Capítulo 71

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Capítulo 71 ― Setenta e um.

Anastácia ends Keir's party.

― Não é fácil aguentar ficar naquele lugar. ― Anastácia andava pela fileira observando o rosto de cada fêmea e guardando em sua memória. ― A missão também não será rápida e levará anos até que o plano atinja o seu momento de ápice, mas todas passaram no treinamento que fiz e mostrarão que estão dispostas.

Anastácia parou de andar enquanto observava as guerreiras conversando entre si sobre ideias para armas e passavam para as ferreiras vendo o que podiam fazer com as lâminas. Jesminda conversava e explicava para duas moças sobre como podiam enrolar os caules das flores e esconder uma faca junto enquanto formava um buquê com as rosas avermelhadas, Madison tinha uma estrela entre seus dedos e ouvia uma moça de cabelo vermelho lhe dizendo qual distância aquela lâmina podia ser arremessada e decidiram que seriam transformadas em brincos para seguir com o disfarce.

Madeleine estava em sua tenda terminando de fazer uniformes para todas, tinha costurado durante dias e mal conseguiu dormir devido ao planejamento das roupas. Os vestidos estavam sendo forrados para que conseguissem guardas suas lâminas por baixo das saias, o tecido seria fácil para ser rasgado e assim aproveitarem as tiras para sufocar os inimigos.

Todas estavam se empenhando ainda mais depois de anos de treinamento e Ana deixou um fraco sorriso escapar ao ver a determinação de cada uma delas e principalmente daquelas que estavam longe da ilha há pelo menos dez anos. Trinta fêmeas sem asas aguentaram seus treinamentos mais duros e horríveis, criaram resistência e jamais desistiram mesmo quando Ana usou seu poder e tentou manipulá-las pelo medo, elas seguiram fortes.

Treinaram de forma árdua para se tornar membros inferiores da corte dos pesadelos e assim conseguiram se infiltrar como empregadas do palácio e também como moradoras. Algumas usavam perucas, outras preferiram cortar o cabelo enquanto também mantinham a cor dos fios.

― Já escolheu um dia? ― Madison lhe indagou enquanto Anastácia observava as armas que recém tinham criado.

Pentes também escondiam lâminas de facas assim como os batons, as luvas de couro não revelavam por dentro o peso costurado para que seus socos atingissem velocidade e também força durante os ataques, os brincos feitos com diamante se tornaram afiados e fatais junto das lâminas que tiveram suas formas alteradas para ficarem parecidas com joias.

― Em quinze dias Keir estará de aniversário e coincidentemente é o mesmo dia que o Rhysand irá viajar para a corte Diurna junto de Azriel e Cassian. ― Anastácia sorriu. ― E o ataque nesse dia será nosso presente para Keir.

― Estamos prontas, todas nós. ― Madison afirmou. ― A corte dos pesadelos será livre.

― Que a Mãe lhe ouça.

Anastácia sempre agradecia a todas daquele local por terem demonstrado apoio e terem entendido seu pedido de ajuda para salvar a cidade escavada, sabiam que havia fêmeas naquele local passando por tudo que elas também tinham passado e mereciam ser libertas daquele pesadelo. Ela nunca escondeu a situação do local e falou abertamente sobre como seu irmão, como sua família e até mesmo ela negou aquele lugar por muito tempo até enxergar que havia pessoas boas e necessitando de ajuda naquele local, mas para conseguir livrá-las de maior sofrimento a illyriana não escondeu de ninguém o banho de sangue que iria acontecer.

O maldito conselho liderado por Keir não podia continuar existindo, todos deveriam ser exterminados sem exceção.

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Anastácia observou o teto mais uma vez cansando de contar novamente os detalhes da madeira, aquilo não estava lhe fazendo ter sono e nem ao menos contar carneirinhos estava ajudando também. Ela se virou e ficou com uma das mãos por baixo do travesseiro, enquanto se ajeitava observou o parceiro dormindo.

Talvez se contasse morceguinhos...

