Capítulo 10 ― Dez.
Anastácia returns to her home.
― Está bem? ― Diana a indagou enquanto voavam, ela ia num ritmo mais lento para que a filha ficasse menos cansada. ― Quer parar um pouco?
― Estou bem, não precisamos parar... Ou vamos demorar mais para chegar. ― Ana disse um pouco rápido e a moça sorriu ao ver sua animação.
― Certo, você está certa.
― Posso lhe fazer uma pergunta? ― A menina indagou depois de alguns segundos em silêncio e a mãe assentiu quando elas se olharam. ― Não tem a mesma opinião dele sobre eu ser uma princesa?
― Não exatamente... ― Diana se virou fingindo deitar enquanto voava e a filha lhe encarou chocada enquanto observava sua frente em busca de alguma coisa que precisasse desviar. ― Você já é uma princesa desde que a descobri em meu ventre, mas... Eu não acho que você deva ser a princesa daquele povo, não de Velaris. ― Ela se virou e apontou para as montanhas. ― É daquele povo que você deve ser princesa.
― O que? ― Ana a indagou um pouco confusa.
― Eu odeio os illyrianos em muitas coisas, muitas atitudes e sei que você também irá odiá-los, mas você tem a chance de tornar as coisas diferentes se treinar isso. ― Diana suspirou. ― Você ainda é muito nova para entender, mas creio que daqui alguns anos você terá esse sentimento, então saberá o que estou falando... Apenas digo que lute pelo que você acha que é certo e mesmo que seja por eles ou com eles, continue lutando.
― Eu irei e não vou desistir. ― Ana fez uma promessa velada para si mesma e também para a senhora da corte e acelerou seu voo enquanto enxergava o amanhecer.
― Não tenho dúvidas disso. ― Diana murmurou e sorriu fraco avançando para conseguir acompanhá-la.
Apesar de nunca ter voado por tanto tempo ou por uma distância tão longa, Ana não sentia sono algum ou cansaço sabendo que logo chegaria em Illyria.
Demorou quase uma hora até que o sol passasse a iluminar seu corpo e ela deixou um sorriso escapar sentindo sua pele sendo aquecida por ele enquanto os ferimentos de suas mãos começavam a cicatrizar.
Quando mais nova por algum motivo, Ana tinha o desejo de querer conhecer o sol e ficou decepcionada quando leu um livro dizendo que tocar a estrela solar era impossível já que o corpo padeceria antes por conta do calor, queria então que existe um evento como a queda das estrelas se houvesse outra estrela do sol.
― Você tem certeza disso? ― Elena indagou ao parceiro enquanto os dois saiam de casa.
Devlon havia recebido uma carta do grão senhor durante a madrugada, ela havia sido posta na cômoda ao seu lado na cama e não havia acordado por não sentir que era uma urgência já que se fosse algo grave, Robert podia ter chamado os outros senhores ao invés dele. Porém, seu sentimento mudou quando viu que a carta indicava algo que achou que aconteceria apenas em seus sonhos, acabou até mesmo acordando a esposa para lhe mostrar e ver que não estava lendo coisas erradas.
Os dois não tinham conseguido dormir desde então.
― Absoluta, na carta diz que algo aconteceu e Robert prefere que Ana volte e fique conosco... Ela está mesmo voltando. ― Devlon estava ansioso e observou o amanhecer enevoado. ― Talvez eu voe para procurar por ela, na carta não diz como ela está vindo e nem quando vem.
― Precisamos ter calma. ― Elena segurou suas mãos. ― Eu sei que é a primeira vez em anos que temos algo concreto, mas precisamos esperar, ainda mais depois de termos lido todas aquelas cartas.
A caixa preta jazia desde o dia que havia encontrado no quarto que pertencia a Ana, ele seguia intacto desde o dia que ela havia ido embora.
― Você está certa, eu não deveria me animar tanto... Mas, eu só queria estar lá para protegê-la. ― Devlon murmurou e a esposa o abraçou, deixando que ele descansasse o rosto contra seu colo e acariciou seu cabelo.
― Eu sei, querido, eu também queria muito. ― Elena suspirou, o vento bagunçava seus cachos de leve.
Talvez nem se conseguisse combinar aquele momento com o nascer da estrela solar teria dado tão certo, a natureza e a Mãe tinham vida própria para fazerem o espetáculo que quisessem mesmo que fosse aquele diante dos olhos dos dois.
Parecendo emergir do sol observaram dois pares de asas femininos vindo na direção dos dois e quando a névoa se dissipou ao redor, a surpresa tomou conta de seus rostos quando reconheceram a senhora da corte e ao lado dela uma mocinha voava quase de forma rápida.
Ela podia ter crescido um pouco, mas ainda conservava o mesmo rosto de sempre. Os olhos continuavam sendo impossíveis de esconder sua emoção, a cor violeta brilhava por conta do sol e o cabelo parecia ainda maior junto do tamanho de seu corpo.
