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NA MANHÃ SEGUINTE

Ruby narrando

Acordei inspirando profundamente, apreciando a serenidade da manhã. Mantendo meus olhos cuidadosamente fechados, um sorriso brotou em meu rosto enquanto minha mão vagava pelo lado da cama onde Tom costumava dormir. A ausência dele me atingiu como um relâmpago quando, ao abrir os olhos, percebi o vazio que ele deixou.

Não mais acordaria com um beijo suave de bom dia, nem com o abraço quentinho e reconfortante dele. Não mais veria aquele sorriso inconfundível que só ele sabia dar

Comecei a refletir, cada momento que passamos juntos, bons e ruins, passou pela minha mente como um filme. Cada risada compartilhada, cada discussão, cada gesto de amor, tudo ainda tão vivo em minha memória

Eu me encontrava em um estado de desespero, querendo apenas despertar deste pesadelo cruel que parecia estar consumindo cada pedaço de minha sanidade, desmantelando cada pedaço de minha estabilidade emocional. Queria ter meu marido de volta, o homem que eu tanto amava, a pessoa que significava o mundo para mim. Meu maior desejo era poder vê-lo novamente, contemplar o seu sorriso, sentir a familiaridade de seu calor, a segurança de seu amor

Era como se um vazio tivesse tomado conta de mim, e só a presença dele poderia preencher. Era tudo que eu queria, tudo que eu ansiava, tudo que eu precisava para me sentir completa novamente…

Bill narrando

O tempo foi se passando, e Ruby estava inconsolável e simplesmente não falava com ninguém, e descontava tudo no cigarro. Ela havia se isolado de tudo e de todos, era como se o mundo pra ela não existisse mais e isso preocupava muito a mim e a Georg e Gustav, o bebê tinha que nascer saudável

–Porra, se a Ruby continuar desse jeito, isso não vai ser bom pro bebê

Georg- A gente já tentou de tudo mas ela não fala nada, ela só vive chorando pelos cantos e fumando feito uma viciada e isso é o que mais piora

Gustav- Vamos tentar de novo, ela precisa do nosso apoio

–Vamos -Nós três levamos comida até o quarto de Ruby e a mesma estava encolhida no chão, com a cabeça entre as pernas, numa solidão imensa- Ruby…come um pouco, por favor -Não somos correspondidos e olhamos um para os outros

Gustav- Não pode continuar assim, ficar dessa forma não vai tirar ou diminuir a dor que você tá sentindo

Georg- O Gustav tem razão, Ruby, toda isso que você tá fazendo vai prejudicar você na hora do parto, ou talvez nem o parto aconteça, você precisa ficar saudável, se não por você pelo menos pelo bebê

Ruby- Cala boca…

Georg- Desculpa, o quê?

Ruby- EU DISSE PRA CALAR A PORRA DA BOCA! EU NÃO ME IMPORTO SE VOU TER ESSA CRIANÇA OU NÃO, NÃO ME IMPORTO SE ISSO PREJUDICA ELA, ENTÃO PARA!

Tá, isso foi…horrível de se escutar, ela está completamente fora de si, numa agressivamente nunca vista antes

–Então…faça isso pelo Tom, te peço

Ruby- Tom não está aqui, para de falar como se ele pudesse ver o que tá acontecendo

–Pelo amor de Deus! Eu tô te implorando! Essa criança precisa nascer saudável, Ruby!! Você teve sorte de não ter perdido o bebê quando o Alex fez o que fez!

Ruby- Eu sinto muito, Bill…mas eu não consigo mais, eu tô tão cansada -Ela começa a chorar e em seguida começa a ter falta de ar

Gustav- Dá um pouco de água pra ela, vai

For you -Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora