Após Simon deixar o quarto e dirigir-se ao banheiro, aproveitei para abrir sua mala e escolher roupas para ele, já que havia ido apenas com uma toalha de banho. A imagem dele me beijando ainda ecoava em minha mente, e involuntariamente sorri; pela primeira vez em oito anos, experimentei uma felicidade genuína.
Com tudo pronto, dirigi-me até a porta do banheiro para deixar as roupas lá. Contudo, fui surpreendida por um choro alto que indicava que Simon estava chorando. Aquilo partiu meu coração, e a angústia voltou a apertar meu peito. Não consegui suportar a ideia de deixá-lo chorar sozinho naquele banheiro.
Ao ouvir algo caindo, entrei rapidamente no banheiro. A cena diante de mim, fez um nó se formar em minha garganta, e a vontade de chorar com ele aumentou, mas eu sabia que precisava acalmá-lo. Sem hesitar, entrei no box do banheiro com as roupas ainda vestidas, me agachei e o abracei. A água quente do chuveiro caía sobre nós, nos molhando ainda mais.
— Eu estou aqui com você- Eu o aperto mais forte- Eu amo você e vou cuidar de você. Você não está mais sozinho Simon, eu sempre vou estar aqui com você, porque fomos destinados a ficar juntos.
— Você me ama? — A voz grossa e fraca dele soa próximo ao meu ouvido, arrepiando todos meus pelos
— Sim, eu te amo e sempre vou amar e nunca duvide disso, porque sabe que não sou de expressar o que sinto- O solto pegando seu rosto e colocando próximo ao meu.
— Eu também- Não vou cobrar a ele me dizer a frase completa, pois, sei o quanto deve ser difícil dizer que ama alguém sem nem mesmo ter escutado isso da sua própria família.
Eu sei que eu e meu pai enfrentamos muitos problemas, mas ele nunca deixou de expressar seu amor por mim. Ele sempre me chamou de princesa, dizendo que eu era a filha que ele sempre sonhou em ter. Mesmo sendo um pai ausente na maioria das vezes, não tenho do que reclamar dele.
Quanto à mãe de Simon, sei que ela nunca disse um "Eu te amo" para ele e nunca foi uma mãe particularmente carinhosa. Pelo menos, ela fez o mínimo.
Ficamos naquele momento por um tempo, apenas abraçados. Eu queria aliviar toda a dor que ele estava sentindo, mas não podia; eu não sabia como ajudá-lo.
— Termina seu banho- assim que me solto dele e tento levantar, meus olhos caem sobre seu corpo molhado no chão.
Maldito corpo, por que me trair justo nesse momento?
Minha respiração malditamente acelerou e minha buceta pulsava olhando-o. Eu queria ter o poder de controlar meu corpo nesse quesito.
— Pode terminar o banho comigo? — Seu olhar havia mudado da água para o vinho.
Sinto a mão dele segurar a minha e se levantar ficando cara a cara comigo, suas mãos chegam a barra da minha camisa a puxando lentamente pelo meu corpo, seus olhos deslizam pelo meu corpo me deixando vermelha como um pimentão. Nenhum homem ainda havia me visto nua.
A Alice de vinte minutos atrás já não existia, agora restava apenas uma Alice tímida e apreensiva, temerosa do que ele poderia pensar das minhas cicatrizes ou do meu corpo.
Simon me olhava como se eu fosse a coisa mais gostosa do mundo, sua língua passava lentamente por seus lábios enquanto ele inspecionava meus seios. Após largar minha camisa em alguma parte do banheiro, ele enlaçou meus quadris nos aproximando, assim colando meus seios em seu peitoral esculpido.
— Eu preciso esquecer essa noite com uma memória boa, não quero que faça nada comigo se não quiser, podemos somente ficar assim sentindo um ao outro.
Sem deixá-lo terminar o que ele queria falar o puxei para um beijo, mas não um beijo apressado como tivemos no quarto, e sim um beijo lento, nossas línguas se enroscavam lentamente junto a leves mordiscadas. Sinto Simon sorrir em minha boca e imagino o que ele esteja pensando.
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The Ghost's Night
FanfictionSimon Riley e Alice Walker, amigos de infância, se reencontram como sargentos no exército britânico, lutando juntos nos campos de batalha do Afeganistão. Porém, após seis anos de casamento, o relacionamento é abalado quando Alice desaparece durante...