ACOTAR
Anastácia não almejava muito em sua vida desde que tinha nascido apesar de ter sido a herdeira direta da corte por anos até o nascimento de seu irmão. Ela não almejava encontrar um amor fora do território illyriano e conseguir encontrar uma f...
Capítulo 69 ― Sessenta e nove. Anastácia takes advantage of the winter solstice preparations. O outono passou em um piscar de olhos e logo o inverno estava batendo a porta de todos. Naquela última semana antecedendo a troca da estação Anastácia já vinha alterando o treinamento dos illyrianos para que assim tivessem tempo de realizar as comemorações para o solstício de inverno e poderem assistir a queda das estrelas.
As preparações na ilha das illyrianas também estava a todo vapor com muitas trabalhando dobrado ajudando na arrumação das casas, a preparação das roupas e das comidas, Anastácia quase se dividia em duas para ajudar a todos ao mesmo tempo e estava se esforçando para que tudo desse certo.
― Eu não queria ir, mas Rhysand está insistindo tanto. ― Anastácia comentou com a mãe enquanto elas arrumavam a mesa. ― Disse que ele mesmo fará o jantar se eu for.
― Eca, não! Ele parece cozinhar pior do que você. ― Elena fez uma careta e a filha riu enquanto balançava a cabeça de forma negativa.
― Não sei como, mas Rhysand consegue cozinhar coisas dignas quando quer. ― A illyriana mais nova admitiu. ― O problema é realmente comigo.
― Não pense assim, minha linda, você está conseguindo ir bem. ― Elena deu um tapinha contra suas costas para lhe consolar.
O almoço havia sido organizado por ela e pelo pai enquanto a mãe aproveitava aquele dia para descansar como Ana queria, mas na verdade Elena ficou por perto para poder implicar com o parceiro e fazer a filha gargalhar com seus comentários despretensiosos em relação a comida que ele fazia.
― Eu amei o presente que me deu. ― Elena passou pelos dois se aconchegando no casaco que tinha ganhado da filha, sabia que a mãe odiava o frio e sofria mais com o período gelado quando as cicatrizes em suas costas doíam pelo tempo úmido.
Anastácia tinha caçado sozinha o urso mais peludo que tinha encontrado e além de ficar com a carne aproveitou para ficar com a pele conseguindo ajuda de uma costureira para que fizesse um casaco para sua mãe bem forrado na parte das costas e assim não lhe deixasse sofrer com o frio.
― O meu também é ótimo. ― Devlon observou na estante da sala o uísque que tinha ganhado da filha. ― Não precisava ter gastado tanto.
― Nenhum gasto é importante quando se trata de presentes para vocês. ― Anastácia sorriu recebendo um beijo na testa dado pelo pai.
Era raro que bebesse, mas gostava mais de fazer aquilo com o tempo gelado enquanto descansava após alguns treinamentos. Não havia nada melhor do que beber junto de sua esposa no aconchego do lar enquanto a tinha nos braços e ouvia sobre o dia dela bebendo aos poucos e assim passando a se esquentar junto da presença dela.
Elena havia feito meias de lã para sua filha para que ela protegesse os pés do frio e ainda aproveitou o tecido para fazer meias para suas asas também ficando melhor protegida ao tempo conseguiria voar sem incômodos. Devlon tinha dado para ela novos coturnos e Anastácia ficou feliz com aqueles mimos dos dois, já sentia menos frio do que outras pessoas e tinha certeza que aqueles dois itens a ajudaria ainda mais.
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Anastácia tinha passado na ilha para felicitar as amigas e prometeu que apareceria na manhã seguinte para ver os presentes que tinham trocado, se sentia culpa mesmo com elas a tranquilizando dizendo que estava tudo bem por não poder ficar ali, sabiam que Ana tinha outras ocupações no momento e não a julgavam.
Ela sorriu ao enfrentar o frio que começava a aumentar sentindo suas asas bem protegidas e enquanto seguia no alto pode perceber que os habitantes de Velaris também seguiam arrumando suas casas para a festividade assim como o povo illyriano.
Quando Anastácia pousou nos últimos degraus da escadaria da casa do Vento quase sentiu o ar aconchegante que vinha de dentro dela e não se enrolou para entrar, apenas retirou seu cachecol enquanto a porta era aberta e esfregou um pouco seus braços.
