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EM CASA

Kaish- Bem, é melhor eu ir pra minha casa

Gustav- Beleza, mano

Kaish- Vocês cuidem dela

Georg- Hum, suspeito…todo preocupadinho

Kaish- Deixa de ser idiota

Bill- Valeu pela ajuda, Kaish

Kaish- Nada, tô aqui pra isso. Então beleza, tchau pra vocês

Bill- Tchau..

Ruby narrando

Com uma lentidão quase agonizante, meus olhos começam a se abrir, lutando contra a vontade de permanecer fechados. Uma dor pulsante domina minha cabeça, tornando difícil até mesmo o simples ato de pensar. Eu me encontro em um estado de confusão, tentando desesperadamente processar e compreender os eventos recentes que parecem tão surreais

Uma névoa pesada parece envolver meu cérebro, deixando meus pensamentos turvos e desconexos. Eu me esforço para lembrar, para entender o que aconteceu. Imagens fragmentadas e sons distorcidos começam a surgir, como peças de um quebra-cabeças que se recusa a se encaixar

Eu me recordo de um medo avassalador, uma sensação de impotência e desespero que parecia me consumir. A imagem de Darius surge em minha mente, seu rosto cruel e seu sorriso arrogante gravados em minha memória. Eu lembro do pó desconhecido, da sensação de tontura avassaladora que invadiu meu corpo, engolindo-me em um turbilhão de sensações desconexas

Minha mente me leva de volta ao momento em que a realidade começou a se distorcer ao meu redor, à força invisível que puxava minhas pálpebras para baixo, à luta contra a escuridão que ameaçava consumir minha mente. Lembro-me do rosto satisfeito de Darius, seu sorriso cruel ainda gravado em minha mente, enquanto ele novamente me dava um soco

E então, o vazio. A escuridão total que me envolveu, apagando o mundo ao meu redor e me deixando à mercê de um silêncio ensurdecedor. A sensação de rendição, de aceitação, como se eu tivesse aceitado meu destino e me permitido ser engolida pela escuridão

Mas agora, estou aqui. Estou viva. Meus olhos estão abertos e, apesar da dor e da confusão, eu estou consciente. Eu ainda não entendo totalmente o que aconteceu, ainda estou lutando para juntar as peças e entender o quebra-cabeça que é minha própria memória

Max- Mamãe! -Ele vem correndo até mim

–O-oi, querido... -Eu respondo, forçando um sorriso apesar do desconforto e da dor que ainda sinto

Max- Você está bem? Você parece cansada -Ele pergunta, seus olhos cheios de preocupação

–Eu estou bem, querido. Só um pouco cansada, é verdade -Admito, acariciando seu rosto- Mas não é hora de você estar acordado, já está quase amanhecendo, você precisa dormir

Max- Eu não quero…

–Mas você está cheio de sono, eu tô vendo nos seus olhos caídos

Max- Hum…a senhora sempre me pega…

Bill- Max…você pode ir pro quarto? Eu quero conversar um pouco com sua mãe

Max- Está bem..

–Obrigada, Max -Digo com um sorriso, assistindo enquanto ele se afasta, ainda um pouco hesitante. Depois, me volto para Bill, um olhar questionador em meus olhos

Bill- Ruby, precisamos conversar -Ele diz, um tom sério em sua voz que me deixa um pouco nervosa

–Claro, sobre o que? -Pergunto, observando enquanto ele se senta ao meu lado

Bill- Sobre o que aconteceu…com Darius -Ele começa, parecendo um pouco desconfortável- E...como você está se sentindo agora?

–Eu... -Hesito, tentando reunir meus pensamentos- Eu estou viva, Bill

Bill- Eu sei, Ruby. Mas... -Ele faz uma pausa, a preocupação clara em seu rosto- Darius... ele…

–Eu sei o que ele fez, Bill -Interrompo, a lembrança ainda fresca em minha mente- E eu também sei que não vou esquecer isso tão cedo. Mas, no momento, tudo o que posso fazer é tentar seguir em frente

Bill- Ruby, eu... -Ele começa, mas eu o interrompo novamente

–Eu irei ficar bem, Bill. Eu prometo. -Digo, forçando um sorriso -Agora, por favor, vamos deixar isso no passado. Pelo menos por agora

Bill assente, embora pareça um pouco relutante. Ele parece querer dizer algo mais, mas no final apenas suspira e assente. Por um momento, ficamos em silêncio, cada um perdido em seus próprios pensamentos

–Tem mais alguma coisa pra dizer?

Bill- Não, era só isso mesmo…

–Então tá…Eu vou dormir um pouco

Bill- Você deve tá exausta

–Estou sim, boa noite -Me levanto para sair da sala

Bill- Ruby..

–Huh? O quê? -Virei-me novamente

Bill- Só..Toma mais cuidado, por favor

–Está bem, Bill…não se preocupe -Me despedi e me retirei da sala, caminhando até o quarto, fechando a porta atrás de mim e me jogando na cama, pensando no que aconteceu, e depois de alguns minutos eu finalmente adormeço

For you -Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora