Capítulo 94

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Capítulo 94 ― Noventa e quatro.

Feyre discovers that Helion was Ana's love.

Helion observou a pintura que tinha concluído na noite anterior e pensou na única vez que Ana tinha provado o vestido que tinha usado para se basear no enorme quadro que agora estava sobre sua biblioteca particular. A primeira coisa que pensou quando Amarantha mostrou seu plano e o manteve preso foi a promessa que fez para a parceira, deixando claro que sempre se esforçaria para que ela tivesse seu descanso.

Ele conseguiu aquilo somente no primeiro mês já que logo estava preso por culpa daquela praga. Realizou um feitiço para que a alma de Ana ficasse protegida onde quer que estivesse e ninguém pudesse tê-la e a cada mês que passava mandava um pouco de sua energia que não tinha sido roubada para manter ativo o feitiço que tinha feito e seguia obtendo êxito até então.

Porém, no dia em que precisava manter seu feitiço, o fim de Amarantha aconteceu e ele não pôde realizá-lo da maneira que gostaria, mesmo tendo poder o suficiente após dar uma pequena gota dele para aquela que os salvou depois de cinquenta anos. Já tinha tentado procurar em livros antigos qualquer coisa que falasse sobre visitar almas ou projeções astrais fortes o suficiente para que conseguisse ir ao outro lado, mas não encontrou nada e não sabia se seu feitiço continuava tendo efeito ou não.

Ao voltar para casa depois de meio século, ele chorou ao ver que Dani e Nicolas continuavam esperando por ele após todo aquele tempo e jamais tinham perdido a fé de que ele retornaria para seu povo e para a corte.

Havia descoberto que Viktor tinha ficado sumido por cinquenta anos, mas não imaginava que ele tinha sido pego por Amarantha também, seu sobrinho não era tão burro ou fácil de ser enganado. Dani lhe contou que a cozinheira Diana tinha sido encontrada morta no mesmo dia em que ele foi para o baile daquela praga ruiva maldita e ficou triste pela pobre moça que foi enganada pelo seu próprio sangue.

Lhe deu aquela bebida com sonífero e cortou seu cabelo dando as mechas para Viktor poder fazer o que desejasse, tinha a mantido presa esperando que ela lhe revelasse alguma coisa de útil e sabia que o sobrinho tinha conseguido matá-la na primeira oportunidade que teve principalmente sabendo que ele estava longe de sua corte de forma forçada.

Se havia uma única coisa que tinha agradecido após meio século preso foi a vida ter lhe dado a chance de conhecer seu único filho e descobriu aquilo sobre a Montanha quando Beron estava morrendo e lhe revelou sem esconder sua satisfação por acreditar na época que Helion morreria junto de seu filho antes da aparição da quebradora da maldição.

Helion se lembrou de Anastácia no último encontro que tiveram antes dele expulsar a parceira, lembrou-se do nervosismo dela quando conseguiu descobrir e estava pronta para lhe dizer. Fechou os olhos por alguns segundos e coçou sua nuca, seu filho estava agora junto da mãe conversando com ela enquanto todos na corte Outonal se preparavam para a coroação de Eris após confirmarem que Beron tinha mesmo morrido após provocar Amarantha uma última vez.

Teria tempo para se aproximar de Lucien, mas tinha ficado feliz por ver que ele também queria se aproximar e conhecê-lo melhor não somente como o grão senhor da corte Diurna, mas também como seu pai biológico. Quase riu sozinho quando pensou na vez que viu Anastácia acompanhada de Lucien e sentiu ciúme dos dois juntos e agora pensava que a parceira estava conversando com seu filho sem que soubessem daquilo.

Nos primeiros meses quando o ruivo decidiu ir para sua corte ficar apenas por uns dias, Lucien conseguiu descobrir o portal que ele tinha feito para sua parceira usar quando quisesse e passou por ele dizendo que logo retornaria, disse ao pai que sentia um fio lhe puxando para aquele território. Ele voltou uma semana depois com uma moça em seus braços dizendo que tinha reencontrado o amor de sua vida e se casaria com ela.

Mal estava aproveitando o filho e agora iria dividi-lo com uma moça chamada Jesminda que estava o acompanhando na corte Outonal e ele sabia que teria melhores explicações quando o filho retornasse daquela viagem já que a única mulher que tinha esse nome ele acreditava que tinha sido assassinada por Beron e seus outros filhos para trazer sofrimento a Lucien.