Ao chegar em uma das salas de estar encontrou os illyrianos junto de sua prima e também Amren. Pode reparar quando a baixinha levou seus olhos prateados para o colar com a joia vermelha que ela tinha em seu pescoço e Ana ficou feliz por ter lembrando-se dele no instante em que pisou na casa, o colocando para não levantar suspeita alguma.
― Olá, boa tarde, quase noite. ― Anastácia se aproximou e acabou se sentando contra o encosto do sofá onde o irmão estava. ― O que estão conversando?
― Nada, esses idiotas não deixam fazer comentário algum, só eles estão falando. ― Morrigan revirou os olhos.
― Se vangloriam como idiotas mesmo. ― Amren concordou com ela antes de tomar seu vinho.
― É o melhor evento do ano, precisamos comentar sobre... Mesmo que eu não tenha ganhado. ― Rhysand resmungou a última parte e ela entendeu sobre o que estavam falando.
― Um dia terá mais vitórias que Cassian e Azriel, não se preocupe, será o melhor. ― Anastácia o surpreendeu acariciando seu cabelo e ajeitando os fios, podendo ver que estavam molhados pela neve que tinha derretido sobre eles.
― Obrigada pela força, minha irmã. ― Rhysand segurou em sua mão apertando fracamente.
― Então... ― A illyriana virou a cabeça para encarar os outros dois illyrianos. ― Parabéns pela vitória, Azriel.
― O que? Como adivinhou? ― Cassian indagou surpreso.
― É tão óbvio assim? ― O grão senhor resmungou ficando levemente emburrado.
― Bem, um pouco. ― Anastácia fez uma careta de leve. ― É o que mais tem cérebro e responsabilidade entre vocês três e já tinha ganhado nos dois últimos anos, então é fácil conseguir adivinhar. ― Ela começou a bater palmas. ― Parabéns!
― Obrigado, senhora. ― Azriel curvou de leve sua cabeça enquanto algumas sombras tentavam lhe esconder.
Ele desviou o olhar um pouco envergonhado quando viu o leve sorriso no rosto de Ana e se perguntou se ela estava sorrindo daquela forma por causa dele, o que fez com que seu coração acelerasse por alguns instantes e tentou disfarçar. E Morrigan intercalou seu olhar entre os dois para observar as reações que tinham e quase abriu a boca sem esconder sua incredulidade ao ver que Azriel parecia estar demonstrando algum sentimento a mais para sua prima mesmo que ela não estivesse mais focando a atenção em si já que naquele momento seguia acariciando o cabelo de Rhysand enquanto perguntava se ele tinha se alimentado.
Era mesmo possível que o encantador de sombras pudesse estar apaixonado por sua prima? Ou aquilo talvez fosse maluquice de sua cabeça?!
― Quando vão começar a fazer o jantar? ― Morrigan voltou sua atenção para a mais velha quando lhe ouviu fazendo aquela pergunta.
― Cerridwen e Nuala já devem estar começando os preparativos. ― Rhysand a respondeu e a irmã se levantou fazendo com que ele sentisse falta de seu carinho. ― Ei, onde está indo?
― Eu quero ajudá-las a cozinhar. ― Anastácia ergueu as mangas de sua blusa. ― Vou conseguir cozinhar, eu vim treinando bastante para isso.
― Hm... ― O mestiço se ajeitou no sofá encarando sua irmã. ― Mal posso esperar para provar sua comida.
― Eu também, tenho gostado de botar páprica doce como tempero e acho que você pode gostar também. ― Ana sorriu fraco. ― Com licença, Casa pode fazer como combinamos antes, por favor?! Obrigada desde já.
― A ligação que ela tem com essa casa mesmo ficando pouco aqui é surpreendente. ― Amren comentou assim que a porta foi fechada e os presentes caíram do teto com cuidado pousando sobre a mesinha de centro. ― A magia do local a obedece mais do que você. ― Apontou para o grão senhor.
― Nossa mãe sempre disse que a Casa reconheceu a Ana como sua verdadeira dona e assim seria quando ela morreu, por isso é o único lugar que minha irmã fica em Velaris além de ser afastado de todos os outros lugares e daqui da janela de seu quarto, ela consegue enxergar as montanhas illyrianas. ― Apesar da proximidade que vinham conseguindo construir melhor nos últimos anos e principalmente naqueles meses anteriores ao inverno, Rhysand já havia aprendido a conhecer melhor a irmã com informações que tinha tido desde sua infância e adolescência.
Eles se calaram por alguns instantes quando ouviram as risadas das três fêmeas na cozinha com os risos da illyriana ganhando maior destaque entre as duas restantes.
