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Ruby narrando

Tom entra na sala e se senta no seu assento. Não pude ignorar o fato que ele chegou super atrasado pra aula e a professora nem ligou e por que diabos ele não usa o uniforme obrigatório?

No intervalo, escolho um banco isolado, longe das conversas efusivas e risadas estridentes. Não é solidão, é uma escolha. Não tenho amigos, mas desfruto da minha própria companhia. Minha paz é interrompida por uma voz familiar: "Posso te fazer companhia, bonequinha?". Só pela palavra "bonequinha", já sei quem é o intruso

-Não preciso de companhia -Retruco, esforçando-me para manter a firmeza na voz

Tom- Não seja tão antissocial. Tenho certeza que ainda está chateada por causa do lanche que estraguei. Posso comprar outro para você

-Você acha que eu me importo tanto assim com um lanche? Por favor -Devolvo, quase rindo da sua suposição

Tom- Poderíamos tentar ser amigos?

-Amigos? Você é muito peculiar para que eu possa confiar em construir uma amizade contigo -Respondo, honesta

Tom- Por quê?

-Eu não preciso responder essa sua pergunta, você sabe muito bem porque -Digo, e imediatamente ele mostra uma face de preocupação

Tom- Espera...você sabe?

-Sei o quê? -Pergunto, curiosa e confusa

Tom- Que eu sou... -Ele para, deixando a frase suspensa no ar

-An? Olha só como é louco -Respondo, revirando os olhos e levantando-me para sair. Ele segura meu braço, impedindo minha fuga- Quê isso?

Tom- Poxa, bonequinha, acabei de chegar. Fica aqui comigo

-Por que não fica com aquelas garotas? Você se dá muito bem com elas -Rebato, soltando-me de seu aperto e afastando-me

Tom narrando

-Pelo visto vai ser difícil ter a confiança dessa garota-

Ruby narrando

DEPOIS DA AULA

Quando chegou o momento de irmos para casa, Tom pegou sua mochila e se levantou de seu assento

Tom- Posso te acompanhar até a saída? Tô te devendo um lanche não é?

-Tanto fa- -Fui interrompida por mim mesma

Tom- Que foi?

Quando vi algo caindo do bolso da calça de Tom, pensei que fosse apenas um papel. Mas quando aquilo caiu no chão e eu olhei...era simplesmente uma foto minha ali

Eu fiquei muito assustada com isso, tipo, pra cacete

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Eu fiquei muito assustada com isso, tipo, pra cacete. Por que merda ele tem uma foto minha? Esse pensamento ecoava pela minha mente sem parar

Tom- Ouh, tá tudo bem?

Eu estava em total silêncio, ainda olhando para a foto no chão, voltei meus olhos aos de Tom e tentei disfarçar enquanto pegava a foto do chão e guardava na minha mochila

-T-tá tudo bem sim

Tom- E então, vamos?

-Pensando bem, eu acho melhor eu ir direto pra minha casa, minha mãe pode se preocupar comigo

Tom- Ah, mas nem é tão tarde assim, vai ser rapidinho

-Sinceramente, eu não quero...

Tom- Poderia me falar os motivos? Vamos lá, é o mínimo que eu posso fazer

Porra

-Tá, tudo bem...

Tom- Assim que se fala

-Que merda é essa? O que esse garoto é ? Por que ele tem uma foto minha se eu nem o conheço e ele muito menos me conhece?-

Na lanchonete, estava eu e ele sentados em uma mesa e lá estava o mesmo homem de ontem que estava me olhando novamente

Tom- Conhece aquele cara ali?

-Não...ele fica me olhando assim, só não sei porque

Tom- Espera, tá dizendo que ele te observa?

-Digamos que sim

Tom- Quanto tempo já faz?

-Acho que...duas semanas, sempre que saio da faculdade é assim

Tom- Não sente medo?

-Tento não sentir, mas é praticamente impossível, principalmente quando é alguém que eu nunca vi na vida

Tom- Já volto

-O que vai fazer? -Tom não me responde, apenas se levanta e vai em direção ao velho

Tom narrando:

-Hey cara!

Homem- Tom?

-Me conhece é?

Homem- Tem como não conhecer?

-Algumas pessoas... -Olho para Ruby e volto meu olhar a ele- Não me conhecem, não é só porque eu sou um gangster que todos tem que me conhecer. Eu vou direto ao ponto...se eu te pegar olhando pra aquela garota de novo, nem que seja um olhar de canto ou sem querer. Eu arranco seus olhos e te faço comê-los, preciso te explicar de novo?

Homem- Eu entendi perfeitamente, p-pode se despreocupar senhor

-Ótimo, e não é senhor!

Ruby narrando

Franzi minhas sobrancelhas ao ver que o homem saiu dali aparentemente bastante perturbado e Tom voltou com um sorriso no rosto

Tom- Prontinho, bonequinha

-Valeu...

Tom- Que foi? Ainda tá desconfortável?

-É que assim...Você me conhece só faz algumas horas e...tá agindo como se me conhecesse mais do que eu conheço a mim própria

Tom- Por que tá dizendo isso?

-Vou ser direta. Eu tô dizendo isso porque achei uma foto minha no chão, que simplesmente saiu das suas calças e eu tô tentando entender porque você tem uma fotografia minha guardada

Tom- Onde tá a fotografia? -A expressão do rosto dele muda complementamente, mostrando uma feição fria, como quem tivesse odiado que eu tivesse visto aquilo

-Me fala! Por que você tem uma foto minha se nem me conhece?? -Mostro a foto para ele demonstrando minha raiva

Tom- Ruby...me dá isso

-Não! Que tipo de homem você é? Por que você é assim?

Tom- Já chega! -Ele puxa a foto da minha mão brutalmente- Esquece esse lance e vai pra sua casa

Olhei ao meu redor e tentei decifrar o porquê de todo mundo que estava ali, não estar reagindo a essa cena

Tom- Vai pra sua casa...Se eu te encontrar na rua, você não sabe o que eu posso fazer

-Você me dá medo cara! -Saio de perto dele rapidamente e vou embora dali, enquanto ele me observava de longe

For you -Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora