Capítulo 42

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Capítulo 42 ― Quarenta e dois.

Anastácia is cared for in the court of the sun.

Quando finalmente pôde descansar em uma cama quentinha e confortável, Anastácia parou de segurar toda a sua dor acumulada naqueles meses e que Madja não pode curar já que não conseguia ver mais a fundo.

Ela logo teve febre, uma febre forte que lhe causava calafrios e tremores quase incontroláveis fazendo os dentes rangerem sem controle. Se tornou mais difícil alimentá-la, mas Helion não desistiu em momento algum enquanto houve situações em que Anastácia seguia inconsciente não vendo o que estava acontecendo consigo mesma, ele a forçava a tomar água tomando cuidado para não engasgar.

Os hematomas surgiram em seu corpo e ela chegou a vomitar sangue enquanto todos os seus músculos doíam, latejavam conforme tinham cãibras.

― Senhor. ― Dani o chamou enquanto ele passava uma compressa sobre o rosto de Ana, ela tinha uma expressão de dor no rosto e tentava se mexer mesmo de forma inconsciente. ― Já enviei a carta para a corte Noturna e passei o recado para Nicolas, ele já deve estar tentando contato com o grão senhor nesse momento.

Depois de quase quatro dias tendo a princesa ali e ela seguindo ruim, Helion decidiu que era hora de avisar ao seu pai o que havia acontecido com ela enquanto a moça seguia se recuperando. Principalmente quando ouviu que só naquele momento é que todos estavam indo embora da corte Primaveril após o fim da construção da muralha que havia sido feita em tempo recorde junto das rainhas humanas que ele ainda não conhecia.

― Ótimo, logo alguém da corte estará aqui. ― Helion tinha certeza. ― Obrigado, Dani. ― Ele agradeceu a moça e ela se curvou antes de sair.

Anastácia puxou o ar pela boca entre dentes e abriu os olhos deixando o grão senhor surpreso e ele tentou botar a compressa em sua testa, porém Ana a segurou e entrelaçou seus dedos.

― Oi, querida, pode me ouvir? ― Ele murmurou tentando ser suave.

― Está tudo bem. ― Anastácia segurou sua mão lhe acariciando e conseguiu sorrir mesmo naquele momento em que tremia e continuava suando. ― Tudo vai acabar bem, eu lhe prometo.

Os olhos estavam perdidos e podia ver que ela não estava falando consigo somente reproduzia os momentos de alguma memória sua.

― Shh, não chore. ― Ela seguia falando e gaguejava perdida em seus pensamentos. ― Você fez um ótimo trabalho, você deu o seu melhor... Vai partir em paz, não tema e não tenha preocupações... Pode descansar agora. ― Os olhos dela estavam lacrimejando. ― Eu ficarei com você até o fim.

― Obrigado. ― Helion afagou sua mão.

― De nada, vá em paz. ― Anastácia murmurou e orou até cair no sono novamente.

O grão senhor suspirou e engoliu seu próprio choro ao ver o que ela fazia durante a guerra. Lutava com os próprios punhos e ao mesmo tempo era o ser mais suave de todos quando encontrava algum féerico a beira da morte e o consolava sabendo que qualquer cura e salvamento do corpo naquele momento era em vão, então apenas tentava acalmar a alma já com o destino iminente batendo a porta e rezando para que assim fizessem uma passagem melhor.

Há muito tempo, quando ainda era um garoto, as ninfas tinham lhe dito que sua parceira seria muito parecida com elas apesar de ser de uma espécie diferente. Tinham lhe dito que ela teria o poder de acalmar e o poder de retirar a dor de quem quisesse, mas teria um preço e tudo viria para ela e seu corpo sofreria as consequências por isso ele jamais poderia lhe infligir dor ou ela não aguentaria.

Helion cresceu, sua vida mudou e ele se tornou um grão senhor, deixou de pensar naquilo mesmo achando que sua parceira podia estar em algum lugar. Havia amado uma única fêmea como nunca antes e teve que vê-la sendo obrigada a aceitar um casamento sem amor com o grão senhor da corte Outonal e sofreu por muitos anos a vendo em todas as reuniões cada vez mais infeliz.

A Court Of Loss And Love (Helion)Onde histórias criam vida. Descubra agora