Helion ressonava de forma tranquila e baixa. Às vezes ela mal podia acreditar que dez anos tinham se passado desde que estavam juntos após um reencontro na corte Crepuscular quando ele lhe pediu desculpas, ela agora era conhecida na corte Diurna por ser a companheira dele. Anastácia sempre era cumprimentada por todos em suas visitas e sempre ficava envergonhada quando passava por perto da estátua que o grão senhor tinha mandado que fizessem para ela.

A homenagem ficava na praça principal da capital e seu olhar ia de encontro ao sol junto de sua espada erguida durante o dia e ficava fixo na lua e nas estrelas durante a noite. Helion dentro de sua corte não disfarçava o amor que sentia por ela e cada vez mais tinha dificuldade para se controlar quando estavam no mesmo ambiente fora da Diurna.

Ele sentia vontade de acabar com a vida de qualquer um que incomodasse sua parceira, mesmo que pudesse vê-la surrando alguém como membros da corte Outonal, não achava digno que eles continuassem respirando após ofendê-la. A illyriana também tinha dificuldade quando via cenas que lhe deixavam enciumada como os olhares que a senhora da corte do Outono em direção ao seu parceiro, aquilo lhe incomodava e continuava curiosa em relação aos dois, mesmo que anos e séculos tivessem passado.

Ela estava tendo dificuldades para conseguir ir para a corte do Sol sem levantar suspeitas e contava com a ajuda de Madeleine inventando viagens para lugares remotos de Illyria para fazer alguns treinamentos sem ninguém para atrapalhar e agradecia por Rhysand não prestar atenção em suas saídas.

Ana acariciou a ponta de seu nariz enquanto o observava vendo sua beleza, a barba dele estava voltando a crescer depois de ter ficado usando apenas um cavanhaque por um longo tempo e ele já tinha comentado consigo que estava pensando em usar as tranças novamente, mas por enquanto seguia com o cabelo curto.

A cada mudança de visual mesmo que singela, Anastácia sentia que se apaixonava novamente por ele. Ela mordeu a parte interna de sua bochecha e decidiu se virar mais uma vez esperando que a troca de posição pela quinta vez pudesse fazer com que seu sono aparecesse e lhe ajudasse a descansar.

Porém, uma mão contra seu quadril acabou com sua ideia.

― O que está lhe atormentando e atrapalhando seu sono, querida? ― Helion a indagou e ela notou seus olhos abertos.

― Eu lhe acordei? ― Anastácia indagou preocupada. ― Desculpe, meu bem.

― Não, meu sono foi embora junto com o seu quando percebi que algo estava lhe incomodando. ― O grão senhor suspirou enquanto a encarava. ― O que está lhe afligindo?

― Em poucos dias, Rhysand estará aqui e ficará por três dias aproveitando sua corte e querendo fazer negócios com você. ― A illyriana começou a dizer. ― Daqui cinco dias, nosso plano atingirá seu ápice.

― Você vai se sair bem. ― O grão senhor não tinha dúvida alguma. ― Todas vocês vão se sair bem e vão conseguir. ― Frisou.

― Eu sei, só estou com uma pontinha de medo. ― Anastácia desabafou. ― Um medo estúpido e idiota para um cassete.

― Você não está livre de sentir isso, querida e está tudo bem. ― Helion tentou lhe consolar. ― Vocês estão treinando há dez anos, há quinze anos você tem essa ideia para livrar a corte dos pesadelos... Seu plano será executado como você planejou minuciosamente.

― Obrigada pelo apoio. ― Anastácia lhe agradeceu.

― Venha aqui, minha querida. ― Helion abriu seus braços e a parceira se aproximou o abraçando. ― Vai dar tudo certo para vocês. ― Ele beijou sua testa enquanto ela escondia o rosto contra seu peito.

― Vai sim. ― A illyriana concordou sentindo seu coração aquecido.

Helion seguiu afagando os ombros da companheira até que Anastácia adormeceu junto de si logo respirando de forma profunda, ele também estava preocupado com o que aconteceria naqueles três dias, mas se esforçaria para manter a calma e não deixar que Rhysand suspeitasse de algo errado em sua corte.

