Torture

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ESSE CAPITULO CONTÉM CENAS DE TORTURA ENTÃO SE É SENSIVEL A ESTE CONTEUDO NÃO LEIA!!



   Assim que eles retiraram minha máscara perceberam que eu estava com o ponto no ouvido e o radio estava ligado na frequência que eu costumava falar com meu pai, mas não tinha certeza se coloquei correto a frequência pois não recebi uma resposta dele.

— Vai dizer ou não? Com quem você estava se comunicando? —Eles haviam colocado um saco preto na minha cabeça então eu não sabia com quem estava falando, mas sabia que não era Jones e nem Taylor.

  Pelas vozes que escutei durante o trajeto sabia que havia pelo menos cinco homens, todos iranianos pelos seus sotaques.

—این عوضی دهن باز نمیکنه (Essa vadia não abre a boca)

—من دوست دارم با شما صحبت کنم، اما زمان من کوتاه است (Eu adoraria conversar com vocês, mas meu tempo é curto) —Percebo que eles ficaram quietos então sinto puxarem o pano da minha cabeça.

  O local onde nos encontrávamos era um amplo galpão, desprovido de qualquer presença além de uma van estacionada e os seis homens que me acompanhavam. Todos eles vestiam roupas típicas islâmicas, como dishdasha e ntarbush, e pela indumentária, eu já sabia quem eram. Tratava-se de uma organização criminosa que meu pai havia eliminado cerca de oito anos atrás, mas que, infelizmente, ainda contava com seguidores que, sem dúvida, se reuniram para recriá-la: "Al-Qatala".

  Eles persistiam em sua conversa em persa, mesmo cientes de que eu compreendia tudo o que estavam discutindo.

  Após aproximadamente quinze minutos, apareceu mais um homem, vestindo roupas típicas ocidentais: calças jeans, camisa social preta com as mangas dobradas até os cotovelos e sapatos sociais marrons desgastados. Seus cabelos grisalhos estavam penteados para trás, e um par de óculos aviador repousava sobre seu nariz.

—Olha só o que temos aqui, pequena Rowenna Walker— Ele retira os óculos e o coloca na gola de sua camisa.

—Alice, pra você— Cuspi as palavras

—Tem o mesmo gene do seu pai, mas ficaria mais bonita se tivesse mantido os cabelos loiros, era uma criança tão linda— E agora olhando para o homem eu o reconheci Kahan Zyani o líder da Al-Qatala, meu pai havia dado um tiro em seu rosto a anos atras, mas aqui estava ele, vivo e aparentemente saldável, mas a marca do tiro estava ali em seu olho esquerdo que agora era somente mais um buraco vazio.

  Eu lembro vividamente o dia em que meu pai o "matou". Estávamos todos na base quando fomos atacados por eles. Meu pai estava me escondendo em sua tenda quando Kahan apareceu de surpresa, atirando contra meu pai. O tiro atingiu sua perna direita, fazendo-o cair de joelhos no chão, protegendo-me.

  Lembro das minhas pequenas mãos deslizando sobre o coldre do meu pai para pegar a arma e entregá-la a ele. Kahan não percebeu, pois estava enfurecido falando o quanto meu pai era tolo por pensar que não haveria retaliação.

  Meu pai foi mais rápido do que ele, e assim que retirou a arma da minha mão, virou-se rapidamente e atirou em Kahan. Eu pensei que ele tinha morrido, mas parece que não.

—Você me deve pelo olho sua vadiazinha— Ele aponta para o buraco onde teria um olho antigamente e alarga seu sorriso macabro.

—Não me lembro de ter atirado em você e sim meu pai— Meu rosto se mantém neutro

  Ele faz um gesto para um dos homens, que surge com uma barra de metal fumegante. A ponta estava em um laranja brilhante, enquanto o restante mantinha sua tonalidade de cinza escuro queimado normal. Assim que ele pega a barra da mão do homem, vem em minha direção, apontando para o meu peito.

The Ghost's NightOnde histórias criam vida. Descubra agora