Ela lhe disse que Anastácia tinha a salvado e ela estava na ilha que não é vista e nem ouvida desde então e tudo fez sentido para Helion.

― Minha querida. ― Helion observou a tela por mais alguns instantes. ― Sinto que vou continuar descobrindo coisas sobre você.

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― Sério mesmo, eu vou lhe dar um socão. ― Eles ouviram a governanta dizer enquanto se aproximavam. ― Ana me ensinou como socar machos que enchem o saco.

― Eu sou seu amor, não me trate desse jeito. ― Nicolas fingiu uma expressão de choque. ― Vim lhe ver depois do treinamento e é isso que eu recebo?

― Ah, sejam bem vindos! ― Dani mudou completamente quando os viu entrando e se curvou. ― É um prazer revê-los e ver caras novas também... Meu nome é Daniela e sou a governanta do palácio da corte Diurna.

― Eu sou Nicolas, general dos exércitos da Diurna. ― Seu marido se curvou no mesmo instante que ela. ― É uma honra receber a comitiva da corte Noturna depois de tanto tempo.

― É ótimo revê-los. ― Rhysand assentiu. ― Sabem onde Helion está?

― Sim, ele está na biblioteca particular dele... É aqui no primeiro andar mesmo, foi o quarto que Ana ficou aqui, creio que vão lembrar o caminho. ― Ela sorriu fraco. ― Ótimo, vou pedir para prepararem um banquete e aquele filho da puta vai comer direito... Que a Mãe me perdoe.

― Não fale assim do nosso grão senhor, mulher. ― Nicolas a olhou quase em pânico.

― Você sabe que estou certa. ― Dani deu de ombros. ― Fiquem à vontade!

― Ela...

― Ela é assim mesmo, uma querida. ― Morrigan sorriu fraco quando ouviu Feyre.

A terceira no comando estava acompanhando os illyrianos naquela viagem após o primo insistir para que ela estivesse junto deles e assim saísse um pouco da corte. A loira só aceitou após Amren jurar quase com os dois pés juntos que protegeria a corte dos sonhos assim como faria o mesmo com Velaris deixando claro em meio a rosnados que ela não precisava se preocupar e podia viajar segura.

Quando Rhysand abriu a porta para que todos entrassem após bater sobre e ouvir a autorização do grão senhor, ele não escondeu sua surpresa quando sentiu o cheiro de sua irmã mais velha naquele cômodo e seus amigos também ficaram surpresos da mesma forma.

Helion estava distante a poucos metros e tinha o quadril apoiado em uma mesa enquanto uma das mãos estava sobre o queixo e ele observava um enorme quadro que cobria uma parede inteira do local.

Feyre ofegou quando viu a magnitude do que tinha sido pintado e seus olhos brilharam quando viu a riqueza de detalhes naquela obra junto de seu tamanho. Era a figura do grão senhor da corte Diurna encostado contra o encosto do trono e nela estava Ana com seus olhos violetas brilhando junto de um lindíssimo vestido dourado combinando com sua coroa e as asas pretas reluzindo junto de seu cabelo, as sombras que desapareceram junto dela estavam ao redor de si.

Os dois sorriam como se estivessem posando para um retrato oficial que seria emoldurado e colocado na capital da cidade para que todos o vissem.

― Ela tinha muito medo que você ou alguém da corte Noturna soubesse disso, então ela nunca quis que alguém nos pintasse junto já que tinha medo de que isso vazasse... Quando ela descobriu que eu pintava na minha juventude e estava decidido a retomar esse hábito, com tanto incentivo dela insinuando que podia ser minha musa eu a indaguei sobre pintar um quadro nosso. ― Helion começou a dizer sem encará-los. ― Eu estava na metade dele quando Ana e eu brigamos, eu terminei com ela e quinze dias depois ela foi morta... Depois Amarantha nos prendeu e minha obra ficou cheia de poeira, eu a terminei ontem à noite.

― Eu não imaginei que pintava, grão senhor. ― Feyre foi a única que conseguiu dizer algo já que todos estavam impactados pela pintura que viam.

