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Quando despertei, a escuridão ainda prevalecia, mas agora envolvida em um silêncio absoluto. Meu corpo doía, e a sensação de frio percorria minha pele, evidenciando que não estava mais em meu carro. Tentei mover minhas mãos, mas percebi que estavam amarradas. O medo começou a se instalar, mas sabia que precisava manter a calma

Meus olhos se ajustaram à escuridão e comecei a distinguir formas ao meu redor. Estava em uma sala pequena, com paredes de pedra e um cheiro úmido no ar. A única fonte de luz vinha de uma fresta sob a porta de madeira à minha frente

Eu precisava sair dali. Com cautela, comecei a me mover, ignorando a dor que irradiava de cada músculo. Tentei soltar as amarras que prendiam minhas mãos, mas estavam firmes. O pânico começou a se instalar novamente, mas respirei fundo, me lembrando de que precisava manter a calma para pensar em um plano de fuga

E foi quando ouvi. Passos pesados se aproximando da porta. A luz da fresta ficou bloqueada por uma sombra. Meu coração disparou. Não sabia o que esperar, mas sabia que tinha que estar pronta para qualquer coisa

A porta rangeu ao ser aberta, e um vulto imponente apareceu na entrada. Com a respiração suspensa, esperei, me preparando para o que viria a seguir.

A silhueta parou por um momento, e então, uma luz fraca irrompeu da lanterna que ele segurava. Meus olhos, acostumados à escuridão, se contraíram com a súbita luminosidade. Com a luz iluminando seu rosto, pude ver que era um homem de feições duras, com um olhar frio e penetrante.

Ele caminhou até onde eu estava amarrada e por um momento, nossos olhos se encontraram. Nesse instante, senti um arrepio percorrer minha espinha. Mas, ao invés de demonstrar medo, engoli em seco e encarei-o de volta. Eu não ia me deixar levar pelo medo.

Ficamos nesse impasse por alguns instantes, até que ele finalmente quebrou o silêncio. Sua voz era rouca e grave, como alguém que não estava acostumado a falar muito

?Você não deveria estar aqui -Ele disse, seu olhar fixo no meu. A ameaça em sua voz era clara, mas eu não tinha intenção de me render facilmente

–Então talvez devesse ter pensado nisso antes de me trazer para cá -Respondi, tentando manter a voz firme apesar do medo que sentia.

Ele pareceu surpreso por um momento, mas logo depois um sorriso cruel se formou em seu rosto. Ele se inclinou, colocando seu rosto perigosamente perto do meu

?-Bem, parece que você tem espírito -Disse ele, sua voz um sussurro que enviou arrepios pela minha espinha- Vamos ver quanto tempo isso dura

–O-que vai fazer? -Perguntei, minha voz trêmula- Quem é você e por que me trouxe pra cá??

?- Ah que má educação da minha parte, não tive tempo de me apresentar devidamente. Me chamo Darius Torricelli, você provavelmente não me conhece…mas eu conheço você muito mais do que você imagina. E quanto ao porquê de você estar aqui… -Ele continuou, um sorriso sombrio se formando em seu rosto- bem, isso é algo que você descobrirá em breve. Eu sugiro que se prepare, as coisas estão prestes a ficar muito mais interessantes

Ele se afastou, sua silhueta desaparecendo na escuridão do corredor. A luz da lanterna desapareceu, deixando-me novamente na escuridão total. Eu podia ouvir o som dos seus passos se afastando, o silêncio voltando a reinar

Agora sozinha, o medo começou a se instalar novamente. Darius Atlas. O nome ressoava em minha mente, mas não trazia nenhum reconhecimento. O que ele queria comigo? E o que ele sabia sobre mim que eu mesma não sabia?

Respirei fundo, tentando acalmar meu coração acelerado. Não podia deixar o medo me dominar. Precisava pensar, precisava planejar

Comecei a mover minhas mãos novamente, procurando por qualquer fraqueza nas amarras. A dor era intensa, mas a urgência de escapar era ainda maior. Eu não sabia o que Darius tinha planejado, mas sabia que tinha que sair daqui antes de descobrir

Perdi a noção do tempo na escuridão, meus pensamentos rodando em círculos. Cada ruído me fazia saltar, esperando que a porta se abrisse novamente. Mas a única coisa que podia ouvir era o som do meu próprio coração batendo

Então, quando estava quase desistindo, senti algo ceder. As amarras em minhas mãos estavam mais frouxas. Com um último esforço, consegui soltar uma das mãos. A sensação de alívio foi imediata, mas sabia que ainda não estava segura

Com a mão livre, comecei a trabalhar na outra amarra. A escuridão tornava tudo mais difícil, mas eu estava determinada. Quando finalmente consegui soltar a outra mão, senti uma onda de esperança

Agora eu precisava encontrar uma saída. Sabia que não seria fácil, mas agora que estava livre, sentia que tinha uma chance. Com cuidado, comecei a explorar a sala, meus dedos tateando na escuridão

Era uma sensação estranha, estar tão perto e ao mesmo tempo tão longe da liberdade. Mas eu sabia que não podia desistir. Não agora. Não depois de tudo o que eu tinha passado

Abri a porta silenciosamente e olhei de um lado para o outro para garantir que ninguém iria aparecer. Eu saio de dentro da sala escura e caminho pelos corredores do lugar sombrio, estava muito escuro, a única luz que tinha era de uma pequena janela que havia na parede

Darius- Olha só, ela é rápida… -A voz de Darius me fez parar de imediato, o coração acelerando. Ele estava na escuridão, observando. Eu precisava continuar, precisava correr. E foi isso que fiz, correndo como nunca antes

Capítulo 100 já 👀 Hmmm, as coisas estão começando a ficar mais interessante

Cadê meus votos? 😭

For you -Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora