu quero é ser uma jornalista famosa. Só isso. — Tentei argumentar ao sentir a corda em meus pulsos, apertando-os e o tecido preto cobrindo os meus olhos. Honestamente, tinha perdido a noção do tempo a muito tempo e tudo o que lembrava era de estar voltando para o hotel antes de ser atacada.

Não sei o motivo pelo qual minha boca não foi amordaça. Talvez quisesse escutar minhas suplicas, já que alguns assassinos sentiam prazer nisso, em ouvir pedidos de clemencia e lamentos.

Mas isso nunca daria a ele. Nunca!

Jamais iria satisfazê-lo, ainda mais se esse era o seu único objetivo ao me capturar.

— O que você quer? Posso falar o seu lado da historia. Revelar a sua verdade.

Tentei mais uma vez sabendo que nada conseguiria, mas surpreendentemente desta vez, escutei uma voz estranha.

— Posso fazer isso sem você. Só preciso de mais uma vitima e minha historia estará mais uma vez nos holofotes.

— Sim, como um assassino louco, impiedoso, cruel e louco que assassina as mulheres sem motivo. Posso ajuda-lo a mostrar ao mundo quem você realmente é.

A risada sombria apareceu em meu ouvido e como queria gritar por ajuda mesmo sabendo ser impossível. Não escutava nada ao meu redor como se estivéssemos em algum lugar longe de todos, afastados do mundo.

Nem um único animal.

Não deveríamos estar perto de alguma floresta. Talvez em algum porão.

— O que acha da minha proposta? — Tentei duramente lutar pela minha vida. Se, pelo menos, conseguisse libertar minhas mãos poderia ter uma chance para escapar.

— Essa proposta não é suficiente para trocar pela sua vida, Melissa. Quero que uma jornalista seja morta para que todos comecem a tremer e não tenham um dia de paz. Deveria acusar o agente federal? Colocá-lo como suspeito poderia ser interessante.

Quanto mais o escutava, menos compreendia e mais achava estranho. Nunca tinha estudado sobre psicologia criminal ou algo assim, mas tinha certeza sobre algo: esse comportamento não era igual aos seus outros crimes.

Não havia motivo para me matar, levando em consideração que os outros crimes estavam conectados de alguma forma. Só que eu era apenas uma ponta solta que ele precisava apagar.

— Não importa o que eu diga a sua resposta será um não. Deseja que eu morra para não revelar as minhas suspeitas, correto? — Escutando o silencio, continuei ­­— Pela minha investigação, deve ser uma pessoa da cidade, próximo a família Falcon e talvez tenha um relação com a Elina. Ela foi a sua única vitima recebendo um atendimento tão especial. Fez questão de me chamar para ver o seu corpo antes mesmo de começar a apodrecer. Queria que ela fosse fotografada em sua melhor forma. Se odiasse a família dela cegamente teria esperado o pior momento, para aumentar a dor dos pais dela.

— Parece saber quem eu sou.

—Talvez.

Ri sem vontade com raiva do meu azar. Nunca deveria ter voltado para essa maldita cidade.

— Tentarei fazer com que sinta o mínimo de dor possível. Sadismo não é o que eu prefiro.

Pouco me importava. Iria ser morta sem ter revelado a verdade, mas esperava que o meu editor fosse inteligente o bastante para publicar o pouco que tinha feito. Esperava que Gonzalez pudesse descobrir quem me matou.

CONTINUA...

Dinastia - Livro 2 de ImpérioOnde histórias criam vida. Descubra agora