Ruby narrando
Ao finalmente chegar na localização que tinha em mente, eu dirijo o carro até encontrar uma vaga vazia. Depois de estacioná-lo com cuidado, saio do veículo e começo a caminhar em direção ao grande condomínio que se erguia à minha frente
–291...291… -Repito o número do quarto para mim mesmo, como uma espécie de mantra, para não esquecer. Finalmente, encontro a porta com o número correspondente e, reunindo minha coragem, bato nela
Aurora- Quem...? -A voz dela é uma mistura de surpresa e medo quando ela me vê. Ela tenta fechar a porta na minha cara, mas consigo impedi-la a tempo
–Ora, por que está fechando a porta? -Pergunto, fingindo inocência
Aurora- Ruby, o-o que você está fazendo aqui, depois de tanto tempo? -A mesma gagueja, claramente chocada
–Posso entrar? Obrigada -Não espero por sua resposta e me adianto, entrando na casa
Aurora- Ruby, o que aconteceu… -Ela começa a questionar, mas a interrompo
–Shh, não precisa falar nada. Na verdade, eu até tenho que te agradecer, sabia? -Sorrio com um sarcasmo evidente
Aurora- O que veio fazer? -Aurora pergunta, apreensiva
–Estou resolvendo uns assuntos, sabe… -Digo, enquanto olho ao redor da casa- Este lugar está muito desgastado para alguém que ganhou 10 milhões de dólares, não acha?
Aurora- Filha… -Aurora começa, mas solto uma risada leve
–”Filha”...Você sabe tão bem quanto eu que não precisa se referir a mim dessa forma -Respondo, com um olhar sarcástico
Aurora- Ruby…
–Aurora…
Aurora- Minha filha, por favor…
–Aurora…
Aurora- Eu me arrependi profundamente, eu realmente te amo, filha
–Cala a porra da boca! -Aperto seu pescoço com força e com raiva, e jogo-a violentamente contra a parede
Aurora- Por quê..por que está fazendo isso com sua própria mãe? Ruby, por favor
–Ora me poupe dessa conversa velha e cansativa!
Aurora- Eu sinceramente não sei do que você está falando…
–Ah não? -Eu mostro a ela os fichários repletos de informações- Isso refresca sua memória, Aurora? Isso faz você lembrar o que fez quando eu nasci?
Aurora- Ruby, por favor, me escuta
–Aurora…Você me enganou por longos 19 anos! Eu acreditei com todas as minhas forças que você era minha mãe. Eu continuei te amando mesmo depois de você ter me vendido como um animal, eu tinha um carinho imenso por você, um amor inquestionável. Pra no final eu descobrir que a mulher que eu mais amava nesse mundo, a mulher que eu mais confiava, assassinou minha mãe verdadeira logo depois do meu nascimento?!
Aurora- Eu tive meus motivos, Ruby, eu juro…
–Ah sim, claro. Você matou a minha mãe por causa do seu ciúme doentio e da sua inveja corrosiva. Porque você queria ficar com meu pai, mas no final ele te enganou, assim como ele fez com a minha mãe
Aurora- Você não pode apenas me julgar, ainda sim fui eu quem criei você, quem cuidou de você
–Eu sei, eu sei bem disso, e eu agradeço por você ter sido a mãe que eu não tive a chance de conhecer, por ter cuidado de mim durante 19 anos, mas ainda sim, tudo isso que você fez foi jogado fora devido aos seus atos horrendos
Aurora- Me perdoa, eu me arrependo profundamente
–Eu já te perdoei por ter me vendido, porque eu vejo nos seus olhos que essa é a única coisa na qual você se arrepende verdadeiramente. Eu posso ver que você não tem um pingo de remorso pelo que fez com minha mãe, e não tem como eu te perdoar por isso. Você não tem noção do que eu passei durante todos esses anos. Eu perdi meu marido no momento que eu mais precisava dele, descobri que minha vida foi uma mentira, não é possível que tenha mais alguma coisa que eu tenha que suportar, porque eu já sofri demais
Aurora- Eu sinto muito, Ruby… -Ela me encara com olhos suplicantes- Mas eu quero que você saiba que durante o tempo em que eu cuidei de você, eu realmente amava você
–Até quando vai continuar com suas mentiras descaradas? Você não me amou coisa nenhuma, ou você acha que eu nunca percebi a forma como você me tratava quando tinha gente por perto? Eu só queria ignorar que “minha própria mãe” não gostava da filha, mas do que adianta agora? Você sabe…sabe o que eu vou fazer agora, não sabe?
