Capítulo 30

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Capítulo 30 ― Trinta.

Anastácia is irritated by her father and brother.

― Qual é a porra do seu problema?! ― Anastácia alterou sua voz.

― Não fale assim comigo, menina! ― Robert prontamente retrucou, mas sabia que era inútil erguer a mão para ela.

― Eu não quero ser herdeira, eu não quero essa coroa maldita e não quero ser a grã senhora... Eu apenas quero ficar em paz em Illyria com você não enchendo a porra do meu saco, caralho! ― A moça desabafou ainda lutando para evitar que seu controle escorresse pelos dedos, havia treinado tanto para se manter calma. ― Por qual motivo quer Azriel me seguindo? Eu já o ensinei o suficiente sobre as sombras, ele não vai conseguir se esconder e me espionar como você quer, não seja estúpido.

― Eles estão brigando assim há muito tempo? ― Rhysand indagou a mãe levando uma das mãos até suas costas.

― Três horas, mas pelo menos pararam de gritar um com o outro. ― Diana o respondeu e ele podia ver o cansaço estampado em sua face.

Sua terceira gestação estava sendo extremamente tranquila e ela estava aproveitando a companhia dos dois filhos, Anastácia tinha preferido ficar mais perto dela quando descobriu que estava gestando outra menina enquanto Robert se importava cada vez menos focando sempre no treinamento de seu filho para ser um grão senhor.

Fazia semanas que ele estava desconfiado falando para Rhysand que suspeitava que Anastácia podia estar querendo o lugar dele, querendo tomar seu poder e por isso estava expandindo a ideia de todas as fêmeas saberem a ler e escrever, dizia que alguns senhores de Illyria tinham se vendido para a própria filha em troca de proteção contra ele. Rhysand já tinha duzentos anos e não imaginou que sua mãe estaria grávida novamente.

Anastácia também queria preservar sua mãe, mas não aguentava mais a perseguição do grão senhor a fazendo se manter afastada da ilha das illyrianas e precisando procurar por mais feitiços junto de Bryaxis e o Entalhador de Ossos, algum poderoso que nem mesmo o grão senhor pudesse quebrar e pensava em misturar seu sangue como fizeram para a realização do feitiço pela proteção de Velaris.

Apesar de manter os illyrianos o respeitando e confiando em si, Robert sabia que era uma linha tênue e aquilo podia se partir simplesmente dependendo do modo que ele lidava com sua filha, apesar de ser séculos mais velho que sua herdeira, ela era muito mais importante para as estepes illyrianas de um jeito que ele próprio jamais seria e sabia que não podia perder aquilo.

A conversa acabou quase desaparecendo e antes que Diana pensasse no pior, Anastácia passou pela porta levando os dedos até o nariz e retirando o sangue que começava a escorrer.

― Filha! O que aconteceu? ― Diana rapidamente foi de encontro a ela. ― Robert! ― Chamou raivosa pelo parceiro.

― Não é culpa dele, eu estou tendo sangramentos nasais. ― Anastácia respirou fundo. ― Queria mentir e dizer que foi por causa de um soco desse infeliz, mas é a verdade.

― O que está ocasionando esses sangramentos? ― Diana indagou e a moça de olhos violetas se assustou quando o irmão conjurou uma caixa de lenços.

― Que porra? ― Indagou baixinho e ficou desconfiada quando a senhora da corte começou a limpar o sangue de sua narina. ― Envolve a ilha e as valquírias, quero o melhor para elas e isso rende alguns sacrifícios.

Depois de alguns séculos, Anastásia revelou para o irmão que as mulheres que salvava e chamavam de desaparecidas, na verdade recebiam o nome de valquírias já que ela considerava um renascimento quem sobrevivia e decidia ficar na ilha.

― Eu preciso ir, está tudo bem. ― Anastácia lhe deu um sorriso e logo se afastou.

― Filha, espera... ― Ela não deu ouvidos a Diana e saiu por uma das janelas da casa do Vento. ― Rhys! ― Ainda tentou chamar o filho, mas ele atravessou e antes que pudesse dar um soco na irmã, as sombras o impediram.

― Pelo Caldeirão, já não basta o pai tentando... ― A moça de olhos violetas suspirou. ― O que é, caralho?

― Nossa mãe está preocupada com você, será que não consegue perceber isso? Ela é uma mulher grávida de quase dez meses e a qualquer momento nossa irmã pode nascer, devia ter mais consideração por ela.

― Eu estou aqui há semanas junto dela enquanto Robert o arrasta para todos os lugares deixando claro que é você quem ficará no lugar dos dois, eu que tive que atravessar para a corte Diurna por Diana querer o sorvete de chocolate deles novamente e Helion me atendeu com um sorriso nos lábios e sendo extremamente gentil mesmo que fosse uma e meia da madrugada, eu que tive que ir até a corte Estival e implorar para Nostrus me deixar pegar um pouco do mar de Adriata já que ela queria sentir o cheiro de lá... Quando ela se sentiu sozinha por você não estar por perto, eu chamei a Morrigan e fizemos uma noite das garotas como ela nunca teve antes... Você ao menos sabe o nome da nossa irmã?

Rhysand acabou se calando e a moça deixou uma risada escapar por pura frustração que sentia, ela fechou os próprios punhos tentando manter a calma.

