I will Kill them

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  O percurso até minha casa transcorreu em silêncio. Simon permaneceu absorto, observando a chuva escorrer pela janela do carro enquanto eu dirigia.

Ao longo da viagem, comecei a relembrar onde tinha visto o emblema presente nas roupas daqueles homens. Era o símbolo da FEARS, uma organização terrorista da qual tínhamos capturado um dos membros a mais ou menos um ano atrás.

Arredores de Kirkuk 13 de março de 2003

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Arredores de Kirkuk 13 de março de 2003

-PRO CHÃO TODOS- Eu gritava apontado a arma para os homens que estavam em volta de uma mesa oval.

Tínhamos obtido informações sobre a reunião através de um de nossos informantes. Ele informou que os mercadores de armas da região planejavam se encontrar com a organização terrorista Fear. Quando conseguimos confirmar a presença de um dos integrantes da Fear, decidimos entrar. Na ocasião, eles tinham apenas alguns homens ao redor, o que tornou nossa entrada relativamente fácil. Enquanto eu avançava, um indivíduo de cabelos escuros e olhos claros me encarou, e eu mantive a arma apontada em sua direção.

-Eu vou descobrir quem vocês são e vou destruir tudo aquilo que vocês amam- Ele sorri, mas desfaz o sorriso quando dou uma coronhada nele

-Cala a porra da boca.

Estacionei o carro na garagem do prédio e descansei minha cabeça no volante. Por que esses sujeitos tiraram a vida da família de Simon? Certamente, pretendiam ferir tanto a ele quanto a mim, mas eu não tenho família, não tenho ninguém próximo, então não conseguiram me atingir de alguma forma. Simon, no entanto, tinha uma família, e fizeram questão de fazer sua mãe acreditar que a culpa era dele, o que não era verdade.

Desde que saímos de lá, não falei nada a Simon e não pretendo contar a ele o que a mãe dele me disse. Ele está passando por um momento frágil, e não quero piorar as coisas. Quero que ele mantenha a imagem de que sua mãe o amava.

Olhei para ele que mantinha a cabeça escorada no vidro do carro, a máscara a molhada pingava em sua roupa. Aquilo daria a ele um resfriado certamente.

-Simon- Ele vira o rosto lentamente e posso ver os olhos vermelho de tanto chorar- Por que não tira a máscara? Vai ficar resfriado, já chegamos no prédio agora é só subirmos- minha mão vai até sua coxa fazendo um carinho com o polegar.

Ele não manifestou qualquer reação, apenas abriu a porta do carro, retirou sua mochila do banco traseiro e ficou me esperando, apoiado no veículo. Minha mente estava repleta de confusão; eu desejava entender o que ele estava sentindo e ansiava por encontrar uma maneira de aliviar sua dor.

Ao abrir a porta do carro e retirar minha bolsa do banco traseiro, coloquei-a nas costas. Simon permanecia apoiado no capô do carro, com os braços cruzados. Era evidente que ele estava chorando, percebendo-se pela irregularidade do movimento de seu peito e pelas fungadas disfarçadas.

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