ACOTAR
Anastácia não almejava muito em sua vida desde que tinha nascido apesar de ter sido a herdeira direta da corte por anos até o nascimento de seu irmão. Ela não almejava encontrar um amor fora do território illyriano e conseguir encontrar uma f...
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Capítulo 115 ― Cento e quinze. Anastácia feels the weight of returning to the living. Ele rapidamente se aproximou dela quando Anastácia tentou se virar e gemeu devido à dor que sentia no próprio corpo.
― Calma, shh... ― Helion sussurrou segurando Ana pela cintura e lhe ajudando para que sentasse na cama.
― Oh, acho que é realmente assim voltar dos mortos, caramba, todo meu corpo está doendo. ― A voz de Ana ainda estava rouca e ela tossiu um pouco enquanto o parceiro ria.
― Provavelmente é desse jeito, querida. ― Helion tinha um largo sorriso nos lábios.
― O que aconteceu depois que eu apaguei? ― Ana perguntou após tomar um pouco de água.
― Eu a trouxe para dentro e me certifiquei de que Viktor jamais voltará novamente, aquele espírito se tornou maligno e impuro para esse mundo então precisará de séculos até que nasça novamente. ― Helion disse e não havia tom de pesar em sua voz, era impossível que tivesse conseguido salvar seu próprio sobrinho já que ele tinha se afundado naquelas artes ocultas por escolha própria.
Havia tirado a vida de Anastácia para seu próprio prazer contrariando a ordem natural dos acontecimentos e invertendo tudo enquanto usava seu poder para preservar um corpo de alguém que já havia deixado aquele mundo. Helion tinha ficado intrigado quando Anastácia conseguiu puxar o poder de Viktor para si o manipulando junto de seus próprios sentimentos conflituosos e percebeu de alguma forma que a vida dele e seu poder estava se tornando dela impedindo assim que a illyriana partisse do mundo novamente e o colocando em seu lugar.
― Faz sentido, Viktor só tinha sentimentos ruins dentro de si e não havia nada bom. ― Anastácia concordou com ele, sentiu tudo vendo que o próprio ódio que sentia não era seu de forma devida.
― Mas, agora isso acabou. ― Helion apoiou uma das mãos contra um dos joelhos dela. ― Acabou.
― Acabou. ― Ana assentiu e reparou em alguns pontinhos amarelos passando pela janela do quarto do parceiro.
Ela apontou para a janela e balançou a cabeça em concordância logo fazendo um bico com os lábios quando viu o parceiro não concordando com ela. Ana acabou tocando o laço entre os dois sentindo o calor dele depois de tanto tempo e encontrou a ponte dourada que unia o casal.
"Por favor, meu bem."
Disse pelo laço e Helion ofegou quando a ouviu de forma tão clara e real depois de meio século, a relação entre os dois tinha sido estabelecida novamente.
― Podem entrar. ― Helion disse de forma baixa e a janela se abriu quase de forma brusca para que as ninfas viessem ao encontro de Ana.
Ela deixou uma risada escapar gostando de sentir todas passando por si vendo que brilhavam mostrando a cor amarela, um claro sinal de alegria que combinava com o dourado dela e as sombras também dançaram por seu corpo enquanto Helion se afastava um pouquinho para que todas pudessem celebrar o retorno de Ana de forma devida.
― Também senti a falta de vocês. ― Ana sentiu leves beijinhos contra seu rosto. ― Desculpem por ter sumido por tanto tempo, isso jamais vai acontecer novamente.
― Sentimos tanto sua falta, você finalmente voltou! ― Dione quase gritava sem esconder sua alegria e ignorava os pedidos de Eudora para que ficasse mais calma vendo Ana ali com elas.
Ao ouvirem batidas contra a porta, Ana estendeu uma de suas mãos e mexeu seus dedos fazendo com que a madeira fosse empurrada e Dani precisou segurar a bandeja com força enquanto via sua amiga ali de forma desperta brincando com as ninfas que tentavam se esconder entre suas asas junto das sombras.
Ana achou engraçado as pequeninas tentando brigar com as sombras pelo espaço e cada uma discutia de uma forma, mas conseguiam se entender de algum jeito.
― Olá. ― Anastácia a saudou enquanto a moça se aproximava.
― Eu pensei que fosse acordar com fome, então já trouxe algo. ― Dani entregou a bandeja para Helion e se jogou na cama para abraçar sua amiga. ― É tão bom vê-la! ― Disse sem conter seu choro.
Anastácia riu fraco enquanto afagava as costas da moça e as ninfas ficavam mais rosadas pela vergonha que sentiam.
"Está tímida, querida?"
Helion a indagou quando reparou no sorriso discreto que Ana estava demonstrando mesmo tendo algumas lágrimas nos olhos.
"Um pouco, fico feliz de ver como sou amada aqui."
"Você é amada em todos os lugares."
O grão senhor tinha certeza daquilo.
O estômago de Anastácia acabou interrompendo o momento de alegria e a moça de fato não conseguiu esconder sua vergonha quando passaram a lhe encarar.
― Eu sabia que você acordaria com fome. ― Dani balançou a cabeça e pegou a bandeja do grão senhor. ― Pedi para que fizessem uma sopa com bastante verduras e legumes, é bom que coma algo leve no início enquanto se acostuma com seu próprio retorno.
― Obrigada. ― Anastácia presumia que era uma delícia só pelo cheiro que vinha da tigela.
― Consegue se alimentar sozinha? ― A governanta perguntou e Helion se aproximou antes que Ana concordasse.
― Não, ainda precisa se acostumar com seu corpo. ― Helion segurou a bandeja respondendo por ela.
― Mas, eu consigo comer sozinha. ― Anastácia observou ele mexendo na sopa com a colher e a assoprando quando encheu com a quantidade suficiente.
― Abra a boca.
― Hel... ― Anastácia logo cedeu e Dani ficou feliz por poder observar aquela interação entre os dois.
Helion também aproveitou para observar a parceira vendo que Ana estava conseguindo se alimentar bem, a expressão cansada tinha sumido depois de mais alguns minutos, a illyriana já estava sentada sem precisar do apoio dos travesseiros e as ninfas ficaram sobre seu colo enquanto outras se apoiavam contra seus ombros após Dani ter saído dizendo que iria pedir para que preparasse mais comida para a moça.
