Capítulo 26: Noite ardente

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Gonzalez

Minha língua invadiu a boca de Alisson sem qualquer pudor. E eu admitia o quanto era bom nisso. Beijos quentes eram a minha especialidade como sempre foi. O problema estava na quantidade de regras quebradas em apenas alguns segundos.

E quem se importava com isso?

Minhas mãos foram até o seu pescoço, tocando-o com suavidade, sentindo os fios de cabelos roçando em seus dedos antes de puxá-la em direção a mim. Alisson pareceu arfar durante alguns breves segundos, momento que antecedeu o momento em que aprofundei o beijo.

O seu sabor misturado ao meu.

O seu hálito em meu rosto.

O seu toque em mim.

Tudo em Alisson parecia me atrair apesar de desconfiar um pouco dela. Deveria desconfiar de todos e, talvez, até de mim mesmo. Só não me importava naquele instante em que meus braços a envolveram. Ela tinha um tipo de imã magnético misturado a um ar depressivo, tornando-a saborosa. Extremamente tentadora a alguém como eu.

Uma pessoa ansiosa para salvar as outras.

Salvá-las para que desta forma pudesse salvar a mim mesmo. Uma ideia que minha mãe chamava de alucinação com tendências a salvador.

Ela estava certa, como sempre.

Aproximei os meus lábios de seu ouvido, sussurrando uma pergunta pecaminosa e criminosa.

­— Vamos para o meu hotel?

Ela assentiu sem sequer pensar.

Alisson estava tão entusiasmada como eu ou foi apenas um reflexo condicionado?

Apenas um detalhe. Eu estava bêbado e ela sóbria. Pela lei, a única criminosa era ela.

Saímos do bar e seguimos para o hotel com rapidez e sem qualquer hesitação. Alisson estava decidida e se eu desse pra trás seria um tolo.

Ficamos quietos durante o percurso, porém no momento em que fechei a porta atrás de mim, ela me agarrou.

Alisson, quanto mais selvagem você é, mais eu quero te dominar.

Na verdade, li quando era jovem o quanto a genética poderia influenciar os gostos, especialmente se fosse de pai para filho. Parecia ser verdade, pois aparentemente, o desejo de controle, posse e dominação persistiam em surgir mesmo que eu os colocasse bem no fundo, escondidos na profundeza.

Puxei a sua blusa, controlando-me para evitar rasga-la, tirei a sua calça, os seus sapatos e em seguida me despi. Seu olhar faminto percorreu o meu corpo, parando na minha barriga trincada. Me orgulhava de ter aquele corpo apesar de toda a minha preguiça.

A empurrei contra a parede, colocando nossos corpos, delineando o seu corpo com meus dedos passando em cada pequena marca ou cicatriz que tivesse. Mordisquei seus lábios sem usar muita força.

E tudo estava sendo maravilhoso.

Nem por um segundo tinha imaginado como era o seu toque em minha pele. Inconscientemente, enrosquei um de seus fios em meu dedo, puxando-o levemente, testando-a. Queria ver até onde seria aceitável.

Até onde ela me acharia normal.

— Pode puxar o meu cabelo. —Sentenciou ao murmurar em meu ouvido. E foi como se uma pequena rachadura aparecesse na redoma de vidro onde enclausurei o meu monstro interior.

Engoli em seco.

Um punhado de seus cabelos estavam em minha palma, segurando-o com força. Puxei, apreciando a vista do seu pescoço curvando-se para trás, encarando-a teimosamente sem expressão.

Dinastia - Livro 2 de ImpérioOnde histórias criam vida. Descubra agora