― Eu passei a treinar mais quando vi que Anastácia gostava de pinturas que faziam dela, cada quadro aqui eu fiz para ela. ― Helion deixou um suspiro escapar e segurou o colar que ela tinha lhe dado. ― E como o óbvio, nenhum deles conseguiu captar a beleza que minha querida tinha.

Então a Archeron reparou que todo o cômodo tinha quadros da illyriana de olhos violetas vendo que ela sempre tinha um sorriso nos lábios ou sorria apenas com seu olhar enquanto posava como o pintor queria, a biblioteca com tantos livros antigos acabava sendo ofuscada pela beleza da moça colocada em cada quadro.

Feyre mal conseguia imaginar o quão linda ela devia ter sido lembrando que seu parceiro era o homem mais lindo que ela havia visto em toda sua vida.

― Mas, creio que não vieram aqui para isso. ― Helion finalmente os encarou mostrando que tinha olheiras no rosto apesar do sorriso ameno em sua face. ― É ótimo lhe ver, salvadora.

― Digo o mesmo. ― Feyre se curvou um pouco e tentou não gaguejar.

― Admito que sempre é maravilhoso relembrar a memória de minha irmã, mas vim aqui por outro motivo. ― Rhysand começou a dizer. ― Vim pedir pelo seu apoio na guerra que se aproxima.

― Hm, você não precisa pedir pelo meu apoio contra Hybern. ― Helion afirmou depois de alguns segundos, analisando todos que estavam ali. ― Quando Ana foi atingida na guerra, eu matei todos os hybernianos que tinham arcos e agora eu os matarei novamente pela minha parceira.

Feyre acabou ofegando e apertando a mão de Rhysand sem perceber. Achava que era impossível que um macho conseguisse sobreviver após a morte de sua parceira e ficou chocada ao ver que a illyriana era aquela unida ao grão senhor do dia e agora ele seguia sem ela.

Não podia imaginar como Helion tinha ficado quando ela morreu e o admirou por ver que ele teve coragem de seguir em frente mesmo que forçado e não sucumbindo a tristeza extrema ou loucura.

Mas, Feyre pode ver que ele ainda sentia muito dor apesar de conseguir falar sobre seu grande amor e imaginava a amargura em sua vida ao ser obrigado a viver sem a parceira.

― Depois me explique o que sabem sobre os próximos passos de Hybern, certamente o imbecil de Tamlin vai ser o primeiro a abrir as pernas para aquele reizinho de merda. ― Helion começou a dizer se afastando da mesa. ― Beron poderia seguir o mesmo caminho, mas agora com ele morto acredito que Eris ficará do lado mais forte, Tarquin recém assumiu como grão senhor e não vai saber o que fazer então ficará do mesmo lado e Thesan tenho fé que seguirá meu conselho e nos apoiará... Apenas Kallias eu não sei o que pode acontecer, presumo que ele ainda está o odiando.

― É, provavelmente. ― Rhysand suspirou antes de concordar, Helion falava rápido supondo sobre cada grão senhor e tinha alta possibilidade de estar certo.

― Eu posso tentar falar com Vivianne, soube que eles são parceiros. ― Morrigan comentou e ele concordou.

― Conversaremos melhor sobre isso depois, Dani certamente está enchendo o saco das cozinheiras para que façam um verdadeiro banquete e ela não vai parar até que todos estejam satisfeitos...

― Acho que ela faz isso esperando que você coma. ― A loira comentou enquanto ele se aproximava dela.

― É difícil comer, tenho usado a energia solar para me manter alimentado e vivo. ― Helion foi sincero enquanto coçava sua barba. ― Todos os banquetes aqui foram realizados para que Ana comesse bem e agora parece que perdeu o sentido.

Era nítido para ele que tudo havia perdido o sentido... 

― Não pode descuidar da sua saúde. ― Morrigan tentou lhe consolar. ― Um homem dessa idade tem que se cuidar.

Cassian até tentou se controlar, mas logo sua gargalhada acabou explodindo pelo ambiente e ele tentou usar o corpo de Azriel para se esconder, mas foi em vão.

― Não esquecerei essa dica, Morrigan. ― Helion fez uma careta. ― Vamos para a sala de jantar, o banquete já deve estar sendo posto.

 ― Vamos para a sala de jantar, o banquete já deve estar sendo posto

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A Court Of Loss And Love (Helion)Onde histórias criam vida. Descubra agora