Capítulo 81 ― Oitenta e um.
Anastácia worries and suffers.
Anastácia não conseguiu dormir naquela noite, mesmo com a casa do Vento lhe fazendo chás para conseguir lhe acalmar, nada estava adiantando. Rhysand havia conseguido reunir o círculo íntimo rapidamente durante aquela madrugada e Ana estava junto da reunião, mas não conseguia prestar atenção nela de forma alguma enquanto somente pensava na corte Diurna.
Não podia imaginar um ataque acontecendo contra aquele povo, pessoas tão acolhedoras e simpáticas podendo sofrer de alguma forma com aquela agressão partindo deles próprios. Não podia entender quem tinha tanta raiva de Helion para ter agido daquela forma, tanto ódio ao ponto de invadirem o palácio. Não sabia de relatos de saqueadores, roubos ou qualquer um que estivesse insatisfeito com o modo como governava.
Podia ser uma retaliação ao relacionamento dos dois? Não tinha certeza, fazia tanto tempo que estavam juntos e achou que estava tudo bem... Mas, e se não estivesse?
Havia tido feridos naquele ataque? Quanto tempo ele durou?
Mortos?
Seu coração parecia voltar a doer quase de forma incontrolável e trazia um desconforto para seu peito enquanto tentava entender o que havia acontecido. Helion estava bem ou tinha sido ferido durante o ataque?
E as ninfas podiam ter sido feridas?
Dani? Seu marido?
A cozinheira Diana que tinha chegado para trabalhar lá havia menos de uma semana?
Porque ele não lhe falava algo pelo laço? Porque o sentia tão silencioso?
Sentiria algo se ele estivesse machucado?
― Ana! ― Rhysand a chamou e fez com que a irmã se assustasse e batesse suas costas contra a parede fazendo a moça grunhir pelo incômodo. ― O que foi? Está tão nervosa que estamos sentindo seu poder.
― O que? ― Anastácia balbuciou e reparou nas expressões de todos, podendo reparar que a prima estava com uma das mãos sobre o próprio peito, estava passando sua ansiedade para todos. ― Me desculpem, eu... Eu preciso ir. ― A sua voz saiu com dificuldade.
― Onde está indo? ― O mais novo se aproximou dela, a expressão suavizada enquanto reparava que a irmã não estava bem.
― Eu só preciso ir. ― Anastácia não respondeu o irmão como ele gostaria, a respiração ofegante lhe atrapalhava.
― Ana, respire junto comigo. ― Rhysand tentou lhe pedir. ― Calma, respira devagar.
― O que ainda estão fazendo aqui?! ― Ela encarou as sombras podendo sentir que estavam receosas de deixá-la mesmo após o pedido dela. ― Vão, por favor, rápido!
― Ana! ― O grão senhor a chamou mais uma vez e a moça o encarou com os olhos marejados. ― O que foi?
Anastácia apenas encostou sua cabeça contra o peito do irmão e tentou manter sua sanidade enquanto respirava fundo, não adiantava ficar nervosa sem saber o que havia acontecido. Era bom não ter ouvido a voz de Helion pelo laço ou iria se descontrolar ainda mais, precisava manter a calma.
― Está tudo bem. ― Rhysand a abraçou apoiando a cabeça contra a dela e a abraçando de lado.
"Senhora." Anastácia abriu os olhos quando ouviu as sombras tentando contato consigo.
"Fiquem até nossa fronteira, é o máximo que podem ultrapassar e vejam se há algo de errado." Deu sua ordem tentando se acalmar.
"As sombras dele estão lá também." A única sombra que ficou consigo disse aquilo quando passou por entre suas asas.
― Obrigado. ― Ana ouviu Rhysand sussurrar e percebeu que ele tinha um copo de água em sua mão. ― Tome isso, sim? Vai lhe ajudar.
Anastácia apenas assentiu antes de beber um pouco enquanto buscava manter a calma.
― Tudo isso pelo risco de perder seu professor na cozinha? ― Amren não fez questão de controlar sua língua e ignorou a repreensão de Morrigan.
― Eu tenho muitos amigos na corte Diurna além de meu professor e eu me importo muito com eles. ― Anastácia entregou o copo para o irmão. ― Eu preciso ir lá.
― Helion me disse na carta que estavam todos bem. ― Rhysand segurou um dos braços da irmã.
― E você vai acreditar num pedaço de papel? Não! ― Ana se soltou dele e segurou seus dedos. ― Eu preciso ver com meus próprios olhos que eles estão bem, agora mesmo!
Rhysand não conseguiu impedir quando a única sombra dela escondeu seu corpo antes de atravessar.
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Anastácia correu mesmo sem saber para onde assim que atravessou para o palácio e o uniforme illyriano brilhou em seu corpo junto de seus sifões dourados e dos primeiros raios de sol. Ela desacelerou sua corrida quando notou que começava a amanhecer e todos pareciam calmos demais apesar do acontecimento, pode reparar que os mesmos guardas continuavam em seus postos e reparou que tinham mais apoio que o costume.
Respirou fundo quando os cumprimentou e observou que tudo parecia em seu devido lugar enquanto entrava. Conseguiu ver que o teto parecia ter sido reformado junto de uma das paredes que levava até a cozinha e o cheiro de queimado ainda era um pouco nítido apesar do perfume das flores do jardim impedirem uma ação maior dele.
