Capítulo 75

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Capítulo 75 ― Setenta e cinco.

Anastácia meets an old friend.

Helion estava com a respiração ofegante enquanto continuava aquela corrida estúpida sentindo que sua vida estava em jogo. Algo estava errado desde o início e foi burro por não ter percebido antes, o laço parecia enfraquecido demais conforme os segundos se tornavam minutos e não sabia o que fazer caso ele desaparecesse.

Era insuportável saber que Anastácia estava morrendo. 

"Você realmente acha que vai conseguir salvá-la, meu tio?" A voz de Viktor ainda ressoava em sua mente enquanto procurava por sua parceira.

"Aquela mulher que voltou não foi a mesma que você enterrou, tio."

"Você matou minha mãe duas vezes, vamos ver se matará sua parceira duas vezes também."

"Acha mesmo que seu amor pode salvá-la de toda dor que causou?"

"Ela o odeia cada vez mais e eu me aproveito, tudo por culpa sua!"

"No final, eu assistirei sua morte pelas mãos dela."

― Eu sinto muito... ― Helion resmungou em meio ao sono. ― Sinto muito, me perdoe... Perdão.

Anastácia já tinha se habituado com aquele costume um pouco raro do grão senhor falar durante o sono, mas quando sentiu o aperto no laço e a respiração ofegante ao seu lado reparou que o parceiro não estava tendo um simples sono e se sentou rapidamente na cama antes de tocar contra seu peito e logo depois seu rosto reparando em como a pele dele estava mais quente.

― Meu bem, ei... ― Anastácia balançou seu corpo percebendo como ele suava. ― Hel, acorde, está tendo um pesadelo.

A illyriana tentou manter um afago pelo laço e apoiou suas mãos em cada lado de sua face antes de focar contra o laço entre os dois enxergando a ponte dourada que unia o casal tentando procurar pelo parceiro e sentindo seu medo enquanto tinha aquele pesadelo.

― Helion! ― Anastácia gritou chacoalhando seu corpo e ele abriu os olhos bruscamente.

― Ana? ― Ele balbuciou seu nome e ela assentiu um pouco mais aliviada por ver que ele estava acordado.

Ela o recebeu em seus braços quando o homem se sentou na cama quase afobado e a abraçou com força lhe apertando para ter certeza que Anastácia estava ali com ele como vinha fazendo naqueles últimos anos. Pelo menos três vezes por semana ela dormia ali ao seu lado na corte Diurna e sempre acordava ao seu lado também, sempre estava ali com ele.

Os pesadelos de Helion pareciam ter aumentado nos últimos meses após o Solstício de Inverno, mais um que a moça preferiu passar em sua corte ao invés de ficar em Velaris e Anastácia preferia daquela forma. Rhysand ficou mais de um ano sem falar com ela após todo o acontecimento na antiga corte dos pesadelos e os dois não eram mais próximos como antes mesmo que a proximidade sempre tivesse sido pouca, a illyriana jamais se desculparia por aquele acontecimento enquanto o grão senhor sabia que ele é quem deveria fazer o pedido por ter sido tão negligente com uma parte de seu povo, mas ainda se recusava a fazê-lo tentando se isentar da culpa.

Podia até negar ter alguma relação com illyrianos chegando a ficar ofendido quando Ana dizia aquilo, mas demonstrava o mesmo orgulho que eles sempre mostravam.

Francamente, ainda era um bebê illyriano. 

Os encontros dos dois se tornaram formais e Ana só visitava a casa do Vento quando sabia que o irmão não estaria por perto além da própria magia do local fazer com que eles se evitassem quando um encontro podia acabar acontecendo, Anastácia se acostumou a respeitar a vontade dele de não falar com ela e Rhysand não tinha coragem para iniciar uma simples conversa.

A Court Of Loss And Love (Helion)Onde histórias criam vida. Descubra agora