― Claro que não sabe, assim como o pai, espero que melhore até Anelise nascer. ― Anastácia revelou seu nome. ― Agora pare de me encher e vá dar apoio a sua mãe, idiota.

Ana preferiu voar para longe de Velaris e seguiu voando para sua ilha, se certificando que não era seguida e desaparecendo entre as sombras e a névoa. Havia revelado para Rhysand o nome de suas guerreiras e quase se arrependia, a proximidade dele com o grão senhor a irritava e lhe lembrava que não podia confiar completamente nele.

Era seu sangue e ao mesmo tempo não era.

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― Ele me irrita, não é possível. ― Anastácia suspirou e tomou mais um copo de água com açúcar para se acalmar. ― Acho que eu não consigo aguentar homens por muito tempo, eles são tão argh...

― Se preferir fêmeas como a Maddie, esse problema vai acabar. ― Madeleine tentou lhe consolar e continuou sorrindo mesmo vendo o olhar da outra para si. ― O que foi? Sabe que isso é verdade.

― Não tenho tempo e nem paciência para pensar nessa parte, mas queria gostar de fêmeas assim... É bem melhor sentir atração por mulheres. ― Anastácia desabafou.

― Então sente por homens? ― Madeleine arregalou os olhos de leve e logo um sorriso malicioso ficou sobre seus lábios. ― Gosta de uma beleza mais bronzeada, escura, não é? Eu sabia. ― Comemorou consigo mesma.

― Claro que eu sinto, só não demonstro como você e não venha com esse assunto novamente, já disse que você está vendo coisas. ― A moça de olhos violetas retrucou. ― Se você quiser ter algo com o pirralho do Rhysand, não me importo, mas não deixe Robert saber.

― Eu não ficaria com ele, não parece ser o cara que curte illyrianas e é muito filhinho de papai. ― A dama de companhia negou. ― Mas, Maddie pode ser...

― Nem pensar. ― Madison prontamente negou e viu o olhar da amiga. ― É em relação a Morrigan, não seu irmão.

― Mor? Hm, talvez seja possível. ― Anastácia murmurou. ― Mas, mantenham-se afastadas dos dois... Nenhum está sendo uma boa influência no momento.

― A sua família, huh? ― As gêmeas disseram ao mesmo tempo.

― Assunto encerrado! Me digam, como estão as valquírias? Há cada momento eu vejo mais casas sendo construídas, mais meninas aprendendo a lutar... Isso é incrível.

― Infelizmente algumas estão querendo ir embora, mas estão com medo de falar com você. ― Madison já era considerada por Ana a general do exército que ela tinha construído durante aqueles longos séculos.

Mulheres dispostas a ir para guerras, lutar pela ilha delas antes mesmo que precisasse pedir por alguma coisa. Todas eram excelentes em combate corpo a corpo, sabiam se esconder em árvores e tinham resistência máxima para ficar na selva ou durante horas escondidas no chão, jamais havia menosprezado as que infelizmente seguiam sem suas asas e todas tinham função no campo de batalha.

Suas valquírias.

― A ilha nunca foi uma prisão, podem ir embora sempre que quiserem... Mas, quando minha irmã nascer, eu conversarei com os espíritos novamente e farei um novo feitiço. ― Anastácia comentou com as gêmeas. ― Claro que falarei com todas antes, ao saírem da ilha tendo o desejo de não voltar vão se esquecer imediatamente de sua localização e as memórias serão como sonhos.

― Caramba. ― Madeleine ficou surpresa.

― Eu não posso arriscar, Robert está enchendo o saco e os senhores illyrianos logo vão cair na pilha dele acreditando no que ele diz sobre eu estar fazendo um exército. ― Ana revirou os olhos depois de alguns segundos. ― Eu já fiz o exército, mas não é para roubar a corte e sim para que as illyrianas consigam se proteger.

― Homens são idiotas, mas o grão senhor é o pior deles. ― Madison sentou ao lado das duas e aproveitou a brisa vindo na direção delas.

― Ele é o pior idiota só pensa no poder e isso me irrita tanto. ― Anastácia respirou fundo e o copo em sua mão estourou, mas não foi pelo uso de sua força e logo ela o restaurou. ― Que lamentável. ― Observou o corte em sua mão cicatrizando.

― Não vá explodir ficando com esse poder acumulado. ― Foi a gêmea mais nova que falou aquilo, Madeleine a encarava de forma preocupada.

― Não se preocupem, eu vou usar esse poder no feitiço. ― A moça de olhos violetas observou as sombras passando por entre seus dedos e ela pode enxergar o brilho do sifão. ― Eu terei ajuda para deixar esse peso ir, vou ficar bem.

― Precisa se cuidar. ― Madison também se preocupava consigo. ― Precisa que busquemos algo para o feitiço?

― Apenas... É muito provável que a senhora dê a luz numa lua cheia assim como foi com Rhysand, será dentro de uma semana e preciso que avise a todas para que permaneçam a noite e a madrugada inteira dentro de casa nesse dia, os treinamentos ao amanhecer serão todos cancelados.

― Então será algo mais intenso do que quando Rhysand nasceu. ― Madeleine fez uma careta e suspirou.

― Sim, mas será definitivo... A ilha será também aquela que é vista e não lembrada por quem desejar não tê-la em seu coração. ― Anastácia afirmou. ― Isso vai funcionar.

 ― Isso vai funcionar

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A Court Of Loss And Love (Helion)Onde histórias criam vida. Descubra agora