FIM

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Alguns dias depois...

Depois do término da missão, retornamos a Manchester. Nossa casa estava exatamente como eu me lembrava. A fachada mantinha o mesmo tom de cinza escuro com alguns detalhes em preto. A sala havia sido modernizada, com uma televisão de tela plana na parede e sofás pretos. As paredes ainda mantinham o tom de cinza claro, e minhas plantas continuavam no mesmo canto, próximo às portas dos quartos.

Ghost havia derrubado a parede da cozinha e instalado uma ilha que se integrava à sala de estar. Ele também substituiu os armários antes brancos por armários pretos, o que eu adorei. Tudo estava impecável.

Nosso quarto agora apresentava paredes escuras, assim como a roupa de cama. Os armários ainda continham as mesmas roupas daquela época, e só então percebi que só tinha peças para usar na base: camisas pretas e calças camufladas. A única peça que se destacava era o conjunto que usei no aniversário de Soap, há mais de dez anos.

Eu precisava urgente fazer compras.

Se Ghost não mexeu nas minhas coisas, ele nunca encontrou o presente de aniversário que eu havia escondido. Revirei minhas roupas e encontrei a caixinha com uma correntinha de prata com a minha inicial.

—O que é isso? —Ele surge atras de mim e me susto deixando a caixinha cair—Eu nunca tinha visto antes —Ele pega a caixinha do chão e coloca entre os dedos a corrente —era pra mim?

—Sim, eu comprei pro seu aniversário de vinte oito anos, eu guardei entre as roupas.

Ele levou a mão até meu rosto, fazendo um carinho. Quando meus olhos se fecharam, ele me puxou, selando nossas bocas. O som da campainha nos tirou do nosso momento. Ghost deixou a caixinha em cima da cama e disse que depois a colocaria.

Fiquei no quarto sentada na cama enquanto Ghost iria atender a porta, eu ainda precisava me acostumar com a ideia de que não sou mais uma prisioneira, mas ainda não me sentia bem. Os dias em Las Almas foram um pouco torturantes, pensar que em qualquer momento Nikolas poderia voltar para lá e me sequestrar novamente me deixava aflita.

Eu estava olhando para o chão e nem percebi quando alguém se aproximou, as botas pretas não eram de Ghost, levantei minha cabeça devagar e vi o rosto do mesmo homem que me manteu trancada por dez anos, as eu sabia que não era ele, eu sentia que era meu pai de verdade. Michael abriu um grande sorriso com as lagrimas rolando por seu rosto.

As mãos tremulas dele chegaram em meu rosto o tocando para ver se eu era de verdade, os joelhos dele falharam e ele caiu no chão e eu me joguei em cima dele o abraçando, eu não conseguia falar a bola na minha garganta não me deixava. Ficamos abraçados chorando por alguns minutos até que meu pai pegou meu rosto com as mãos e tirou os fios de cabelos que estavam grudados no meu rosto.

—Minha menina, minha princesa eu senti tanto sua falta. Eu procurei tanto por você—Assenti o olhando — Você está tão linda.

—Também senti sua falta— Minha voz saiu fraca quase como um sussurro.

Ficamos um tempo conversando sobre o que aconteceu, contei a ele como fui pega e como Nikolas me manteve por todos esses anos, ele jurou matar Nikolas e Ghost apareceu dizendo que ajudaria no que ele precisasse.

                                                                       ........

Um mês depois...

Já era a quarta vez no dia que corria para o banheiro pra vomitar. Ghost havia ido para base pois foi chamado para uma operação de última hora, eu estava sozinha em casa e não sabia mais o que fazer, meu corpo estava cansado e eu nem havia feito nada.

The Ghost's NightOnde histórias criam vida. Descubra agora