― Ela também as presenteou. ― Azriel comentou o que suas sombras tinham ouvido e visto.
― Ah, minha prima é tão querida. ― Morrigan tinha o embrulho vermelho nas mãos, ainda não havia aberto seu presente.
Anastácia voltou para a sala de estar segurando um grande presente e pode ouvir Rhysand comentando sobre um amigo que havia convidado para a festividade de Solstício deles e não tinha certeza se ele viria por conta da comemoração em sua própria corte e Ana encarou uma das janelas enquanto andava vendo o sol deixando de atingir seu máximo e presumiu que a festa da corte Diurna se encaminhava para o final.
Helion lhe explicou que o dia mais longo era muito mais importante para eles onde agradeciam por todas as coisas boas que havia acontecido no ano que se passou enquanto pensavam nas coisas ruins tentando tirar algum proveito delas e algum ensinamento sobre para melhorar no futuro além de festejar e celebrar.
― Achei que eu não teria presente esse ano. ― Rhysand disse enquanto se levantava.
― O seu eu deixei escondido em outro lugar enquanto ficava pronto. ― Anastácia deu de ombros retirando o objeto da caixa e quando retirou o pano preto que o cobria, todos viram que se tratava de um quadro. ― Eu gostaria que você o colocasse em seu lugar preferido da casa dos Ventos.
Ela virou a peça para que ele junto de todos pudessem encarar e os olhos de Rhysand ficaram marejados quase de forma instantânea. A figura dele carregando sua irmãzinha nos braços enquanto os dois tinham sorrisos nos lábios aqueciam seu coração de uma forma que ele jamais esqueceria, a pequena o abraçava pelo pescoço.
― Ane podia voar e andar perfeitamente, mas seus braços eram o melhor lugar do mundo para ela. ― Anastácia sorriu.
Ele se aproximou quase de forma afoita e abraçou a irmã com força enquanto ela esfregava suas costas e embalava um pouco seu corpo.
― O melhor presente que eu poderia ganhar, obrigado. ― Rhysand secou seus olhos. ― Acho que tivemos a mesma ideia de forma inconsciente, juro que não bisbilhotei antes. ― Disse quando se separaram.
Em um estalar de dedos um quadro surgiu nas mãos dele e Ana o segurou um pouco confusa, logo pode reparar que havia mais presentes no sofá.
― Vocês não precisavam... ― Ela murmurou começando a tirar o pano que protegia a pintura.
― Não é só você que pode dar presentes. ― Morrigan fungou brincando e lhe deu a língua enquanto a prima reagia da mesma forma.
Anastácia ofegou quando observou o quadro que seu irmão tinha lhe dado de presente.
A imagem da pintura também a deixou emocionada quando viu que era ela usando seu uniforme illyriano completo junto de Anelise também uniformizada.
― Belíssimo. ― Anastácia sorriu largo. ― Muito obrigada pelo presente. ― Ela também o abraçou e recebeu um beijo em uma de suas bochechas.
Ela fechou os olhos por alguns instantes sentindo o carinho do irmão, mas logo os abriu e ofegou quando sentiu seu laço com o grão senhor da corte Diurna. Ela se afastou e imediatamente encarou a figura de pele escura que os observava com um fraco sorriso nos lábios.
― Desculpe, não queria atrapalhar esse momento em família tão fofo entre os dois. ― Helion continuou no mesmo lugar, ainda afastado.
"O que está fazendo aqui, meu bem?" Anastácia o indagou pelo laço sem se conter, estava feliz por ver seu parceiro ali junto dela.
"Meu cunhadinho achou que eu ficaria sozinho na corte Diurna e fez um convite para que eu viesse ver o Solstício de Inverno em sua corte pela primeira vez, eu jamais posso negar um pedido desses." ― Helion, meu amigo indeciso, podia ter avisado se viria ou não. ― Rhysand se aproximou dele. ― É ótimo tê-lo conosco.
"Se controle para não chamá-lo dessa forma hoje." Anastácia brincou, mas seria hilário ver seu irmão mais novo reagindo ao ser chamado daquela forma.
"Irei me controlar." Helion deixou uma risada escapar pelo laço e a illyriana não percebeu que aquilo a fez sorrir vendo os dois juntos.
Morrigan franziu o cenho e tomou um pouco de seu champanhe quando observou a troca de olhares entre o grão senhor e sua prima.
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