Dao suspirou pela milésima vez. Ele não queria que sua "fuga" tivesse se tornado uma dor de cabeça tão grande, no entanto, ali estava ele e Kluen: sem um barco, sem comida, sem roupa extras e sem celular. Ainda tinha o fato dos dois estarem algemados um ao outro, o que tornava difícil para ele fugir e se afastar da presença quente de Kluen.
Depois que eles chegaram na ilha, eles vagaram por horas e horas, até que ambos estivessem exaustos. Dao tentou sutilmente abrir as algemas, mas sua tentativa só fez Kluen rir. Apesar de poder atirar, correr, saltar e muito mais, Dao nunca aprendeu abrir as malditas algemas, e quem o salvava nos testes era Storm. Ele decidiu desistir, pois uma hora Kluen cansaria e daria um jeito de tira-las.
Dao olhou para a pessoa em questão e suspirou. Kluen se mantinha tão quieto que se não fosse pelos passos constantes e a respiração calma do mesmo, ele acharia o mais velho estava morto.
─ *Já estamos andando a horas... ele realmente não vai dizer nada?* ─ Dao pensou com irritação.
─ Você não está disposto a ouvir o que eu tenho a dizer ─ Kluen falou como se tivesse lido seus pensamentos.
Dao parou de andar e se virou para o mais velho, com a boca ainda aberta pela surpresa dele ter descoberto o que ele estava pensando.
─ Não! Eu não estou ─ ele falou como se não se importasse e continuou a caminhar.
Apesar da ardência no pulso por conta do atrito da algema e do peso do outro corpo, Dao não parou novamente. Eles andaram até que enfim encontraram uma pequena clareira onde havia sombra e se sentaram.
─ Você está cansado? ─ Kluen perguntou com preocupação.
─ Não, sentei pra apreciar a vista já que estamos com tempo até que anoiteça e as onças nos comam ─ Kluen mordeu os labios para não rir.
Dao sempre foi mimado, mas jamais teve o humor ácido, aquilo era novidade, um lado que ele nunca tinha visto antes... mas que gostou.
─ A vista é muito bonita de fato; vejo grama, mato, árvores, musgo... uau ─ O maior fingiu estar impressionado
─ Já que você gosta tanto, porque não fica aqui? ─ Dao se levantou com pressa, esquecendo da algema ─ Aaaaaaiiii ─ o protesto saiu de sua boca quando o aço arranhou sua pele já sensível
─ Fique parado! ─ Kluen ordenou, puxando o menor com a mão livre e fazendo ele sentar ─ deixe-me ver o que houve.
Depois de girar o pulso fino de um lado para o outro, Kluen deu um pequeno beijinho na marca vermelha, fazendo Dao engolir a saliva que havia se formado em sua boca.
─ Não puxe assim novamente ─ ele falou de maneira suave ─ poderia ter machucado de verdade.
Dao estava perdido na sensação dos lábios quentes em sua pele e na voz suave que Kluen usava consigo, então demorou a racicionar, ficando tímido quando percebeu que estava a muito tempo quieto e encarando o mais velho.
─ Por que você não levantou? ─ ele perguntou com raiva ─ se você tivesse levantado também eu não teria me arranhado.
─ Você me mandou ficar aqui ─ a resposta saiu com uma nota de diversão.
─ Você está brincando comigo? desde quando você me obedece? ─ Kluen se aproximou alguns centímetros, encarando os olhos negros.
─ Desde quando você aprendeu a falar ─ a voz saiu firme, sem nenhum tipo de hesitação. O coração de Dao começou a bater mais rápido e sua respiração mudou. Ele queria desviar os olhos daquele olhar penetrante, mas uma força invisível o impedia
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Kluen & Dao - Especial MDB
FanfictionUm beijo inesperado. Um viagem. Um trono. Um casamento e uma fuga. Krabkluen e Daonuea descobrem sentimentos impossíveis, e emoções confusas após um jogo de "pic-bandeira". A amizade, a responsabilidade e o nome, vão falar mais alto que o amor?