Solitude

Amelia Adeline

No último dia do amor
Meu coração quebrou dentro do peito.

O que o sol faz com as flores.

A casa é grande e a arquitetura se mistura entre o moderno e o antigo. A cor é um cinza-claro e sem graça. A garagem cabe uns 3 carros, tem um jardim na entrada e parece que é bem cuidado.

Minha tia para na entrada da garagem e desliga o carro. Ela se volta para mim.

__ Você tem que me prometer tentar se dar bem com ela. Ou pelo menos tentar. Resumindo, seja pacífica. __ Ela parece muito como o meu pai, os olhos de um azul piscina, os cabelos de um liso ondulados, a mandíbula perfeita. Os cabelos de um castanho beirando um mel.

__ Eu vou tentar. __ Minto. O que mais tenho feito nesses 1 ano e dois meses da morte do meu pai, é mentir sobre tudo o que venho sentindo. Eu estou tão sobrecarregada com tudo, que sinto que vou explodir e levar tudo ao meu redor comigo.

__ Vamos lá. __ Digo, saindo do carro. A minha tia passa na minha frente. A cada passo que eu dou, parece que meu coração vai parar. Como ela deve estar agora? Ainda continua tão linda? Tem cheiro de morango?

Minha tia toca a campainha. Uma senhora de meia-idade abre a porta. Ela parece ser a governanta. Tem um sorriso de orelha a orelha. Ela parece ter uns 1,60 de altura, negra, olhos castanhos e um corpo magro. Aposto que quando ela tinha seus 20 anos, ela era cobiçada por todos os caras de onde ela morava.

__ Olá, meu nome é Taylor Wilson. A senhora Adeline espera por vocês. Me acompanhe. __ Entramos na casa. Assim que entramos tem um corredor que leva a escada do primeiro andar, o que eu presumo ser onde ficam os quartos. A direita tem a sala de visitas. Onde a gente está agora. Tem um sofá grande, duas poltronas, uma mesinha de centro, alguns quadros nas paredes e alguns portas retratos. __ Podem ficar a vontade. A senhora Adeline já vai descer. Querem algo para beber?

__ Água seria ótimo. Obrigada. __ Minha tia responde. Sentamos e esperamos ela voltar com a água. A casa é muito bonita por dentro! Tem cheiro de casa limpa.

Minha perna treme de ansiedade e minhas mãos estão suando. Minha tia mantém seus olhos em mim desde o momento que pisamos dentro dessa casa. Acho que ela está tentando prever quando vou surta. Ouso passos na escada e levanto meus olhos até a entrada para a sala de visitas.

E lá está ela. Com a sua beleza de tirar o fôlego, sua postura confiante, seus 1,77 de altura, olhos azuis, cabelos negros e rosto perfeito. O perfume dela invade as minhas narinas e eu fico desapontada. Ela tem cheiro de manhã de primavera. Ela caminha até mim.

__ Você está mais parecida comigo do que nunca. __ Ela sorri para mim com esses dentes perfeitos e branquinhos. Não sorria para mim, sua mãe desnaturalizada. Me levanto e fico na mesma altura que ela. Posso olhar dentro dos olhos dela e dizer tudo o que está entalado na minha garganta.

Mas antes que eu abra a minha boca. A minha tia segura no meu pulso e toma a frente. Ela parece calma. E isso me irrita muito.

__ Você não mudou nada! Ainda continua vazia e narcisista. Fico impressionada que alguém tenha se casado com você. __ Espera, não foi você que disse que eu tenho que ser educada e pacífica? Você não está sendo pacífica, tia.

Ela não parece se abalar com o que a minha tia acabou de falar. Pelo contrário, ela sorri para ela e volta seus olhos para mim. Ela parece me observar de cima a baixo. O olhar dela é intenso e me causa calafrios. Eu conheço esse olhar! Ela costumava a me olhar assim quando eu era criança e mentia para ela. É como se ela soubesse tudo o que tem dentro da minha cabeça. Como se soubesse cada pensamento que já tive nos meus 16 anos de vida.

__ Preciso sair agora. Seja bem-vinda a sua casa. A Taylor vai te mostrar o seu quarto. Volto antes do jantar. __ Ela se vira e começa a andar, mas antes que cruze a porta, ela olha de lado para minha tia e fala __ Não encha a cabeça da minha filha com besteiras, Meredith. __ E sai da sala, deixando uma Meredith raivosa para trás.

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