A Double

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 Um pequeno aviso antes da historia: Ghost vai ser diferente do Jogo no inicio do livro, ele vai ser carinhoso com Alice e timidamente legal com colegas, ele só vai começar a mudar quase no final do livro, então se estão querendo um Ghost bruto e sem emoções não é aqui.



 Herat, 8 de junho de 2002

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 Herat, 8 de junho de 2002

A missão havia sido concluída com êxito. Minha equipe e eu retornamos à base pouco depois das seis da manhã, após uma longa noite em operação. O sol ainda engatinhava no céu quando empurrei a lona da minha tenda — e, para minha surpresa, deparei-me com o capitão sentado na beirada da minha cama, com alguns papéis nas mãos.

— Night — murmurou ele, soltando um suspiro pesado. — Estão te transferindo para outra equipe.

— Senhor, minha equipe é esta. Não posso deixá-los — aproximei-me com firmeza. — Sou a Sargento deles.

— A decisão não partiu de mim. Veio direto do comandante. Ele acredita que seu desempenho será mais bem aproveitado... em uma nova formação. Uma dupla.

— Uma dupla? — franzi o cenho, erguendo uma sobrancelha.

Ele estendeu os documentos. Tomei-os das mãos dele sem hesitar, os olhos varrendo as páginas com rapidez. O nome na ficha chamou minha atenção: Simon Riley. Algo naquele nome soava familiar. A foto, no entanto, pouco revelava — o rosto do rapaz oculto sob uma balaclava preta. Impossível saber se já o havia visto. Tinha apenas dezessete anos e alistara-se havia poucos meses, mas já se destacava como um dos melhores. Subira a sargento em tempo recorde, impulsionado por feitos notáveis que lhe renderam a admiração da cúpula.

Minha própria ascensão também fora recente. Diferente do meu pai, que me jogou entre soldados e disse apenas "se vire", eu havia esculpido meu caminho com esforço e mérito. Nenhum atalho. Nenhuma mão estendida.

— Por que ele está usando uma balaclava na foto de registro? — perguntei, mantendo os olhos na imagem.

— Você também usa — respondeu o capitão, tomando de volta os arquivos.

— Faz sentido... — murmurei, sentando na beirada da cama. Instintivamente, ajustei minha própria balaclava sobre o rosto.

— Night, eu sei que você quer manter sua identidade em segredo. Mas, mais cedo ou mais tarde, vai ter que mostrar quem é. Vai ter que tirar essa máscara.

Seu dedo apontou direto para o meu rosto encoberto. Não respondi. Apenas levantei o queixo e disse, com firmeza:

— Pode sair da minha tenda, capitão. Já disse o bastante. Vou descansar. Depois, me apresento ao novo parceiro.

Ele me lançou um último olhar — pesado, compreensivo — e saiu sem dizer mais nada. Quando o silêncio voltou, caminhei até a entrada da tenda e fechei a lona. Respirei fundo e me sentei na cama, sentindo o metal frio do estrado sob o fino colchão.

The Ghost's NightOnde histórias criam vida. Descubra agora