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O sol raramente conseguia chegar até a cidade escavada e naquele dia não havia sido diferente, porém a chuva tinha vindo e continuava de forma intensa mesmo que a lua já tivesse seu lugar ao céu. O barulho do vento e dos trovões não atrapalhava a festa que acontecia lá dentro desde que tinha amanhecido.

Keir comemorava seu aniversário de forma abundante gastando dinheiro a toa, com muita bebida e mulheres também enquanto sua esposa assistia a tudo calada e aceitando o divertimento dele criando a ilusão de que seria somente em comemoração a seu nascimento assim como ela acreditava desde que se juntou ao verme.

Depois torturaria cada mulher que ficou junto dele e descontaria suas frustrações nelas sem se importar com seu sofrimento. A festa seguia mesmo com o cheiro de sangue quando decidiram ferir alguns moradores e se divertiram com os gritos pedindo por misericórdia e socorro enquanto a corja de Keir o parabenizava.

Nenhum sentinela estava atento o suficiente para ver que entre a névoa e a noite as asas illyrianas começaram a se posicionar montando guarda ao redor do palácio enquanto Jesminda junto de suas aprendizes recitavam um feitiço entre sussurros e assim uma barreira era erguida sendo fortalecida pelo poder psíquico de Anastácia.

As empregadas entraram de cabeça baixa quando foram chamadas mais uma vez após ouvirem gritos sobre a falta de comida, todas empurravam carrinhos e seu conteúdo era escondido pelas toalhas de mesa que colocaram.

Para não verem que estavam vazios sendo ocupados pelas illyrianas esperando pelo sinal exato para o ataque começar. Os cabelos estavam amarrados, o rosto coberto por máscaras, tintas e as lâminas já rodavam em suas mãos. Todas tinham decorado cada parte daquele palácio e sabiam todos os pontos do salão para onde poderiam tentar escapar, por isso algumas que ainda estavam disfarçadas criaram armadilhas que seriam ativadas pela pressão contra a madeira e assim as porta seriam trancadas de fora para dentro de forma automática enquanto lutavam.

Até mesmo um palco havia sido montado para Keir aproveitar sua festa como bem quisesse, já que Rhysand estava longe deles e assim achou que poderia aproveitar. As luzes do local se alteraram deixando de iluminar a pista de dança e foram diretamente para o palco fazendo com que o aniversariante bufasse, mas ele logo ofegou quando viu quem estava no local.

― Ah, princesa. ― Ele sorriu debochado. ― Veio curtir minha festa até perder a cabeça?! ― Indagou raivoso.

Anastácia já estava com o cabelo amarrado e tinha o rosto pintado da mesma forma que fez durante a guerra por muito tempo e seus olhos andavam pelo salão observando cada uma das pessoas ali, lembrando-se de suas crueldades e todos os crimes que tinham cometido.

Todas passíveis de punição com a morte.

Principalmente quem tinha debochado da morte de sua mãe e de sua irmã, quem havia errado de propósito seu nome quando foram dizer os pesares, não dando a mínima em meio a coroação de Rhysand, um bastardo que ali todos odiavam.

Morrigan subiu ao seu lado usando um uniforme illyriano e Keir ficou desconfortável vendo o olhar delas em sua direção, mas tentou continuar mantendo sua expressão de deboche mesmo quando Anastácia pegou uma taça vazia e a ergueu para fingir um brinde enquanto se aproximava do microfone.

Ela deixou uma risada escapar e Morrigan já levava suas mãos até as adagas que tinha mantido escondidas em seus braços.

Feliz morte, Keir. ― Anastácia sorriu e então um único grito potente com a junção de todas as vozes foi ouvido antes que as janelas estourassem.

E as illyrianas atacavam por cima como se fossem morcegas em bando enquanto os carrinhos de comida no chão eram derrubados com o salto daquelas que estavam escondidas neles.

E assim o primeiro banho de sangue da noite teve início.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~Para quem aguardava o momento da Ana e  Mor contra o Keir, ele está chegando <3 hihihihihi

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Para quem aguardava o momento da Ana e  Mor contra o Keir, ele está chegando <3 hihihihihi

A Court Of Loss And Love (Helion)Onde histórias criam vida. Descubra agora