Quando pousaram ainda havia uma certa distância, Diana pousou primeiro e a menina não conseguiu firmar os pés no chão ficando ajoelhada e evitando uma queda graças a illyriana.
― Você está bem? ― Diana a indagou, mas ela não prestava atenção em si.
― Mama, papa... ― As palavras escaparam dos lábios de Ana enquanto ela se erguia e se afastou da senhora da corte andando com dificuldade.
Diana ficou parada na mesma posição por alguns instantes e engoliu seu choro antes de observar aquela cena. Sempre doeria dentro de si a falta de construção de relação com sua filha, mas jamais iria se chatear por ver que ela estava sendo tão bem criada, por ver que ela teve pais participando de sua vida quando ela não pode e que a menina nunca deixou de pensar neles quando ela não conseguiu ser uma boa mãe.
Sempre tentaria ter um vínculo com sua cria e esperava reconstruir sua relação com ela longe do grão senhor.
Os pés de Ana demoraram a se mexer achando que estava vendo uma ilusão ou sonhando ao vê-los em sua frente novamente, mas não, aquilo era real. As lágrimas começaram a surgir em sua visão quando decidiu correr ao encontro deles, sentindo mais liberdade ao poder correr usando aquelas calças e abriu os braços quando viu Elena correndo até ela mesmo estando descalça enquanto Devlon a seguia.
A mulher se ajoelhou no chão e a tomou nos braços a abraçando fortemente enquanto chorava.
Diana virou seu rosto quando sentiu alguém tocando em suas costas e ela imediatamente abraçou seu pai quando o enxergou, um abraço silencioso e dolorido já que estavam se reencontrando meses após a perda da mãe dela.
― Obrigada por trazê-la de volta. ― Ele a agradeceu.
― Não só ela voltou, também ficarei um tempo por aqui. ― Ela disse surpreendendo James. ― Posso ficar com você, papai?
― O tempo que precisar, minha filha. ― O illyriano a respondeu sem hesitar e a abraçou fortemente enquanto os dois viam o reencontro mais adiante. ― Eu sei que agora está sendo muito dolorido para você também, mas acredito que vocês ainda terão tempo para se acertar.
Diana mordeu os próprios lábios para tentar controlar seu choro, porém foi em vão e o pai acariciou suas costas.
― Assim espero, meu pai. ― Diana desejou aquilo do fundo de seu coração.
Elena tocava cada parte do corpo dela tentando se concretizar que aquilo era real enquanto Devlon aproveitava para beijar sua testa e certificava se seu corpo estava ferido.
― Você está ferida. ― O illyriano notou pelas mãos dela.
― Não é nada. ― Ana disse chorosa. ― Eu não quero falar disso agora, por favor, só quero que me abracem.
E eles a obedeceram agora com Devlon abraçando seu corpinho enquanto Elena acariciava seu cabelo.
― Já passou e vai ficar tudo bem, você está em casa agora. ― A moça disse passando os dedos por seus fios tentando tranquilizar a si mesma. ― Pode esquecer aquele lugar maldito e tão odioso.
Quando ouviu aquelas palavras, a menina arregalou os olhos e deixou de ficar com o rosto contra o peito do illyriano e encarou a mulher de cabelo cacheado.
― Sua caixinha preta está aqui conosco, veio parar aqui quando sua avó morreu. ― Ela a explicou. ― Nós lemos tudo, precisávamos ter notícias suas.
― Vocês leram... ― Ana não parecia decepcionada e demonstrou alívio. ― Acreditam no que eu disse nas cartas?
― Em cada palavra, cada ponto, cada vírgula assim como cada lágrima e sangue, tudo lá é verdade e sabemos disso. ― Devlon balançou a cabeça várias vezes em sinal de concordância e a pequena quase sentiu um peso saindo de si antes de voltar a abraçá-lo.
― Nos perdoe por termos falado aquelas coisas quando você foi embora, querida, por favor. ― Elena lhe disse tendo lágrimas nos olhos. ― Devíamos ter lutado por você.
― Não, fizeram o que era certo...
― Você sofreu! Isso não é certo. ― A illyriana a interrompeu. ― Jamais sofrerá novamente, não enquanto estiver conosco.
― Eu sei. ― Ana sorriu entre suas lágrimas e voltou a ser abraçada por eles. ― Eu estou em casa.
Elena e ela seguiam abraçadas e Devlon abraçou as duas, desejando escondê-las com suas asas enquanto aproveitavam aquele momento e aproveitavam aquele reencontro em família depois de tantos anos.~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
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A Court Of Loss And Love (Helion)
FanfictionACOTAR Anastácia não almejava muito em sua vida desde que tinha nascido apesar de ter sido a herdeira direta da corte por anos até o nascimento de seu irmão. Ela não almejava encontrar um amor fora do território illyriano e conseguir encontrar uma f...