Ana franziu o cenho enquanto andava e sentiu o aroma do cemitério novamente, mesmo que nada ali lhe lembrasse daquele local de descanso enquanto seguia.
― Bom dia, querida. ― Ela se virou quase afobado quando o ouviu. ― O que faz aqui tão cedo, huh?
― Hel... ― Seu nome escapou dos lábios dela junto de uma respiração e Ana não se importou de correr até ele e se jogar em seus braços.
Ela se afastou no mesmo instante em que ouviu um resmungo dele e pode ver sua expressão de dor.
― Você foi ferido. ― Anastácia murmurou quase em choque e segurou em seu rosto pegando a dor dele para si de forma incisiva. ― O que aconteceu?
― Eu não sei, ainda estou tentando descobrir. ― Helion sentia seus cortes cicatrizando de forma rápida graças a ajuda da parceira. ― Foi no meio da noite, alguns soldados invadiram o palácio em busca de destruição, eles lançaram flechas de fogo atingindo algumas árvores e tinham algum material inflamável junto já que o incêndio começou rápido demais.
― Soldados? ― Ana franziu o cenho. ― Então...
― Não, não são esses soldados... Eu pude reconhecer alguns, eram soldados mortos na grande guerra e parecia que queriam se vingar por suas mortes naquela época. ― Helion tinha um olhar extremamente sério. ― Eles quebraram quando foram atingidos, bastou um único golpe para quebrar e se desfizeram como barro.
― Como isso é possível?
― Com Viktor tudo é possível. ― Helion riu sem humor. ― Ele tem o poder suficiente de trazer alguém de volta a vida, eu já havia visto... Mas, fui burro ao achar que era impossível que ele conseguisse se fortalecer ainda mais, claro que ele já tem poder o suficiente para trazer alguém de volta e conseguir mantê-la aqui de alguma forma, talvez com mentiras ele está conseguindo o que quer junto dos espíritos.
Anastácia até pensou em dizer alguma coisa, mas sabia que nada iria consolar seu parceiro naquele momento.
― Eu vou cuidar de você, ainda está machucado. ― Anastácia tentou acariciar seu rosto novamente, mas ele a impediu e a moça franziu o cenho enquanto ainda a encarava.
― Precisa voltar para a corte Noturna, o mais rápido que puder. ― Helion disse baixo e ela pode perceber como ele aparentava estar cansado. ― Não consigo mais sentir Viktor em meu território, é muito provável que isso foi apenas uma cena para desviar a fuga dele para outra corte e eu perder sua localização.
― Mas... ― Ana se calou quando ele beijou suas mãos. ― Está bem, eu vou voltar.
― Obrigado por ter vindo, querida. ― Helion a agradeceu depositando um selo em sua testa antes que se afastasse. ― Fique tranquila, não tivemos vítimas fatais e o dano material já foi todo consertado.
― Certo, eu vou voltar aqui ao menor sinal de algo errado. ― A illyriana afirmou e o parceiro assentiu sabendo que era inútil tentar evitar aquilo.
Antes que voltasse em definitivo para a corte Noturna, Ana ainda passaria pela cidade para ver se tinha havido alguma destruição ou feridos. Ela sentiu a cabeça pulsar de forma leve e incômoda já que não havia dormido naquela noite e o sol já estava brilhando na corte Diurna.
As pontes estavam intactas assim como as estátuas e presumiu que o ataque devia ter sido focado apenas no palácio mesmo, Helion não conseguiria dividir seu poder e manter o rastreamento que fazia com Viktor ao mesmo tempo precisava proteger quem precisasse evitando o acontecimento de uma tragédia.
― Senhorita Anastácia! ― Ana reconheceu quem estava acenando para si e acelerou seus passos até se aproximar dele. ― Olá, amor.
― Olá. ― Ana sorriu ao vê-lo. ― Que bom que você já está aqui.
― Eu vim o mais rápido que pude, cheguei agora a pouco... Estou ouvindo sobre o ataque, todos estão sem acreditar no que aconteceu nessa madrugada.
― Eu imagino que sim, até eu estou assustada com o que aconteceu. ― Ela sussurrou a última parte expondo seu medo para ele. ― Helion tem certeza que Viktor está envolvido com isso.
― Infelizmente eu temo a mesma coisa... ― Edward não escondeu sua falsa tristeza. ― Viktor certamente está planejando algo e conseguiu tirar o foco de Helion sobre o verdadeiro problema, talvez ele tente trazer a mãe de volta à vida mais uma vez.
― Não pode ser. ― A illyriana ficou surpresa. ― A alma dela precisa descansar.
― Sim... Volte para sua corte, amor, e cuide dos cemitérios que tiver lá... ― Edward lhe deu o conselho e ela assentiu quase rapidamente.
― Obrigada, cuide dele. ― Ana lhe fez o pedido enquanto se afastava.
― Pode deixar que cuidarei dele, amor, não se preocupe. ― Edward deixou um sorriso escapar antes de respirar fundo.
Tudo parecia se encaminhar como desejava.~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
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A Court Of Loss And Love (Helion)
FanficACOTAR Anastácia não almejava muito em sua vida desde que tinha nascido apesar de ter sido a herdeira direta da corte por anos até o nascimento de seu irmão. Ela não almejava encontrar um amor fora do território illyriano e conseguir encontrar uma f...