Aurora- Eu cuidei de você durante anos e é assim que me agradece?? Deveria ter matado sua mãe quando ela ainda estava grávida! -Ela me dá um tapa na cara com força
Eu fico imóvel por um momento, encarando a mesma na minha frente, tentando assimilar o que acabou de acontecer
–Aurora…eu até que tava sentindo um pouco de pena de você, mas agora…hum, agora eu só sinto mais vontade de te mandar pro inferno. Sua vadia escrota! Mostra as mãos!
Aurora- Pra quê quer que eu mostre as mãos?
–Só obedece! -Direciono a pistola em sua direção, com a mão firme
Aurora- Tá, tá bom, eu mostro! -Ela diz fazendo exatamente o que eu pedi, com um olhar temeroso
–Essas mãos… -Atiro em uma de suas mãos, a mesma gritando de dor, o som ecoando pelo ambiente- As quais você usou para matar a minha mãe…
Aurora- Ruby, não precisa fazer isso!!
–O que você disse? Desculpa, eu não consegui ouvir direito. Pode repetir por favor? -Eu solicitei, atirando na outra mão dela, enquanto ela soluçava com lágrimas nos olhos- Não chore... eu mal comecei
Aurora - O que mais você quer de mim? Por amor a Deus, me deixe em paz!
–Ah, então agora você se lembra que Deus existe, não é? Curioso. Você não parecia pensar muito nele quando fez as coisas horríveis que fez, lembrou? -Eu disse, me aproximando lentamente da mesa, guardando a pistola no coldre e pegando uma faca reluzente
Aurora- O-o que você vai fazer? O que pretende fazer com essa faca?
–Assim como suas mãos eram sujas, seu coração é bem pior -Enfio a faca no seu peito
Aurora- R-ruby… -De repente, começa a tossir e cuspir sangue, a vida lentamente escorrendo de seu corpo
–Sabe Aurora, é curioso, não é? -Eu digo com um sorriso cruel- É bom sentir a mesma sensação que causou a minha mãe, não é? A dor, a traição, o medo...é quase poético, não acha?
Eu me aproximo ainda mais, meus olhos queimando com uma intensidade que faria o próprio inferno parecer frio
–Mas não se preocupa… -Sussurrei, a crueldade em minha voz tão afiada quanto a lâmina que eu segurava- Você não vai ficar sozinha no inferno. O idiota do meu pai, o homem que permitiu que tudo isso acontecesse, também vai ficar com a sua amante querida logo logo. E vocês dois podem queimar juntos
Retiro o órgão perfurado e jogo-o no chão, enquanto pisava em cima, enquanto Aurora agonizava no chão. Eu me agacho, olhando diretamente para ela. Segurando delicadamente seu queixo, eu estudo seu rosto
–Desculpe, “mamãe”… -Digo com um sorriso tênue nos lábios enquanto observo sua resistência finalmente ceder e seus olhos se fecharem lentamente. Colocando minhas mãos nos joelhos, uso toda a minha força para me levantar. Guardo a faca cuidadosamente, escondendo-a de vista
De repente, senti uma sensação estranha, como se estivesse sendo observada. Decidir que era melhor sair do local. Com passos rápidos e decididos, saí do condomínio, caminhando em direção ao meu carro estacionado nas proximidades. Ao alcançar o veículo, abro a porta e adentro o mesmo, sentindo o familiar conforto do assento de couro
–Droga, já é hora de buscar Max -Murmuro para mim mesma, lembrando-me da minha responsabilidade. O tempo parece ter passado mais rápido do que eu esperava

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For you -Tom Kaulitz
Fanfiction• DARK ROMANCE 𝐎𝐍𝐃𝐄 nessa história intensa e repleta de reviravoltas, Ruby é um exemplo de resiliência, coragem e determinação. Ela é uma protagonista cativante, capaz de despertar uma gama de emoções nos leitores, desde compaixão e empatia até...